Capítulo XXVII

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Boa leitura!

Jungkook conduziu Jimin, que continuava a chorar, para dentro do espaçoso apartamento e fechou a porta atrás de si. Agarrado a ele, Park tentava, entre soluços, explicar o que havia acontecido. Mas estava tão nervoso, tão sem fôlego e chorando tanto, que suas palavras se seguiam umas às outras, em uma explosão de revelações confusas, que não faziam o menor sentido.

— ...comecei a suspeitar... pegou o testamento... via as contas... não tem dinheiro... acusei-a... ficou furiosa e violenta... disse que ia... que ia...

— Psiu — Jeon tentou acalmá-lo. — Está comigo, agora, Minie. Está seguro. Não chore, meu querido.

— Não estou. chorando — ele soluçou, enterrando o rosto no peito do outro. — Eu... Ah, Jungkookie... vim até aqui por que... não sabia se você... O que vou fazer agora?

— Agora você vai beber uma boa dose de conhaque — ele declarou com voz calma e autoritária, acomodando-a em um sofá. Mas quando tentou soltá-lo e afastar-se, o conde puxou-o para si, desesperado.

— Não me deixe, por favor, não me deixe.

— Nunca vou deixá-lo, chérie — Jeon murmurou, voltando a abraçá-lo.

Então, levou-o consigo até o bar, no outro canto da sala. Em vez de entrar por detrás do bar, manteve Jimin dentro do círculo protetor de seus braços e, estendendo-os, alcançou a garrafa de conhaque e um copo, serviu uma dose generosa e insistiu para que ele bebesse. Entre soluços e acessos de tosse, Park engoliu a bebida forte e, imediatamente, começou a sentir um calor agradável espalhar-se pelo seu corpo. Antes de esvaziar o copo, já estava bem mais calmo. Parou de chorar, respirou fundo e bebeu o último gole, antes de depositar o copo vazio no bar.

— Está se sentindo melhor? — Jeon perguntou, girando-o lentamente em seus braços, até estarem de frente um para o outro. Jimin assentiu, passou os braços fracos em torno da cintura dele e aconchegou a cabeça dolorida de encontro ao peito largo.

Jungkook o apertava em um abraço terno, mas totalmente inocente. O conde fora procurá-lo em busca de consolo, e era o que ele lhe daria. Por um longo momento ficaram ali parados, diante do bar, abraçados e calados, partilhando o breve interlúdio de serenidade. Então lord Park ergueu lentamente a cabeça e fitou Jeon nos olhos. Naqueles belos olhos escuros ele viu a mais genuína compaixão. O que tocou seu coração, como nada havia tocado em muito tempo, fazendo com que ele se arrependesse de ter ido procurá-lo e incomodá-lo.

Jimin respirou fundo, ergueu a mão e acariciou o rosto másculo. — Jungkook, perdoe-me. Eu não deveria trazer meus problemas para você.

Ele fitou o conde com um ar preocupado e falou com voz rouca de emoção. — Querido, sinto-me honrado por você ter vindo a mim em um momento difícil.

Park tentou sorrir, mas não conseguiu. Deslizou a mão pela face pálida e pousou-a no peito largo. No mesmo instante deu-se conta de que o corpo musculoso e viril de Jungkook estava colado ao seu com intimidade. Perguntou-se se ele também se dera conta disso. Fixou os olhos na boca tentadora. Os lábios sensuais estavam entreabertos e, naquele instante, Armand passou a língua por eles, provocando-lhe um arrepio.

— Está com frio, querido? — ele perguntou com uma preocupação genuína, apertando-o contra si.

Jimin sacudiu a cabeça e engoliu em seco. Sentiu as batidas do coração de Armand sob seus dedos. Viu o pulsar de uma veia no pescoço branco. Fitaram-se por um longo momento, sentindo um novo tipo de tensão tomar conta de ambos. Finalmente, ele murmurou: — Jungkookie, ah, Jungkookie.

Segredos Perigosos [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora