Capítulo 4

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Joshua pov.

Hoje nas aulas reparei que a Any estava cabisbaixa, mais que o normal quero dizer. Ela não tirava o capuz por nada, mas quando tirou na sala do diretor, o meu coração errou algumas batidas.

Ela estava com o rosto cheio de hematomas roxeados e de cortes, os lábios estavam inchados, isso explica ela ter falado tão baixo comigo, e o pescoço tinha marcas de dedos, tal como o seu rosto, como se tivesse levado muitos tapas...

Quero muito saber o que se passa com a minha pequena e poder ajudá-la!

Eu já estava com raiva de quem fez isso mas quando o diretor lhe disse aquilo e a fez chorar... Eu fiquei cego de raiva.

Ainda não consegui entender o que se passa comigo, eu nunca fui assim mas quando estou com Any é diferente, sinto-me completo e uma necessidade de protege-la de tudo e todos, guarda-la em um potinho e
te-la só para mim... Tá, para Josh!

A Any acaba de sair a correr daqui, eu estou ia atrás dela mas antes tenho de dizer umas verdades a este velho ou não vou conseguir dormir à noite.

-Como o senhor pode ser o diretor de uma escola sendo que não respeita os alunos? Principalmente alunas? Como pode chamar uma mulher, sim mulher porque ela não é uma criança, de vadia? Você por acaso sabe o que aconteceu para ela estar naquele estado? Já pensou que ela pode sofrer de violência doméstica? Ou pior, de abusos?

As minhas palavras saíram com tanto ódio, que eu nem sabia que havia tanto ódio assim em mim.

O "diretor" não se rebaixou com as minhas palavras, continuou com um sorriso debochado no rosto.

-Primeiro que o senhor não me faltará mais ao respeito, segundo que está na cara da vadia que ela ou fez merda e apanhou ou provocou algum homem usando roupas curtas, dignas de uma puta como a sua amiga!

Quando ele disse isso da Any eu nem medi esforços para me conter, acertei um soco bem no nariz do "diretor", seguido de outro perto da boca.

Para a minha situação não ficar pior saí da diretoria e fui atrás da Any. O primeiro local que me ocorreu foi o banheiro então, fui direto para lá.

Quando cheguei ao banheiro não ouvi nada, entrei e consegui ver um pouco de sangue a sair por uma das cabines.

Pelo amor de Deus pequena, que não te tenhas magoado pelo que aquele velho escroto disse...

Bati na porta da cabine mas ninguém respondeu. Como as portas das cabines não eram muito seguras consegui abri-la mas o que eu vi fez-me perder o ar. O meu coração errou algumas batidas e a visão ficou embaçada com as lágrimas.

À minha frente tenho uma Any completamente pálida com uma lâmina na mão, desmaiada na cabine.

Agora estou em choque, só consigo pensar que vou perdê-la e que ela precisa de ajuda.

Mesmo mal conseguindo respirar liguei para a ambulância que chegou 20 minutos depois, tempo suficiente para lhe tirar a lâmina, e deita-la fora para ela não se cortar mais, e tirá-la da cabine.

Neste momento estou com ela a caminho do hospital. Tenho muito medo de a perder, mesmo não conversando muito com ela
apeguei-me à nossa estranha amizade.

Acabamos de chegar ao hospital e estão a levá-la na maca, eu estava a ir atrás dela até que me barraram dizendo que eu não poderia entrar e que enquanto esperava teria de fazer a ficha dela.

Assim fiz, fui ter com a recepcionista que me entregou um questionário, coloco o nome e a idade dela, que era suficiente por enquanto. Entreguei de novo à recepcionista e ela disse-me para aguardar.

My saviorOnde histórias criam vida. Descubra agora