the heart beat

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𝘦𝘶 𝘦𝘴𝘵𝘢𝘳𝘦𝘪 𝘤𝘰𝘮 𝘷𝘰𝘤𝘦̂, 𝘯𝘢̃𝘰
𝘥𝘦𝘪𝘹𝘢𝘳𝘦𝘪 𝘯𝘪𝘯𝘨𝘶𝘦́𝘮 𝘵𝘦 𝘮𝘢𝘤𝘩𝘶𝘤𝘢𝘳.
stand by you, the pretenders.

Verônica Lodge Pov

O despertador tocou às 8:30 da manhã. Remexi meu corpo e então percebi que Cheryl estava me abraçando enquanto dormia.

Retribuí seu abraço por uns segundos e depositei alguns beijos em sua testa. Acho que isso acabou por acordá-la.

— Desculpa. — pedi. — Por te acordar.

— Não, tudo bem. — respondeu sonolenta. Sua voz estava um pouco rouca pelo sono. Ela beijou meu pescoço me dando um arrepio. — Bom dia.

— Bom dia. — sorri para seu rosto que mesmo ela tendo acabado de acordar, estava linda. — Preciso me arrumar. Sua consulta é de tarde, certo?

— É sim. Vai tomar banho?

— Vou, porquê?

Cheryl sorriu com malícia. E quando percebi, ela estava beijando meu pescoço delicadamente. Mas seus beijos ali eram bons, ela sabia o que estava fazendo.

Passei minhas mãos em suas costas para acariciar por baixo da blusa por um tempo.

Mas ela levantou sua cabeça de repente
me deixando confusa.

— Cher? Então? — sentei na cama tocando em sua testa.

— Oh merda, os enjoos matinas. — Cheryl saiu da cama num pulo e correu para o banheiro de meu apartamento. Logo escutei o barulho de ela vomitando e me levantei.

Eu me levantei um pouco preocupada mas sabendo que era normal. A encontrei no chão do meu banheiro dando a descarga no vaso e depois limpou um pouco os cantos da boca.

— Não queria que me visse assim, desculpa. — ela disse. Neguei com a cabeça acariciando sua bochecha. Mostrei um sorriso para lhe reconfortar. — Eu amo essa bebê com minha vida mas... Às vezes eu gostaria de não estar grávida. — percebi lágrimas se formarem em seus olhos e imediatamente procurei abraçá-la.

— Porque diz isso, Cheryl?

— Às vezes é triste. Às vezes eu paro para pensar como vou dizer a essa menina que seu próprio pai era um traste. Ou então eu me encontro chorando na cama querendo carinho e simplesmente percebo que não tem alguém ali. Para me dar suporte, para me ajudar, para —

— Shhh. — a interrompi, apertando seu corpo um pouco mais. — Eu estou aqui agora. Estou aqui para te encher o saco sendo doida por sua barriga, — acariciei sua elevação. — estou aqui para te dar atenção também, como merece. Você não vai mais se sentir sozinha, não enquanto eu puder cuidar de você.

Cheryl retribuiu meu abraço deixando sua cabeça em meu peito. Escutei seu choro baixinho e acariciei sua nuca.

Acho que ela só tentava demonstrar essa imagem forte para todo mundo. Vê-la tão frágil na minha frente foi até estranho, mas eu a entendia. A entendia melhor que ninguém e por isso eu estaria ali.

∙∙∙

Eu acabei não indo trabalhar de todo naquela manhã. Eu me desculparia com Marie amanhã.

veronica in paris ⋅ cheronica [𝐜𝐨𝐧𝐜𝐥𝐮𝐢́𝐝𝐨]  Onde histórias criam vida. Descubra agora