Capítulo VI

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Boa leitura!



O para sempre chegou ao fim segundos mais tarde. O mundo interferiu.

Gritos no convés trouxeram os amantes de volta à realidade, abruptamente. Imóveis, Jungkook e Jimin apuraram os ouvidos e descobriram que a comoção se devia à constatação de que um vapor costeiro se aproximava do navio naufragado. Só então deram-se conta de que o mar se acalmara dramaticamente durante os últimos minutos em que haviam feito amor.

Não iam morrer, afinal.

Depois de beijar Park rapidamente, Jungkook se levantou e ajudou-o a pôr-se de pé. Apressados, eles se vestiram e correram para o convés, os corações disparados pela descarga de adrenalina. O vapor havia alcançado o Starlight, mas era uma embarcação pequena. Mesmo assim, passageiros desesperados já apinhavam o convés do City of Mobile, colocando em risco a embarcação que lhes oferecia salvamento.

— Chega. — gritou o capitão do vapor, visivelmente preocupado. — Não posso aceitar mais passageiros, ou acabaremos afundando também! Voltem, voltem!

Um grito de protesto se ergueu da multidão masculina. Determinado a salvar a vida de Jimin, Jeon tomou-o nos braços e abriu caminho.

— Espere. — gritou para o capitão do vapor. — Tem de levá-lo, é um homem da nobreza, mais inportante do que todos aqui. Tenha piedade, capitão!

— Muito bem — o capitão concordou com certa relutância — Mas ele será o último. — então, sacou a pistola. — Atirarei no próximo homem que tentar subir a bordo!

Ao som de maldições e ameaças daqueles que foram deixados para trás, o City of Mobile afastou-se do Starlight. Espremido entre outros passageiros, Lord Park, parado no convés do vapor, olhava para o navio imenso que afundava.

Seus olhos cheios de lágrimas fixaram em Jeon Jungkook, que sorria, galante, acenava e jogava-lhe beijos. O nó em sua garganta tornou-se maior quando Park beijou a ponta dos dedos, retribuindo a carícia distante. E quando ele enfiou a mão no bolso para pegar e exibir a meia azul, Jimin riu e soluçou ao mesmo tempo.

— Jungkook. — murmurou com voz estrangulada, sabendo que seu amante ia morrer e que nunca mais o veria.

Depois de muitas horas de pesadelo a bordo do superlotado City of Mobile, cruzando o golfo do México e subindo lentamente o rio Mississipi, Lord Park por fim chegou a Nova Orleans.

O sol se punha.

Abatido e exausto pela provação que enfrentara, Jimin permaneceu de pé junto à grade do vapor, perguntando-se se seu tio Colfax e Lady Seulgi estariam no porto, à sua espera. Perguntou-se também, se eles sabiam do furacão e do naufrágio do S.S.Starlight. Teriam pensado que ele estava morto? Que afundara juntamente com o navio? Não teriam como saber que ele fora resgatado.

Park suspirou, protegendo os olhos contra os raios do sol, já parcialmente escondido no horizonte. Não poderia desejar que o tio e a noiva esperassem por cada vapor que chegasse, na esperança de que ele estivesse a bordo. Bem, não importava. Assim que desembarcasse, ele alugaria uma carruagem para levá-lo até a mansão de Colfax, no French Quarter.

Seus olhos se iluminaram na expectativa de ver o querido tio. Seria tão bom dispor de algum tempo a sós com ele, antes de ter de enfrentar Lady Seulgi. A perspectiva de fitar a noiva nos olhos, fingindo ser o cavalheiro honrado que ela conhecera, deixou Jimin apreensivo. Queria vê-la, claro, mas agora que a realidade era outra, sentia-se tão culpado que não sabia se conseguiria disfarçar a ansiedade.

Segredos Perigosos [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora