𝑵𝒐𝒔𝒔𝒂 𝑫𝒆𝒔𝒑𝒆𝒅𝒊𝒅𝒂 💔

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É no mínimo triste aceitar que um erro previsível tenha sido cometido no intuito de evitá-lo.

– Vamos tomar um pouco de vinho? – sugeri baixinho. Não tínhamos conseguido sair do lugar; nossos beijos trocados eram bons demais para serem ignorados.

– Preciso me lavar antes, está bem? Olhamos juntos para o que havia entre suas pernas. Aquilo ali estava uma meleca. Eu tinha uma mão suja também, por isso fui me levantando devagar, apoiando-me com a outra.

– Fica a vontade, Calvin. O  maldito  sorriu  e  foi  se  levantando  do  tapete  também.  Peguei  o  vinho, percebendo  que  ainda estava frio – Calvin provavelmente tinha o retirado do congelador antes de vir –, e fui à cozinha. Lavei minhas  mãos  e  a  boca  por  lá  mesmo. 

Peguei  duas  taças  e  enchi  o  balde  de gelo,  socando  a  garrafa dentro dele. Calvin apareceu na cozinha quando eu estava tentando abrir o vinho com o saca-rolha. Desfilou seu corpo nu (nem tanto, se a gente contar com a corrente de prata) delicioso até chegar bem perto. Eu estava tão embriagado (e nem tinha bebido ainda) pelo seu perfume, que só notei que esteve ausente quando o senti em cheio novamente.

– Permita-me, vizinho lindo... Entreguei-o a garrafa, e ele a abriu em menos de um minuto. Sacanagem!

Serviu-nos nas taças com aquele  charme  todo de cozinheiro  experiente,  depois  me  ofereceu  uma delas.  Fizemos  um pequeno e silencioso brinde antes de darmos o primeiro gole. Seus olhos não largaram os meus, de tal forma que comecei a me sentir intimidado. Calvin deve ter percebido a minha total vergonha, pois sorriu e largou a taça em cima da mesa da cozinha. Pegou a minha sem pedir licença e fez o mesmo.

Mariah Carey gemia que daria qualquer coisa pelo amor de alguém naquela noite. Não soube onde colocar as mãos até que sua altura se colocou bem na minha frente, e me vi as apoiando em seus ombros largos. As mãos dele circularam a minha cintura. Olhando-o  de  perto,  percebi  marcas das minhas mordidas  em  seu  rosto  e  na  altura do  peitoral.  No início, achei que estivesse machucado, mas era marcas mesmo. Sorri.

– Nunca te disse o quanto te acho lindo, Jimin. Devo pedir desculpas por isso. – Colocou mais força em seu toque.
– Cometi um pecado enorme, e só me dei conta quando você abriu aquela porta. Fiquei mais  envergonhado  ainda.  Veja  bem,  muitos  homens  já  exaltaram  a minha  beleza  (que considero simples, conquistada apenas na fase adulta, já que fui um adolescente muito magro e cheio de  espinhas), mas nenhum  deles  me fez  ficar  tão  sem  reação  diante  do elogio.  Não  era  por  falta  de costume ou autoestima, era alguma coisa em seus olhos que me fazia ser um Jimin diferente.

– Eu também te acho lindo, e nunca te falei. Calvin sorriu amplamente.
– Mas você não precisa que eu diga o que já sabe, não é?                                                          

– Qualquer elogio saindo  de  sua  boca  é  uma  honra,  vizinho.  Mas  me  dê licença, quem está elogiando sou eu, e não terminei.– Riu de leve. Acompanhei-o.

Suas  mãos  subiram  pelos  meus mamilos e  pararam  no  pescoço,  apoiando  a  base do  meu  rosto. Depois, uma  delas  alisou  as  mechas  dos  meus  cabelos  que  estavam  para frente.  Seu  olhar  era  de verdadeiro vislumbre e... Puta merda, ele estava me estragando para vida toda.

– Você  é  mais  do  que  lindo.  Por  algum  motivo  que  desconheço,  a  vida achou  que  eu  merecia conhecer o que há por dentro e por fora desse homem incrível que você é. Estou muito feliz por ter te conhecido, e mais ainda por poder te chamar de amigo. Depois desta noite, claro. – Revirou os olhos.

 𝘖 𝘎𝘰𝘴𝘵𝘰𝘴𝘢𝘰 𝘋𝘰 105 ꧁☟︎︎𝕵𝖎𝖐𝖔𝖔𝖐꧂ Onde histórias criam vida. Descubra agora