Não me lamento pelo que devia (ou não) fazer; sei as consequências das minhas escolhas.
Não soube dizer o que significava aquela suavidade circulando pela minha língua. Calvin havia iniciado um beijo selvagem, como o esperado, mas a voracidade foi diminuindo gradativamente. Os lábios pareciam querer desistir de investir contra os meus, contudo permaneciam constantes, jamais se distanciando. Minha pele ficou toda arrepiada. Juro, ele foi capaz de eriçar cada pelinho do meu corpo apenas com um beijo suave.
Aquelas mãos grandes apoiaram a minha coluna como se eu fosse uma preciosidade. Foram abaixando devagar, e me levando junto, porém de um jeito confortável. Não fiz esforço algum, estava no estado de marionete que pelo visto ele sempre me faria ficar.
Minhas costas sentiram a superfície fria da mesa. Quero dizer, acho que era eu quem estava quente demais. Calvin curvou o seu corpo grande e musculoso inteiro, fazendo com que as nossas bocas jamais se afastassem. Senti sua ereção dura entre as minhas pernas, e o abracei ainda mais forte com elas. Meus nervos à flor da pele me permitiram sentir absolutamente tudo o que aquele homem fazia comigo; tomei consciência das suas mãos me tocando, da sua respiração ofegante contra o meu rosto, do seu corpo inteiro encontrando o meu em diversos pontos.
Era bastante informação para processar, mas a minha mente fazia o possível para não deixar passar nada. Entrei em uma espécie de frenesi. Nada fazia muito sentido. A luz da cozinha refletia o corpo dele de um jeito fantástico. O cheiro de comida gostosa mesclado com o perfume masculino que ele usava (que saudade daquele cheiro!) tirou o meu juízo, que há muito já não era grande coisa.
Achei que não fosse possível que o meu coração batesse mais forte que aquilo, mas aconteceu assim que os seus dedos brincaram com as laterais da minha cueca. Era difícil acreditar que seria dele novamente, mas ao mesmo tempo não me surpreendia. Acredito que, no fundo, sabia muito bem que não resistiria aos seus caprichos. Eu era um fraco quando o assunto era o Calvin. Não conseguia ficar chateado como deveria, não conseguia recuar e me preservar de algo que certamente acabaria me machucando. Estava brincando com o fogo, sabia bem disso, mas a vontade de me queimar nos braços do safado era mais forte que o meu instinto de sobrevivência.
Fui despido lentamente. Apesar de não estar ouvindo nada além dos grilos lá fora e das nossas respirações ofegantes, pude escutar alguma música muito erótica, lenta, profunda. Calvin parecia fazer tudo no ritmo dela. Uma sintonia perfeita. Fechei os olhos e me entreguei à batida silenciosa do nosso momento.
O safado se afastou só quando precisou erguer as minhas pernas para me livrar da cueca. As mãos continuavam comandando, firmes, precisas. De alguma forma, Calvin conhecia o jeito ideal de me tocar. Não era áspero nem tampouco suave, só perfeito para me fazer entender que, naquele instante, pertencia somente a ele.
Gemi quando sua boca encontrou os dedos dos meus pés. Não fazia ideia, até então, de que acharia tão excitante um estímulo por ali. Mas foi (e muito!). Podia sentir seus lábios com os pés, a maciez e a destreza da sua língua rodopiando cada dedo. Eu nem sabia se estavam tão limpos assim, mas, pela sua paciência e falta de pressa, não parecia se importar nem um pouquinho. Soltei um gemido, e ele parou na mesma hora. Abriu as minhas pernas lentamente, ainda seguindo o ritmo da música invisível que nos envolvia.
A cada centímetro que as minhas coxas ficavam longe uma da outra, desvendava aquele homem incrível entre elas, como se fosse uma cortina. Terminei completamente exposto e ofegante, morrendo por dentro ao analisá-lo por inteiro; seu rosto afilado, misturando masculinidade e também certa inocência, talvez por ser novinho demais, os olhos hipnotizantes devorando o meu corpo sobre a mesa, a boca presa de um jeito lindo, os braços grandes se movimentando mediante as mãos acariciavam as minhas coxas, o peitoral arfando, o abdômen rígido.
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𝘖 𝘎𝘰𝘴𝘵𝘰𝘴𝘢𝘰 𝘋𝘰 105 ꧁☟︎︎𝕵𝖎𝖐𝖔𝖔𝖐꧂
Fanfiction{CONCLUIDA} Park Jimin é um garoto que sempre sonhou com sua liberdade e independência e que finalmente as conquistou quando comprou sua casa própria. Mas junto ao pacote, ele ganhou também um vizinho fora do normal. A única casa colada a sua era...