Boa leitura!
No andar térreo, em um dos salões destinados a pequenas recepções, havia uma longa mesa, coberta de petiscos e pratos quentes. Garçons vestidos de branco postavam-se atrás da mesa, servindo peixe grelhado, lagostim ensopado, pernil e carne assada aos visitantes famintos do bazar. Uma grande variedade de saladas e sobremesas completavam o cardápio. E, no centro da mesa, havia uma imensa poncheira de cristal, cheia de eggnog, a bebida típica da época do Natal, preparada com ovos, leite, açúcar, rum e canela.
Finalmente livre de seu posto na barraca de dardos, Jimin foi se juntar ao tio e a noiva. Os três se apressaram em comer antes que o baile tivesse início, no salão principal. Como a maior parte dos presentes já houvesse jantado, os três se sentaram a uma mesa junto à janela e saborearam a comida, comentando como estava deliciosa. Quando Jimin comeu o último pedaço de um cala, revirou os olhos de prazer, pois adorava os bolinhos de arroz bem temperados, considerados um prato típico de Nova Orleans.
- Não quer sobremesa, Jiminie? - Colfax perguntou.
Ele sorriu e pousou a mão sobre o estômago. - Não conseguiria comer mais nada - confessou.
- Pois não sabe o que está perdendo - o tio comentou. - Este sorvete com pêssego e licor está absolutamente soberbo.
O conde riu. - Se eu me atrever a experimentar algum dos doces, não vou conseguir dançar - disse, antes de virar-se para lady Seulgi. - Está com disposição para dançar, querida?
A lady assentiu, colocou a xícara de café no pires e disse. - Se vamos dançar a primeira valsa, é melhor nos apressarmos. Já ouço a orquestra afinando os instrumentos.
- Vão, vocês dois - Colfax sugeriu, apontando para a sobremesa que ainda comia. - Na minha idade, o interesse pela comida é muito maior do que o interesse pela dança.
Jimin e Seulgi riram e levantaram-se. Park inclinou-se para beijar o tio. - Vejo o senhor lá em cima, dentro de alguns minutos.
De mãos dadas, o casal subiu a escada com passos rápidos e entrou no salão no instante em que a orquestra começava a tocar. Em questão de segundos, a pista estava lotada.
- E então? - Jimin indagou, fitando a condessa nos olhos. - Vamos dançar a primeira valsa?
- A primeira e a última - ela respondeu em tom carinhoso, conduzindo-a até a pista.
Enquanto giravam ao som da valsa, Jimin lembrou-se do que as damas do comitê de organização do bazar haviam comentado sobre o belo salão. Ergueu os olhos para a noiva e disse.
- Querida, você sabia que os bailes dos crioulo se realizam neste salão? - Como estivesse olhando para ela, teve a nítida impressão de que Seulgi empalideceu, além de piscar repetidas vezes, aparentemente nervosa. Curioso, ele inclinou a cabeça para o lado e acusou. - Você já sabia.
- Pelo amor de Deus, Jiminie! Todos em Nova Orleans sabem dos bailes dos crioulos!
- Ah, sim. - Park continuou a fitá-la, perguntando-se por que a simples menção dos tais bailes a perturbava tanto. Respirou fundo e perguntou. - Você já...?
- É claro que não! - a lady respondeu, irritada. - E não acho que um cavalheiro da sua posição deva fofocar sobre esse tipo de coisa.
- Ora, Seulgi, não acha que está sendo um tanto rígida? - Como ela não respondesse, ele continuou. - Melissa Ann Ledette jura que algumas das damas mais respeitadas da cidade, tanto solteiras quanto casadas, frequentam os bailes dos crioulos.
- É possível, mas eu não saberia dizer.
- Elas vão aos bailes para escolher lindos crioulos e tomá-los como amantes. Então, instalam-nos em casinhas bem conservadas, pintadas de branco, na rua...
VOCÊ ESTÁ LENDO
Segredos Perigosos [CONCLUÍDA]
Romance[EM REVISÃO] Ele era um cavalheiro respeitável, exceto nos braços dele! Nova Orleans, EUA, 1856. O conde Park Jimin estava fazendo de tudo para não cair nas garras de Jeon Jungkook. Mas, ao saber que o navio em que viajavam estava afundando, ele dec...