🖤 26.° Capítulo

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Agora sei como é que um porco se sente quando está prestes a ir para o abate. Estão todos a olhar para mim e uma grande ânsia toma o meu peito. Parece que chegou a minha vez e agora é oficial, sem mais segredos entre nós. Há uma pequena e estranha sensação de alívio dentro de mim. Quão má poderá ser a reação deles? Eu espero que eles me compreendam e que nada mude entre nós.

O meu coração para de bater quando vejo a data 11 de maio. Como assim? Olho para todos os lados como se estivesse à espera de uma explicação e quando vejo a cara do Lucas percebo que ainda não chegou à minha vez. Pela expressão na cara dele não sei se o que virá a seguir será algo agradável. Mas quem sou eu para o julgar se fiz algo tão desprezível? Eu sou podre por dentro, um verdadeiro lixo nojento.

O que eu nunca esperei ver? O Lucas parece um tanto envergonhado e enraivecido. Agora estou curiosa e quero muito saber o que irá acontecer a seguir.

As câmaras da escola captam todos os movimentos do Lucas e seguem-no para todo o sítio como se alguém esperasse que a qualquer momento ele fosse cometer algum crime e o quisessem apanhar em flagrante. Um funcionário da escola, alto com cabelos castanhos e olhos castanhos escuros, aproxima-se de um rapaz vestido de preto, alto com cabelos pretos e olhos marcantes, entrega-lhe um maço de notas e diz-lhe qualquer coisa ganhando um sorriso largo. O rufia coloca no rosto a máscara de inatingível, aproxima-se do Lucas e bate o seu ombro com o dele, abrindo um sorriso enorme quando o Lucas olha para ele. O Lucas sorri de uma forma macabra e, do nada, a sua mão em punho choca-se com a cara do rufia. Deus! O nariz do rufia começa a espirrar sangue e este sorri, estranhamente satisfeito, como se o Lucas lhe tivesse dado o melhor presente de sempre.

A vice-presidente da escola, a Sra. Katherine Deveraux, avança apressadamente pelos corredores até chegar perto dos rapazes e um grande sorriso malicioso toma os seus lábios ao ver o Lucas levantar a t-shirt e limpar o sangue da mão. Ela olha para o funcionário e pisca-lhe o olho antes de se aproximar do Lucas.

Lembro-me de um dia estarmos todos juntos a jogar verdade ou consequência e o Lucas admitir que as mulheres mais velhas são um grande ganho na sua experiência. É, parece que vamos ver o quão boa foi essa experiência.

A Sra. Deveraux é uma vista estonteante. Ela é alta, tem cabelos crespos, lindos olhos cor de chocolate e é uma verdadeira montanha-russa cheia de curvas.

Ela sussurra algo ao ouvido do Lucas e este estremece antes de lançar um olhar para o rufia, um olhar que parece prometer vingança. O rufia sorri inocentemente para o Lucas e acena para ele à medida que o vê seguir os passos da Sra. Katy.

O Lucas semicerra os olhos quando Katy entra no seu escritório e abre um botão do vestido, como se estivesse com calor. Ela fecha a porta e aponta a cadeira em frente à sua mesa antes de se mover até à janela e fechar as persianas. O escritório de Katy é enorme, tem uma estante que ocupa a parede toda, atrás da sua secretária, cheia de livros, um mini-bar no canto oposto e uma carpete escura que une um grande sofá castanho escuro a duas poltronas de cor creme.

Eu nunca vi ou ouvi falar nada a respeito da Sra. Deveraux, mas vendo a forma como ela se atira descaradamente ao Lucas, faz-me perceber que nem ela é capaz de resistir aos seus encantos.

Ela senta-se na cadeira e olha para ele lascivamente como se a qualquer momento fosse saltar-lhe em cima.

"Tsk! Tsk! Tsk! Eu pensei que já tivesses aprendido a tua lição. Tu não és o rei da escola e não podes bater nos teus colegas só porque te apetece." O Lucas ignora-a completamente, tira o telemóvel do bolso e começa a mandar mensagens.

Jogo de Prazer (Livro 1)- Série Switch Onde histórias criam vida. Descubra agora