É no mínimo triste aceitar que um erro previsível tenha sido cometido no intuito de evitá-lo.
– Vamos tomar um pouco de vinho? – sugeri baixinho. Não tínhamos conseguido sair do lugar; nossos beijos trocados eram bons demais para serem ignorados.
– Preciso me lavar antes, está bem? Olhamos juntos para o que havia entre suas pernas. Aquilo ali estava uma meleca. Eu tinha uma mão suja também, por isso fui me levantando devagar, apoiando-me com a outra.
– Fica a vontade, Calvin. O maldito sorriu e foi se levantando do tapete também. Peguei o vinho, percebendo que ainda estava frio – Calvin provavelmente tinha o retirado do congelador antes de vir –, e fui à cozinha. Lavei minhas mãos e a boca por lá mesmo.
Peguei duas taças e enchi o balde de gelo, socando a garrafa dentro dele. Calvin apareceu na cozinha quando eu estava tentando abrir o vinho com o saca-rolha. Desfilou seu corpo nu (nem tanto, se a gente contar com a corrente de prata) delicioso até chegar bem perto. Eu estava tão embriagado (e nem tinha bebido ainda) pelo seu perfume, que só notei que esteve ausente quando o senti em cheio novamente.
– Permita-me, vizinho lindo... Entreguei-o a garrafa, e ele a abriu em menos de um minuto. Sacanagem!
Serviu-nos nas taças com aquele charme todo de cozinheiro experiente, depois me ofereceu uma delas. Fizemos um pequeno e silencioso brinde antes de darmos o primeiro gole. Seus olhos não largaram os meus, de tal forma que comecei a me sentir intimidado. Calvin deve ter percebido a minha total vergonha, pois sorriu e largou a taça em cima da mesa da cozinha. Pegou a minha sem pedir licença e fez o mesmo.
Mariah Carey gemia que daria qualquer coisa pelo amor de alguém naquela noite. Não soube onde colocar as mãos até que sua altura se colocou bem na minha frente, e me vi as apoiando em seus ombros largos. As mãos dele circularam a minha cintura. Olhando-o de perto, percebi marcas das minhas mordidas em seu rosto e na altura do peitoral. No início, achei que estivesse machucado, mas era marcas mesmo. Sorri.
– Nunca te disse o quanto te acho lindo, Jimin. Devo pedir desculpas por isso. – Colocou mais força em seu toque.
– Cometi um pecado enorme, e só me dei conta quando você abriu aquela porta. Fiquei mais envergonhado ainda. Veja bem, muitos homens já exaltaram a minha beleza (que considero simples, conquistada apenas na fase adulta, já que fui um adolescente muito magro e cheio de espinhas), mas nenhum deles me fez ficar tão sem reação diante do elogio. Não era por falta de costume ou autoestima, era alguma coisa em seus olhos que me fazia ser um Jimin diferente.– Eu também te acho lindo, e nunca te falei. Calvin sorriu amplamente.
– Mas você não precisa que eu diga o que já sabe, não é?– Qualquer elogio saindo de sua boca é uma honra, vizinho. Mas me dê licença, quem está elogiando sou eu, e não terminei.– Riu de leve. Acompanhei-o.
Suas mãos subiram pelos meus mamilos e pararam no pescoço, apoiando a base do meu rosto. Depois, uma delas alisou as mechas dos meus cabelos que estavam para frente. Seu olhar era de verdadeiro vislumbre e... Puta merda, ele estava me estragando para vida toda.
– Você é mais do que lindo. Por algum motivo que desconheço, a vida achou que eu merecia conhecer o que há por dentro e por fora desse homem incrível que você é. Estou muito feliz por ter te conhecido, e mais ainda por poder te chamar de amigo. Depois desta noite, claro. – Revirou os olhos.
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𝘖 𝘎𝘰𝘴𝘵𝘰𝘴𝘢𝘰 𝘋𝘰 105 ꧁☟︎︎𝕵𝖎𝖐𝖔𝖔𝖐꧂
Fanfiction{CONCLUIDA} Park Jimin é um garoto que sempre sonhou com sua liberdade e independência e que finalmente as conquistou quando comprou sua casa própria. Mas junto ao pacote, ele ganhou também um vizinho fora do normal. A única casa colada a sua era...