Um passo para a desistência, meio passo para a felicidade
- Bom dia, vizinho... - Já estava ficando mal acostumado. Aquela voz rouca sussurrando no meu ouvido se tornou obrigatória para as minhas manhãs, virou parte da rotina do mesmo modo como fazer xixi ou escovar os dentes. Mas a melhor parte mesmo foi nunca mais ouvir o meu despertador chato de novo.
Sorri de leve. Mesmo sendo segunda-feira, início também da nossa segunda semana como namorados (ai, meu pai amado!), não ousaria ficar chateado por ter que ir trabalhar. Principalmente depois de um domingo perfeito ao lado dele, com direito a churrasco, caipirinha e tudo de bom e do melhor que só aquele homem me proporcionava.
O episódio com a Karen-quenga passou longe da minha mente (tinha coisas mais legais para ocupá-la, por exemplo, o meu querido namorado desfilando sua sunga vermelha deliciosa). Calvin só me confirmou que nada havia sido roubado, e não fiz mais questionamentos. Queria esquecer que aquela louca existia.
- Bom dia, vizinho... - Virei-me para lhe dar um selinho. Estávamos na minha cama, absolutamente nus e cobertos por um edredom bem quentinho. Não dava vontade de sair dali nunca.
Se eu pudesse, ficaria em seus braços até o fim dos tempos.
Espreguicei-me. Senti mãos macias tocarem o meu corpo com sintomas de posse. Kook me tocava daquele jeito urgente desde as ameaças da vadia, na sexta-feira. Alguma coisa em seus olhos me pedia socorro, só que eu tentei ignorar seu grito silencioso durante todo aquele tempo. Não queria dar cabimento ao medo; precisávamos seguir em frente sem se preocupar com as sombras.
Sentei-me na cama e me espreguicei ainda mais. As mesmas mãos macias massagearam as minhas costas, e me arrepiei do dedinho do pé até o último fio de cabelo.- Vai achar estranho se eu te fizer um pedido? - falou baixo.
Olhei-o, meio desconfiado.- Depende do pedido. - Sorri só para tentar deixar o clima tranquilo, mas a verdade é que fiquei nervoso instantaneamente.
- Não posso ficar na cama hoje, tenho muito serviço.
Ele sorriu, mas foi um sorrisinho besta muito sem graça.- Por mais que eu te queira o tempo todo, jamais te prejudicaria no trabalho. Sentou-se na cama também, ao meu lado.
- É outra coisa... Sei que vai achar esquisito, mas eu... Queria que não usasse o seu carro hoje.Fiz uma careta. A minha cara estava inchada de sono e preguiça, portando a minha feiúra deve ter se elevado ao máximo. Até o Calvin acabou fazendo uma careta também, acho que assustado com a minha.
- Por quê?
Ele ficou me encarando. Uma ruga de preocupação se instalou de vez em sua testa. Jeon pensou tanto no que diria que achei que não fosse dizer nada. Apenas esperei, já prevendo alguma coisa ruim.
Ele estava com medo. Com medo que eu realmente me acidentasse, como sugeriu a quenga-mor.- Não temos garagem... Seu carro não tem alarme... Qualquer um pode sabotar o...
- Ei, ei... Espera aí, Kook. Acha mesmo que a vadia quer me matar? - Balancei a cabeça em descrença.
- Porque se sim, é mais válido irmos à polícia. Não vou viver com medo, preciso trabalhar e ter liberdade para ir e vir.- Não sei de mais nada, Jimin. A minha razão diz que tudo isso é bobagem, Karen não seria tão burra e maníaca assim, mas não consigo me afastar do medo. Deixa que eu te levo hoje. Por favor.
- E como vou voltar? Você estará no trabalho quando acabar meu expediente.
- Venha de ônibus.
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𝘖 𝘎𝘰𝘴𝘵𝘰𝘴𝘢𝘰 𝘋𝘰 105 ꧁☟︎︎𝕵𝖎𝖐𝖔𝖔𝖐꧂
Fanfikce{CONCLUIDA} Park Jimin é um garoto que sempre sonhou com sua liberdade e independência e que finalmente as conquistou quando comprou sua casa própria. Mas junto ao pacote, ele ganhou também um vizinho fora do normal. A única casa colada a sua era...