— Eu não estou dizendo que você deveria comprar, mas pense, Fluffy gosta disso. Você não diz que ele é seu filho? Deveria o mimar um pouco mais. —Harry apresentou seu argumento, a encarando com a cara mais lavada do mundo.
— Você acha que aquele rato consegue comer uma manga inteira? — Indagou irritada. — E ainda tem coragem de dizer que ele precisa ser mais mimado? Harry, você comprou uma gaiola gigante semana passada! — Revirou os olhos.
Não era difícil notar que seu rato era mais bem tratado do que ela.
— É só administrar bem a manga, sabe? Um pouquinho por dia, ele adora manga! — Tentou convencê-la, mas ela continuava com aquela mesma feição, que não cederia fácil. — Eu desisto, vou ter de comprar manga para ele.
— Você é impossível. — Negou com a cabeça, tentando processar que estava tendo a mesma discussão todo final de semana.
Ainda sem carro, ela agora apelava para o deliveryde mercado, deixando tudo separado aos finais de semana (por puro hábito) e pedindo na segunda, já que faziam a entrega no mesmo dia. Mas Harry sempre parecia muito interessado e ela percebeu que ele adorava comprar, mesmo que fosse verduras e sorvete.
Ela bloqueou seu celular e encarou a mão do menino em sua perna desnuda, os dedos acariciavam sua coxa com calma e era um toque bom, gostava disso. Estavam no sofá da casa de Harry, pouco passava das cinco da tarde e ela finalmente tinha parado de trabalhar.
Porque assim que colocou os pés na casa, seu celular tocou insistentemente e teve de pegar o notebook da bolsa e trabalhar e apesar da vergonha, Harry foi compreensivo e até fez chá, ficando ao seu lado e a assistindo xingar e ligar para pessoas com nomes no mínimo engraçados.
Harry gostava da presença da morena, gostava de a ver concentrada ao trabalhar e de como sempre acabava xingando baixinho, suas pernas cruzavam e voltavam tantas vezes em poucos minutos que chegava a ser engraçado, mas continuava linda. Sempre linda.
Contudo, quando ela fechou o notebook e prometeu a a si mesma que não atenderia mais telefone algum, procurou por Harry e o encontrou na sala, sem camisa e cochilando sentado no sofá, apesar de tentar não o acordar, foi impossível, ele não ficou irritado, apenas a abraçou de lado e encaixou seu rosto na curvatura do pescoço da menina, inalando seu cheiro.
E após a complexa discussão sobre mangas, a menina pousou suas mãos na de Harry, acariciando seus dedos levemente e sentindo um beijo em seu pescoço. Ele a assistiu dedilhar suas tatuagens, tão absorta no que fazia que sequer ousava a parar, mas ela o fez por um segundo.
— Por que chuva? –— Indagou ainda entretida. — Não sei se gosto disso.
— Como assim?
— É, tenho medo do verão.
— Temos chuvas de verão, amor. — A confortou, entendendo perfeitamente o que queria dizer.
— Acho que estou aprendendo o que é amor. — Confessou, e finalmente virou a cabeça para o encarar. — Obrigada, Harry.
E ele perdeu as palavras por um momento. Seus olhos procuraram a íris de Amanda, e apenas encontrou apreço, um olhar que não se recordava de ter visto nela, e aquilo o aqueceu por dentro, sua confissão tímida, mas tão significativa, e estampava sua personalidade, escancarado quem ela realmente era... percebeu que ela não era quem deveria se indagar "como havia conseguido".
Harry, na verdade, não sabia como havia conseguido ter alguém tão incrível ao seu lado.
Amanda queria beijá-lo, mas se aproximar foi suficiente para que ele inclinasse o rosto, tomando seus lábios com paixão, não tendo melhor palavra para descrever. A Analista arfou, abrindo mais a boca e dando espaço para que ele a beijasse, arrumou sua postura sem quebrar o beijo ávido, se sentia no céu. Já não havia mais barulho de chuva ou ruídos da TV.
Porque ela não conseguia se concentrar em mais nada que não fosse o beijar.
Ela impulsionou seu corpo para frente e sentiu o corpo quente de Harry, sensações novas a despertavam, era quase instintivo, ela queria sentir mais, queria saber que ele estava ali. Seus dedos correram pelos cabelos dele e puxou de leve, mas o corpo do moreno reagiu rápido, um som baixo escapou de seus lábios e a puxou pela cintura, vendo-a ceder e sentar em seu colo.
Uma perna de cada lado. Receosa, Amanda sentiu o coração bater rápido quando o aperto nas calças de Harry já era visível, as mãos grandes perigosamente traçando o caminho por suas costas. Ele mordiscou o lábio inferior, e ela viu como uma oportunidade para experimentar algo: lentamente desceu os beijos pelo queixo, a língua quente desenhava círculos imaginários pela pele macia, correndo até o pescoço e sugando-o sem pressa. Harry gemeu baixo, instintivamente apertando sua bunda com força. Talvez numa comparação fútil, Amanda sentia que cada toque lhe incendiava.
Os quadris instintivamente mexeram, a fricção, mesmo que por cima dos tecidos, fez com que um som estranho saísse de sua boca, não sabendo que apenas tinha provocado Styles, que rumou os dedos para dentro da regata escura num toque incerto, relaxando apenas quando percebeu os músculos da Analista já não tencionados. Amanda mordiscou seu pescoço e ele tocou a barra do sutiã rendado.
Aflita, as pernas se fecharam num movimento involuntário.
— Posso? — Sussurrou ainda de olhos fechados.
Amanda assentiu com a cabeça lentamente, talvez quase imperceptível. Inspirando fundo, Harry espalmou a mão sob a taça rendada, os mamilos rijos tomaram vida com o simples toque à medida que ela retorcia os lábios em puro prazer. Trêmula, sequer sabia o que fazer, mas sentiu os lábios serem tomados num toque sedento, tentando controlar a respiração à medida que as carícias intensificavam.
Ele se segurou em todo o autocontrole possível para não adentrar as mãos no sutiã, sentindo a respiração de Amanda desregular e o corpo estremecendo ao prazer. Um sorriso sacana estampou os lábios carnudos ao se afastar minimamente para dizer:
— Você é tão gostosa... — Mordiscou o lóbulo da orelha, as mãos pressionando os seios — você me enlouquece, Mandy.
Timidamente puxou os cachos com certa força, Harry forçou um movimento em seus quadris e o volume fez a Analista arfar baixo, o interior girava em antecipação. No entanto, o moreno percebeu que não conseguiria mais, e os toques gradativamente sumiram: as mãos tatuadas repousaram nas costas, os beijos ávidos tornaram-se pequenos toques, a respiração lentamente voltou a calmaria quando ela repousou o rosto na curvatura do pescoço dele, inspirando o cheiro delicioso.
Sequer era capaz de retribuir tanto carinho.
Em silêncio, ficaram na confortável posição por quase dez minutos, sendo quebrado apenas pelo estômago de Harry roncando alto. Riu sem graça, segurando na cintura alheia antes de sussurrar:
— Acho que preciso ser alimentado.
E não demorou para que os dois estivessem na cozinha, preparando um jantar caseiro como há tempos Styles não tinha: o ajudou a descascar as batatas e lavar os legumes. Quando a carne estava no forno, Amanda deixou os garfos na pia, caminhando para perto dele com as mãos atrás do corpo.
— Adoro nosso trabalho em equipe. — Piscou ele, se aproximando.
— Eu também. — Confessou, sorrindo quando ele apoiou as mãos na bancada, lhe encurralando. — Mas se ficar ruim a culpa é sua.
— Ouch, você já foi mais legal comigo! — Revirou os olhos, o tom brincalhão.
— Você sabe que... — Foi interrompida pelo toque do celular do namorado.
— Desculpe, amor. — Pediu, puxando o aparelho do bolso.
Mas Amanda conseguiu ver quem era.
Teve certeza que não estava enlouquecida, ele rapidamente recusou a ligação, mas pouco antes de colocar no bolso, tocou novamente. Nesse momento, teve sua confirmação de que não estava vendo coisas: a quase imperceptível mudança na feição, essa, já raivosa, a fez questionar sobre si mesma, uma pontada de insegurança a atingiu em cheiro.
Por mais que tentasse se convencer do contrário, a comparação era no mínimo absurda.
— Atenda, Harry. — Pediu quando tocou pela quinta vez.
— Amor, com certeza não é... — começou, mas o aparelho tocou novamente e, dessa vez, atendeu. — O que você quer?
— Estou na porta. — Um sorriso fajuto iluminou o rosto da modelo.
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On Rainy Days [H.S] [PT/BR]
FanfictionAmanda não acreditava em destinos: a mística na palavra para vender romances clichês e alimentar esperanças nas pessoas não combinava com a menina. Harry, no entanto, acreditava fielmente em destinos, e principalmente que ele lhe reservava um amor p...