On Rainy Days [H.S] [PT/BR]

Beach

[Harry]: Você não acredita no amor, Amanda?

Touché.

Não fez cerimônias para responder, seus dedos correram pela tela do celular como sempre, ela não esboçou reação alguma. Não houve um mísero pensamento, a resposta já estava ali, na verdade, ela sempre esteve ali.

[Amanda]: Não.

Amanda nunca soube o que era amor: Merle e Christina não eram nem de longe pessoas que ela nutria algum carinho, apesar de terem a colocado no mundo. Falar sobre eles lhe deixava assustada, irritada. Talvez a pessoa na qual teve um sentimento que chegasse perto do que supunha ser amor, seria por Helena, sua falecida tia.

Se Helena estivesse lá, tudo seria diferente. Ela costumava preparar biscoitos de chocolate enquanto a garota estudava, lhe aconselhava sobre a vida e até mesmo fazia tranças esquisitas no cabelo dela. Se sua tia estivesse viva, provavelmente a vida de Amanda não seria tão cinza quanto seu sofá.

Se ela pudesse pedir um favor aos céus, na próxima vida, queria que Helena fosse sua progenitora.

Do outro lado da tela, Harry franziu o cenho com a mensagem. Amanda não parecia a pessoa mais romântica do mundo, mas sua afirmação lhe deixou um pouco surpreso. Ele digitou e enviou, mas só depois percebeu o peso de suas palavras

[Harry]: Eu acredito veemente no amor.

E não era mentira, ele realmente acreditava. Seus relacionamentos passados lhe trouxeram dor, mas ele sabia que estava aprendendo com os próprios erros, ele também precisava viver, errar e acertar. Apesar de tudo, nunca se privou de viver um romance, mesmo que as circunstâncias não fossem a mais favoráveis para ele: não era fácil ser a namorada de Harry Styles.

Pessoas famosas estavam acostumadas com a falta de privacidade, mas e os outros? Harry viu sua vida se transformar do dia para a noite, nem todos tinham a ambição de serem famosos, nem todos se sentiam confortáveis com a ideia, e isso poderia tornar sua vida difícil de muitas formas.

Ele só queria viver como uma pessoa normal.

Sua semana havia tão péssima de tantas formas que mal conseguia explicar. Amanda vinha sendo uma ótima companhia, apesar de suas palavras curtas e diretas, era uma boa amiga, mas ele não pretendia dizer isso tão cedo. Harry respirou fundo quando as notificações de mensagem de seu manager começaram a aparecer, ele não queria lidar com mais nada por nada.

Ele precisava respirar.

[Harry]: Que tal cometermos uma loucura?

[Amanda]: Eu não sei do que você está falando. O que quer fazer?

[Harry]: Não posso contar, perde a graça.

[Amanda]: Eu não posso aceitar algo que não sei, Harry.

[Harry]: Mandy, não seja tão velha. Você vai adorar, eu tenho certeza.

Harry era impulsivo, e a menina teve mais certeza disso.

[Amanda]: Preciso colocar um vestido?

[Harry]: De jeito nenhum.

[Amanda]: Estou em casa, fico pronta em quinze minutos.

Harry sorriu, se levantando e correndo para o banheiro. Não era a ideia mais inteligente, quem iria à praia de noite, no frio?! Mas só se vive uma vez, e era essa frase que impulsionava Harry a abandonar o conforto de sua casa para ir passar frio no litoral.

— Por favor, não chova... — sussurrou enquanto tirava a camisa, jogando-a no chão.

Ele não demorou para se arrumar: sabia que a temperatura era baixa, por isso, além de reforços nas roupas de frio que vestia, pegou um casaco preto e uma touca para Amanda, talvez com isso ela fosse lhe odiar menos. Harry colocou as roupas numa mochila preta e desceu as escadas, se preparando para pegar a estrada e esquecer de tudo por algumas horas.