Quando percebi que não podia dar mais nada, veio a certeza de que já tinha dado tudo.
Depois de me lavar rapidamente, vesti apenas o robe e me encontrei com o Calvin no tapete da Sra. Klein. Nosso jantar estava servido na mesa de centro (ele não perdeu tempo, fez questão de deixar tudo organizado); o baião de dois, já bem quentinho, exalava um cheiro que me fez lembrar o quanto sentia fome. Sentei-me do outro lado da mesinha de propósito, mantendo certa distância. Puxei um dos pratos, bem como os talheres,e mandei ver. Não o olhei, mas tinha consciência de que ele também estava comendo – e com a mesma vontade que me dominava. Sexo realmente dá muita fome!
Uns bons dez minutos se passaram. Eu até já tinha me esquecido de que não estava sozinho.
– Costuma gozar daquele jeito? – perguntou do nada. Fiquei admirado com o rumo de seus pensamentos, já que os meus navegavam em direções absolutamente opostas.
– Foi a primeira vez – respondi sem olhá-lo. – Não achava que fosse possível. Ouvi seu riso, e nem precisei vê-lo para saber que tinha sido um cafajeste. O silêncio voltou bem depressa. Percebi que eu estava engolindo a comida quase sem mastigar (que falta de educação, Jimin!). Dei uma pausa, tomando um pouco do vinho.
– Não paro de pensar nisso... Ver você daquele jeito... foi sensacional. Seria estranho se dissesse que fiquei irritado? Apesar de ter vivido uma experiência nova e intensa, não conseguia me livrar da sensação de fracasso. Acho que finalmente entendi que, por mais que eu o atingisse, jamais seria do mesmo modo como ele me atingiu. Todos os meus esforços eram em vão. Nada adiantava. E é por isso que eu estava tão decidido a recuar.– Jimin? – Sobressaltei-me. Nem tinha percebido que não estava prestando atenção em mais nada ao meu redor. Calvin apenas riu da minha confusão.
– No que está pensando?
– Estava me perguntando como seria viver sem amar ninguém. Deve ser difícil. Ainda não me sentia pronto para olhá-lo, mas seu silêncio deixou óbvio o descontentamento diante das minhas palavras.
– É muito mais fácil do que imagina. Bati a ponta da faca na mesa, irritado e muito impaciente.
– É mentira! – falei alto demais, encarando-o. Calvin estava segurando sua taça, e o prato jazia vazio sobre a mesinha.
– Você mente para todo mundo e para si mesmo! Não é fácil coisa nenhuma. Você é um frustrado, Calvin. Perdeu todos que amou, e agora acha que não pode amar mais ninguém. Ele me olhava admirado, sem conseguir acreditar que tive a coragem de dizer aquilo. Bom, ele não foi o único. Eu também não acreditava. Seu rosto começou a ferver de raiva. As expressões se fecharam em uma carranca dura.– Eu faço as minhas escolhas, Jimin. Bufei.
– Péssimas escolhas.
– Respeito as suas! falou um pouco mais alto também. Seu rosto ficava cada vez mais vermelho.
– Que tal respeitar as minhas?– Estou treinando. Se serei seu amigo, então meu dever é te alertar. Você não vai a lugar algum perdido desse jeito, Calvin. Ninguém chega aonde quer sozinho.
– Pensei que estivesse comigo! Balançou a cabeça em negativa, passando as mãos pelos cabelos.
– Eu não estou mais sozinho, estou? Tenho você.– É diferente... – Arfei alto, sem entender mais nada. – Você fica me expelindo. Como quer que eu realmente esteja contigo? Ele fez uma grande careta de confusão.
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𝘖 𝘎𝘰𝘴𝘵𝘰𝘴𝘢𝘰 𝘋𝘰 105 ꧁☟︎︎𝕵𝖎𝖐𝖔𝖔𝖐꧂
Fanfiction{CONCLUIDA} Park Jimin é um garoto que sempre sonhou com sua liberdade e independência e que finalmente as conquistou quando comprou sua casa própria. Mas junto ao pacote, ele ganhou também um vizinho fora do normal. A única casa colada a sua era...