Capítulo 12. Nosso acordo?

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Guia prático de como identificar um libertino ou devasso:

*Segundo os descobrimentos de Lady Emyline.

1. O sorriso. Libertinos possuem um sorriso típico, daqueles que mostra para a dama que está em sua presença que ele sabe o que quer e como conseguir.

2. O olhar. O olhar dessa espécie é um pouco presunçoso e curioso, eles querem sempre ver mais, seu olhar oscila sempre entre os lábios e os decotes das damas.

3. A fala. Eles se comunicam de maneira despreocupada, acreditam serem capazes de conseguir qualquer coisa e a fala deles nunca vacila.

4. O modo de andar. Devassos de melhor qualidade demonstram sua confiança não só na fala, como também no modo de andar, se ele já é confiante na fala, seu modo de andar é quase um deslizar pelos salões e ruas da cidade. Eles exalam confiança.

Se você conhece um homem que se enquadra nesses quatro quesitos, cuidado leitora, ele é um perigo para damas de honra como todas que leem esse tabloide.

TABLOIDE DE GRUFFIN, por LADY EMYLINE.

Era uma merda que Anthony soubesse exatamente como atingir Joe, ele pensara enquanto caminhava para a porta do clube. Ele precisava pensar e decidir o que fazer, provavelmente esquecer toda essa história com Alice e seguir a sua vida. Não a vira desde a terça-feira, quando ela estava na casa da mãe para o chá da tarde.

Joe passou a mão pelos cabelos, estavam um pouco compridos demais, até mesmo para os seus padrões, e colocou seu chapéu, já saindo para a rua. O dia estava comumente calmo, era um domingo e não tinham muitas pessoas nas ruas, o sol brilhava de maneira amena e o cheiro das flores da primavera enchia o ar.

Quando parou na calçada e olhou para um lado, ele a viu, sem nenhuma dama de companhia por perto, caminhando tranquilamente pela calçada - os cabelos castanhos dela estavam soltos, uma pequena quebra nas normas sociais, que impediam que as damas deixassem os cabelos soltos fora de casa. E seu impulso foi aproximar-se dela.

- Srta. Brown! – ele disse em cumprimento e ajustou o passo ao ritmo dela. – O que faz sozinha?

- Fugindo da minha mãe. – Declarou ela de forma objetiva, Joe diria até que foi fria demais.

- Aconteceu alguma coisa?

- Minha irmã está grávida.

É, ela não estava sendo nem um pouco amigável. Seu modo de andar estava calmo e despreocupado, mas sua mente deveria estar muito agitada.

- Essa é uma notícia maravilhosa, diga a ela que desejo muita felicidade e saúde tanto para ela, quanto para o bebê. – Ele sorriu, mas se arrependeu.

Não era o que ela queria ver e nem o que queria ouvir. Por que ele sempre parecia fazer as coisas erradas com Alice?

- E por que está sem sua dama de companhia? – decidiu mudar de assunto.

- Ela estava ocupada. E eu queria ficar sozinha.

A ênfase no sozinha dizia tudo que ela era educada demais para dizer, mesmo estando irritada: Suma de perto de mim, Sr. Campbell.

- Pode ser perigoso andar sozinha pelas ruas vazias em um domingo. – Ele disse de modo preocupado. – Alguém pode se aproveitar de você.

- Até parece. – Ela sorriu, um sorriso amargo e rancoroso que fez o coração de Joe apertar.

- Bem, é a verdade. Existem muitos homens que não são bons cavalheiros e poderiam se aproveitar de uma dama desacompanhada.

- Acredite quando digo, Joseph Campbell, ninguém fará algo assim comigo. – Rebateu ela, muito secamente.

Um devasso incurávelOnde histórias criam vida. Descubra agora