Capítulo XXX

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Boa leitura!

No hospital Jimin tremia de frio, apesar do calor agradável daquela noite de maio. Imóvel e tenso, ao lado de Montro, ele observou o dr. Ledette se aproximar. A expressão sombria no rosto do médico delatava a gravidade da situação. Park apoiou-se na parede, sentindo-se fraco e aterrorizado. Dr. Ledette parou diante dos dois, sorriu com gentileza e cumprimentou Montro.

— Dr. Ledette, ele está muito ferido? — Jimin perguntou, mal conseguindo respirar. — Vai ficar bem? Está consciente?

O médico de meia-idade respondeu cuidadoso: — Jungkook foi terrivelmente espancado, lorde Park. Recebeu golpes muito violentos na cabeça, no peito e no estômago. O inchaço é grande e, infelizmente, ainda é cedo demais para sabermos quais as possíveis consequências. — Percebendo o desespero nos olhos dele, pousou a mão em seu ombro e acrescentou. — Lamento não ter boas notícias a lhe dar, meu querido. Talvez a sua presença faça por ele o que não fui capaz de fazer. Quando foi trazido para cá, Jeon chamava seu nome.

Jimin assentiu, engoliu em seco e, determinado a não chorar, perguntou:

— Onde ele está? Quero vê-lo.

—Claro — disse o dr. Ledette. — Mas devo preveni-lo sobre a aparência dele. O rosto de Jeon foi brutalmente atingido. Ele... não parece o mesmo homem, Compreende?

— Sim, compreendo, mas não me importo. Por favor, leve-me até ele.

— Sim, vamos. — Park virou-se para Montro. — Venha comigo. — pediu.

Seus próprios passos, assim como os de Montro e do dr. Ledette, ecoavam nos ouvidos de Jimin quando os três percorreram o corredor sombrio e silencioso. Ele se concentrou na tarefa de colocar um pé diante do outro, lutando para dominar o pânico que ameaçava sufocá-lo. Tinha de ser forte e responsável, pelo bem de Jungkook. Não poderia deixar que ele o visse se comportar como um homem histérica.

— É aqui. — Dr. Ledette informou-o, parando diante de uma porta fechada. —Tem certeza de que vai ficar bem?

— Sim, senhor. — Ele respondeu, exibindo um sorriso corajoso. Reconhecendo a preocupação no semblante do médico, disse. — Não se preocupe dr. Ledette. Não tenho a menor intenção de desmaiar.

— Muito bem. Vou lhe dar alguns minutos a sós com ele e; então, voltarei para examiná-lo.

— Obrigada, doutor. — Assim que o médico se afastou, Jimin pousou a mão no braço de Montro. — Vai ficar aqui? Não vai sair? — Perguntou ansioso.

— Estarei exatamente aqui, junto à porta, milady. — Montro garantiu.

Park respirou fundo, endireitou os ombros, abriu a porta, entrou e fechou-a atrás de si. O quarto era pequeno e todo branco. A única fonte de iluminação era o pequeno lampião aceso sobre a mesa-de-cabeceira. Com o coração aos saltos, Jimin aproximou-se da cama, na ponta dos pés. Quando viu Jeon, não pôde conter um gemido de horror. Levou a mão aos lábios, certo de que, ao contrário do que prometera ao dr. Ledette, desmaiaria.

Por um longo momento, permaneceu imóvel, incapaz de mover um músculo sequer. Ficou ali parado, a alguns metros da cama, cobrindo os lábios com as mãos, sacudindo a cabeça, lutando para conter as lágrimas que se acumulavam em seus olhos. Quando, finalmente, conseguiu se controlar, aproximou-se mais. Parou junto à cama, olhou para ele e começou a soluçar. A pobre criatura inerte sobre os lençóis era absolutamente irreconhecível. Não se parecia em nada com o seu atraente e charmoso Jungkook. Fora espancado sem dó nem piedade. Não havia um centímetro em seu rosto que não estivesse cortado, inchado ou coberto por hematomas.

Segredos Perigosos [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora