Ser dele foi a melhor coisa que me aconteceu nas últimas semanas, mas têlo para mim está no grupo de melhores coisas que já me aconteceram na vida.
Calvin não me tocou durante todo o churrasco (uma pena...). A nossa despedida tinha hora marcada, e ele não pareceu disposto a adiantá-la. Aproveitei a oportunidade para lhe perguntar sobre o novo emprego, já que não sabia se tinha ou não dado certo. Para a minha alegria, ele me contou, animadíssimo, que estava adorando o cargo de cozinheiro. Até me convidou para visitar o restaurante; era um bem conhecido na cidade, especialista em massas. Fiquei muito feliz por ele. Mesmo.
E orgulhoso também. Sua alegria evidente enquanto narrava os acontecimentos daquela semana (só os referentes ao trabalho, não me falou nada sobre as vadias que comeu) me encheu de bom humor. Calvin estava esperançoso, pois via grandes possibilidades de promoção; o cargo de Cheff era ocupado por um senhor prestes a se aposentar. O vizinho ficou tão empolgado com o meu interesse que acabou expondo o seu cotidiano abertamente.Fiquei a par de toda a sua rotina: Calvin acorda cedo todos os dias para cuidar do jardim. Depois, vai à academia (claro que ele malha, e muito!). Chega a sua casa, come alguma coisa e se arruma para ir ao trabalho. Pega no serviço sempre às onze horas. Há uma pausa entre as três e as cinco da tarde, e depois só para às onze da noite. Seu único dia de folga continuou sendo os domingos. É realmente um dia a dia muito puxado, mas ele me garantiu que valia a pena. Não duvidei.
Almoçamos picanha gaúcha com baião de dois. Nem preciso dizer que estava uma delícia. Sério. Comi tanto que achei que fosse explodir, cheguei até a passar mal. Calvin gostava de me ver comer. Na verdade, disse com todas as letras: “amo te ver comendo o que cozinho”. Fiquei orgulhoso do meu próprio apetite (e ao mesmo tempo envergonhado por causa do modo carinhoso como me olhou ao me dizer tais palavras); mais uma vez, Calvin me mostrava que era capaz de fazer com que eu me sentisse bem até mesmo com relação aos meus defeitos.
Perto das duas da tarde, Calvin alertou que ia precisar sair, mas que voltaria logo. E, claro, que estaria na minha casa para nos despedirmos. Devo deixar evidente que falou isso com o sorriso mais safado do mundo estampado em seus lábios. Senti necessidade de estabelecer uma hora (para não correr o risco de me aprontar cedo demais e ficar esperando feito um maluco), portanto decidimos que nosso encontro seria as sete horas. Bom, quero dizer, Calvin estabeleceu até mesmo o fim dele ao sussurrar baixinho: das sete as sete. Tremi só de pensar nas doze horas mais foras de noção que sabia que passaria com ele. Aliás, a ideia toda me deixava tão assustado quanto excitado. Claro, bem mais excitado.
Às vezes parava para pensar na loucura que estava prestes a cometer, mas tentava me manter tranquilo. Seria uma noite memorável muito bem-vinda para o meu corpo; e, a partir dela, estaria livre do poder que aquele homem exercia sobre mim, mas não antes de fazê-lo estar preso ao poder que sei que exerço sobre ele.
O que fazer quando você sabe que vai passar a última noite com o cara mais gostoso do mundo? Ou melhor, o que fazer quando você sabe que vai passar a noite com o cara mais safado do mundo? Além de, óbvio, entrar em desespero total (porque a última noite com o Calvin mais me parecia ser a última noite da minha vida), precisava dar um trato em mim mesmo. Já que havia uma hora marcada, podia me preparar em todos os sentidos. Não seria pego desprevenido, como das outras vezes. Teria tempo suficiente para munir todas as minhas armas.
Foi por isso que, assim que nos despedimos (com um selinho molhado que premeditava os tantos beijos que trocaríamos naquela noite), corri para a minha sessão de beleza. Foi um reparo total, acredite. Fiz tanta coisa no meu corpo que nem acreditava que o Calvin pudesse fazer ainda mais: retirei todo e qualquer pelo que estava em excesso, fiz as minhas unhas das mãos e dos pés, hidratei o corpo com um banho de óleo afrodisíaco(também tenho cartas na manga), fiz escova nos meus cabelos hidratados.
Já eram quase seis horas quando concluí a minha sessão pré-foda com o vizinho, por isso tratei de fazer logo uma maquiagem legal. Nada exagerado. Pensei um brilho labial, mas novamente tive medo de parecer vulgar demais. Calvin devia estar acostumado com mulheres assim. Eu queria um pouco de dignidade (só pra variar). A pior parte foi decidir o que vestir. Decidi vestir uma cueca e por cima a blusa do Calvin... Perfeita. Quebrou a obscuridade, digamos assim, e até me deu um ar mais jovem, descontraído. Os cabelos bem escovados em frente ao espelho, e fiquei admirado comigo mesmo. Estava especialmente bonito. Do jeito como merecia ficar naquela noite. Da maneira como o Calvin nunca tinha me visto antes. Meu coração dançou ao ritmo de Boom Boom Pow quando ouvi batidas na porta. Achei que fosse morrer antes de ter a chance de lutar para sobreviver à noite. O nervosismo finalmente me atingiu, e me vi perdido, olhando por todos os lados.
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𝘖 𝘎𝘰𝘴𝘵𝘰𝘴𝘢𝘰 𝘋𝘰 105 ꧁☟︎︎𝕵𝖎𝖐𝖔𝖔𝖐꧂
Fanfikce{CONCLUIDA} Park Jimin é um garoto que sempre sonhou com sua liberdade e independência e que finalmente as conquistou quando comprou sua casa própria. Mas junto ao pacote, ele ganhou também um vizinho fora do normal. A única casa colada a sua era...