𝐂𝐫𝐚𝐳𝐲 𝐢𝐧 𝐋𝐨𝐯𝐞 ; drastória

𝟎𝟏.

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Plataforma 9¾. Um longo leito férreo magico coberto da fumaça quente ejetada pelo trem vermelho que levaria, hoje, os alunos de volta para Hogwarts.

Eu também era um desses alunos.

1º de setembro de 1998, quase quatro meses depois da tenebrosa guerra. O mundo bruxo, e mais especificamente, a ferrovia mágica estava muito mais vívida e alegre do que já esteve nos últimos anos. Todos suspiravam de contentamento pela paz que se instalava novamente em suas vidas.

Mas para mim este sentimento estava bem diferente. Após a guerra bruxa minha família se desmoronou, não só em reputação (que para mim era o de menos), mas em alegria.

Meu pai, Lúcius Malfoy, que já estava totalmente vulnerável durante a batalha só piorou após ela. Passava os dias se lamentando das suas escolhas e de todos, se afogando em bebidas durante o dia e a noite. As vezes tentava se erguer para participar dos encontros com sangue-puristas mas falhava miseravelmente. Já minha mãe nem sai de casa pela vergonha que sente de sua família.

Pedi para eles que me poupassem em voltar para a Terrível Hogwarts, apesar da Malfoy Manor também estar cheia de traumas, mas pelo menos na mansão eu não ficaria sozinho.

-Flashback on-

Sai do meu quarto e atravessei a mansão indo de encontro com o grande cômodo onde meus pais estavam.

Era uma longa sala de estar escura que parecia mais escritórios conjugados pois havia mesas e poltronas com luminárias e enfeites decorativos espalhados por todo o recinto. Lá fora palco de torturas e mortes provindas de Belatrix Lestrange.

Meu pai estava afundado na poltrona bebendo um whisky de fogo sofisticado de sua adega e lendo uma carta. Enquanto Narcissa caminhava em sua direção com uma cara zangada de chateação.

- Quantas vezes devo dizer que não é hora de tomar isso Lúcius! –ela toma o copo quase vazio de sua mão com raiva. –Ah, vejo que encontrou a carta.

- Que carta? –eu pergunto me aproximando de onde estavam.

​Eles viram surpresos para mim.

​- Draco. Recebemos uma carta de Hogwarts. –minha mãe responde se dirigindo ao outro lado do cômodo e entregando a garrafa de whisky ao elfo que estava por lá. –Para que os alunos que interromperam as aulas durante... o último ano letivo, volte ao castelo para recuperar o ano perdido.

​- Você deveria ir. –meu pai me incentiva. Narcissa pousava agora entre mim e a poltrona em que Lúcius estava sentado.

​- não... –eu murmuro não tentando ser agressivo.

​-Deve sim Draco. –minha mãe concorda com Lúcius.

​-Mas não tem razão para eu voltar, não quero me especializar em nenhuma profissão. –digo dando passos para trás, tentando me afastar deles. –Além de que todos me olharão e tratarão mal...

​-Ah, não diga isso... –Minha mãe se aproxima e toca em minhas costas com uma expressão de compaixão. Mas diferentemente, o meu pai move a poltrona que sentava, se virando para mim com agressividade.

​- Draco faça algo de útil dessa vez e vá para aquela maldita escola! –ele berra com ódio na voz.

​Minha mãe se treme um pouco assustada e eu apenas abaixo a cabeça deixando os meus cabelos claros, que antes estavam perfeitamente penteados, cair bagunçados em meus olhos.