Capítulo 1

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Any pov.

   Mais um dia indo para o inferno, mais conhecido como escola. A única coisa boa é que posso ficar longe do meu padrasto. Aqui em Los Angeles está calor, mas eu estou indo de calça e um moletom grande e largo, para esconder os hematomas que meu padrasto deixa em mim.

Bom, meu pai faleceu quando eu tinha 5 anos,2 anos depois da sua morte minha mãe se envolveu com Dylan (meu padrasto), cinco anos depois morreu de câncer, me deixando nas mãos de Dylan.

Desde meus 12 anos sofro muito por conta dos abusos e maus tratos de Dylan.

( ... )

Ao chegar na escola, todos os olhares estão postos em mim, não por ser popular, são olhares de nojo e desprezo, infelizmente tive de me habituar com isso. Logo vem Dytto, a patricinha da escola, ter comigo.

- Miojo preto, você não tem vergonha de entrar aqui assim?- fala apontando pra minha roupa, eu não lhe respondo e tento sair, mas quando faço menção para o fazer, ela agarra meu braço com força, apertando um dos hematomas deixados por Dylan, me fazendo gritar de dor.

- Aiiii

- Anda se mutilando negrinha?- pergunta rindo

     Não respondo e ando até meu armário onde, como sempre, tem bilhetinhos com insultos do tipo: "Morre"; "Nem sua mãe gostava de você"; "orfãzinha"; "Já podias ter ido";...

Comecei a tremer e a ter a respiração falha, mesmo recebendo papeis assim todos os dias, eles continuam a magoar-me. Guardei as minhas coisas no armário e corri em direção de um corredor vazio, sentei-me no chão e deixei me levar pela crise. Inconscientemente comecei a arranhar o meu pescoço e deixando as lágrimas cair, com os pensamentos nas palavras escritas nos bilhetes.

Depois de alguns minutos assim, acalmei-me e o sinal tocou, me fazendo correr para a aula de história. Felizmente cheguei a tempo. Entrei na sala e me sentei no fundão, ao lado de um garoto loiro, não deu para ver seu rosto pois o mesmo estava com a cabeça deitada na mesa.

Logo depois chegou o professor Adams, alegando que a aula seria divertida.

( ... )

No fim da aula de história super "divertida", o professor falou que na próxima aula diria as duplas para o trabalho de grupo.

Confesso que estou com medo do meu padrasto, pois ele não irá aceitar eu fazer o trabalho com alguém da minha idade, muito menos se eu ficar com um rapaz.

   ( ... )

Ao fim das aulas, fui direta para casa tentando não pensar no que me esperava assim que chegasse, rezando para que ele não estivesse bêbado, pois seria muito pior do que se ele estivesse sóbrio.

Quando eu cheguei em casa não o vi, mas, as garrafas de cerveja espalhadas pela sala, indicavam a sua presença. Fui para o meu quarto e o encontrei sentado na minha cama, a olhar raivoso para os meus relatórios, feitos por mim ontem, rasgados no chão.

- Eu demorei pra fazer...é para amanhã- sussurrei mesmo sabendo que ele não ouviria.

Ele olhou para mim, pela primeira vez desde que entrei, e sorriu maliciosamente.

- Já que chegou, posso começar a divertir-me!

Tentei sair do quarto, mas, ele puxou-me pelo cabelo, me fazendo cair no chão, junto aos papeis rasgados.

- Não fuja de mim, vamos nos divertir!- disse me puxando para a cama.

( ... )

- Bom como sempre!- falou enquanto se vestia, entretanto, eu estava encolhida na cama a chorar.

Ele saiu do quarto e eu fui tomar banho, enquanto me despia não conseguia olhar no espelho pois me sentia suja. Ao sair do banho, encarei o meu estado, braços roxos com alguns vermelhos de hoje, chupões na barriga e arranhões nas pernas, fora os hematomas de quando ele me bate, fiquei com nojo de mim mesma ao me ver assim, e ao mesmo tempo com raiva daquele filho da mãe.

Vesti-me e fui dormir, bem, tentar dormir

My saviorOnde histórias criam vida. Descubra agora