𝑴𝒊𝒏𝒉𝒂 𝒒𝒖𝒆𝒓𝒊𝒅𝒂 𝒗𝒐𝒗𝒐́❤︎

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É engraçado seguir caminhos opostos e chegar ao exato lugar que você estava evitando o tempo todo.

Calvin tinha colocado alguma coisa no forno quando cheguei a sua casa, e fiquei muito surpreso por ele ter se lembrado de desligar tudo antes de sair (também colocou uma camiseta e calçou chinelos). O meu desespero era tanto que só conseguia chorar sem pausas, pensando no quanto podia ser grave o que estava acontecendo com a minha avó.

Sana não havia me dado detalhe algum; pudera, no estado em que nos encontrávamos, nem se ela quisesse me explicar eu iria entender. Seguimos rapidamente no carro dele, que de fato era o Siena que vivia atrás do meu Sandero.

Calvin ficava murmurando o tempo todo para que eu tivesse calma. Não sei direito se funcionava, acho que não. A minha avó era uma parte muito importante de mim mesmo. Difícil imaginá-la doente, mesmo sendo tão idosa. A gente nunca acha que alguma coisa mais séria pode acontecer com quem amamos, é como se eles tivessem a obrigação de serem imortais. Eu realmente queria que fossem. Desci do carro antes mesmo do Calvin arranjar uma vaga para estacionar. Atravessei o salão da recepção e encontrei a Sana chorando em um canto, provavelmente me esperando chegar. Abracei-a assim que nos encontramos. Ela chorou ainda mais alto.

- O que aconteceu, pelo amor de Deus? choraminguei a pergunta, tentando ser forte diante da minha irmã mais nova. Eu sempre via como sendo a minha obrigação ser mais firme do que ela, não importando o que ocorresse.

- Ela quase morreu, Chin... Foi por muito pouco!

- Não, não diga isso...

- Teria ido embora se não tivéssemos a socorrido tão depressa! Ela está na UTI agora. Ainda não tínhamos nos largado quando senti outros braços se aproximando de nós. Era a Lilian. Abracei-a com bastante força.

- Como ela está? O que aconteceu, gente? Sentia-me cada vez mais desesperado. Sabia que a minha prima Lilian trabalhava aos sábados até o meio-dia, e se estava ali só significava uma coisa: o estado de saúde da nossa avó era grave.

- Nós pensávamos que era uma gripe forte... Sana tentou explicar, mas a voz chorosa quase não me permitiu entender.

- Estava tudo sob controle, mas... Hoje pela manhã, vovó começou a ficar roxa. Resolvemos trazê-la ao hospital, mas a situação foi piorando no caminho... Ela começou a suar frio, até que desmaiou. Levei uma mão à boca.

- O médico disse que ela está com pneumonia causada por uma bactéria completou Lilian. Olhou feio para Sana em seguida.

- Ela devia estar sendo tratada há um tempo, assim evitaria o estágio em que chegou. Oh, minha nossa. Minha mãe certamente tinha inventado de medicá-la com xarope e sopa quente. Claro que não podia funcionar.

- Que estágio? - Solucei.

- A infecção piorou consideravelmente continuou Li. - Vovó teve uma parada respiratória que quase gerou uma parada cardíaca. A sorte foi que seu coração continuou batendo... Solucei mais umas três vezes seguidas. Lilian começou a chorar, e Sana, idem. Senti mãos envolvendo a minha cintura; era o Calvin. Abracei-o e entrei no maior berreiro. Nem acompanhei as reações das meninas diante dele, mas ouvi sua voz falar baixinho:

- Sou o vizinho dele. Posso ajudar em alguma coisa?

- Não se pode fazer nada além de esperar a vovó reagir - disse Sana, aos prantos. Só depois que olhou melhor para o Calvin. Esbugalhou os olhos. É, ele tem esse efeito.

 𝘖 𝘎𝘰𝘴𝘵𝘰𝘴𝘢𝘰 𝘋𝘰 105 ꧁☟︎︎𝕵𝖎𝖐𝖔𝖔𝖐꧂ Onde histórias criam vida. Descubra agora