Segredos Perigosos [CONCLUÍDA]

Capítulo XX

Boa leitura!

Aquela era a época de se sentir alegre, mas o conde estava longe de sentir-se assim. por causa do bastardo insolente.

Jimin não podia desfrutar dos intermináveis almoços natalinos, recepções e saraus, por medo de encontrar Jeon Jungkook em cada um desses eventos. E seu medo tinha fundamento. O fato de a reputação dele não ser das melhores parecia não ter nenhum efeito sobre o número de convites que ele recebia. As mais respeitadas anfitriãs de Nova Orleans não deixavam de colocar o nome de Jungkook no topo de suas listas de convidados. Jeon era calorosamente recebido em todas as casas da elite da cidade.

Na verdade, ele era disputado, uma vez que sua presença garantia o sucesso de qualquer festa. Jungkook era, para desespero de Park, adorado por todos. Os cavalheiros apreciavam sua companhia, alguns até flertavam com ele. As damas eram atraídas para ele como mariposas para a luz.
Jimin já se dera conta de que, vivendo em Nova Orleans, seria impossível evitar Jeon Jungkook, afinal, faziam parte do mesmo círculo social. Por isso, em vez de se divertir com a temporada do Natal, lord Park contava os dias, ansioso para que os feriados terminassem.

Quando a noite de Ano Novo chegou, ele estava uma pilha de nervos. Na companhia de Seulgi, havia comparecido a, pelo menos, duas dúzias de eventos, nas últimas três semanas. Jeon estivera presente na maioria delas. Em cada festa ou baile, Jimin mantivera-se obsessivamente perto da noiva, sem perdê-la de vista. Mas a tensão finalmente exercia seu efeito. Embora mal cumprimentasse Jungkook, desde o bazar, todos os seus sentidos se concentravam nele, cada vez que se encontravam. Park encontrava dificuldade em desviar os olhos dele e Jeon parecia mais atraente a cada dia que passava, e cada vez mais difícil de ignorar.

Ah, como ele detestava o mês de dezembro!

Agora, vestindo-se para a última comemoração do ano, finalmente conseguia respirar um pouco aliviado. Uma vez passados os feriados, não teria de comparecer a festas todas as noites. O que significava não ver o crioulo. Seria perfeitamente possível passar semanas sem encontrá-lo. O que era exatamente o que Jimin precisava.

O que os olhos não vêem, o coração não sente.

Se não o visse mais, não pensaria nele. Concentraria sua atenção no que era importante. Como por exemplo, seu casamento com lady Kang. Trataria de se dedicar ao planejamento da cerimônia junto com sua noiva. Convencido de que, em breve, tudo voltaria ao normal, Jimin sentia-se, de fato, ansioso pela noite de Ano Novo.

Embora houvessem recebido diversos convites para festas particulares, a condessa deixara ao encargo dele a escolha de onde celebrar a última noite do ano. Park escolhera, de pronto, o baile do hotel St. Charles, situado na região americana da cidade.

O que poderia ser mais seguro?

Os esnobes crioulos detestavam os americanos, e vice-versa. O hotel St. Charles seria o último lugar onde um crioulo arrogante seria encontrado. Mesmo assim, quando a carruagem de lady Seulgi parou diante do hotel e o casal se juntou à pequena multidão que entrava no saguão, os olhos de Park procuraram, automaticamente, por Jungkook. Enquanto dançava no majestoso salão, que ficava diante do palácio do czar, em St. Petersburg, o conde continuava a procurar, com nervosismo, por Jeon. Mas, à medida que as horas foram passando, sem nenhum sinal dele, os últimos traços de tensão se dissiparam, e ele se parabenizou. Fizera a escolha certa, ao se decidir pelo St. Charles.

Jeon não apareceria.

O relógio anunciou a meia-noite.
Um novo ano começava. Os sinos da torre da catedral St. Louis badalavam, e o salão apinhado do hotel St. Charles logo se transformou em um verdadeiro pandemônio.