Necklace

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No primeiro dia, Amanda passou o dia no sofá, assistindo todos os vídeos possíveis sobre Harry: desde sua audição no X-Factor até suas entrevistas em rádios e bastidores de gravações. Ela não esboçava reação alguma, apenas mantinha-se estática com uma postura perfeita no sofá e assistia com cautela, observando cada detalhe.

No segundo dia, ela assistiu todos os videoclipes que Harry participou, enquanto, Harry, em outro continente, se embebedava as onze da manhã agarrado ao cachecol vermelho, que pretendia não o deixar tão cedo. Ele vagou por seu quarto e dormiu no sofá, sendo amparado por seus colegas de banda de noite, que lhe chamaram para uma festa.

No terceiro dia, Amanda chorou até seus olhos doerem enquanto escutava todas as músicas dele, desde as com seu antigo grupo até suas músicas solo. E quando acordou, mal percebeu que já era onze da noite, e não havia feito nada para comer. Ela lavou alguns vegetais e cortou em pedaços pequenos, bem como algumas frutas e deu ao seu ratinho, que devorou o banquete sob o olhar de Amanda que, de pijamas, comia macarrão instantâneo ao lado de uma pequena e medíocre árvore de Natal.

No quarto dia, a morena cogitou responder a mensagem de feliz natal, enviada por Harry. Contudo, preferiu o ignorar e, com o notebook apoiado nas pernas, ela leu todas as matérias nas 20 páginas de pesquisa. E a cada leitura, seu cenho se franzia e ficava cada vez mais confusa. Ela viu as pessoas na qual Harry já havia namorado, os rumores sobre ele e, de fato, que sua vida era pública até demais, mas até que ponto tudo aquilo era verdade?

E no quarto dia, Harry presenteou seus colegas de banda e desejou que Amanda estivesse lá. Encarou o celular praticamente o dia todo, mas ela não iria lhe responder tão cedo, o que o fez colocar a sacola preta na mesa de cabeceira e a encarar até amanhecer quando chegou do show.

No quinto dia, ela foi até o escritório e trabalhou de fones o dia inteiro, certa de que não iria cair nas provocações da loira, o celular dela sentia falta de Harry. E ele fez um esforço imenso para não chorar quando performou Girl Crush, a última música da noite. E por mais que a música não tivesse sido escrita para Amanda, era a que mais combinava com ele naquele momento.

Porque ele estava desesperadamente apaixonado por ela.

No sexto dia, antes de ir trabalhar, Amanda se olhou no espelho por mais de quinze minutos interruptos, encontrando todas as suas falhas e se perguntando insistentemente o motivo de Harry ter lhe beijado, afinal, todas as outras na qual ele havia se relacionado, de acordo com a internet, não eram nada mais nada menos que capas de revista. Ela cogitou lhe mandar uma mensagem, a antecipação crescia, mas ela não fez.

Se ela fizesse, ela choraria.

E no sétimo dia ele estava no aeroporto, com a cabeça enfiada no cachecol vermelho e óculos escuros, fechava os olhos e não conseguia não pensar nela, e só a ideia de assim que chegasse em Londres fosse a última vez que lhe encontraria, seu estômago embrulhava, a ideia de a perder lhe assustava muito, o suficiente para que fizesse preces silenciosas para que Amanda não se afastasse.

Por mais que merecesse.

No oitavo dia, Amanda apresentou melhorias nas planilhas de controle e participou de duas reuniões que poderiam ter sido pequenos e-mails. Quando chegou na sua mesa, pôde perceber que o tempo já fechava, as nuvens carregadas denunciavam que iria chover, apesar das ruas estarem cobertas de neve.

E ela sentiu vontade de chorar, mas não fez. Apenas se sentou e decidiu ocupar sua cabeça com o trabalho. Seu celular vibrou duas vezes, e tinha certeza de quem era.

Harry jogou as malas no chão e se jogou no sofá, encarando o celular e desejando insistentemente que ela lhe respondesse. Já passava das 19h, será que Amanda estava fazendo hora extra?

On Rainy Days [H.S] [PT/BR]Onde histórias criam vida. Descubra agora