Capítulo XXIII

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Boa leitura!

Quando a carruagem de Jeon por fim atravessou os portões da mansão, já anoitecia. A chuva cessara de vez. O casal dentro da carruagem estava completamente vestido.

clima era sombrio.

A lucidez dolorosa voltara a tomar conta de Jimin e ele não dissera uma palavra durante os últimos vinte minutos. Buscando a aprovação dele com o olhar, Jeon passara aqueles minutos tentando convencê-lo a não se sentir melancólico, a não lamentar o que tinha acontecido. Embora não respondesse, Jimin tinha a plena consciência dele ao seu lado, assim como de cada palavra que ele pronunciava.

Pelo canto do olho, Park estudou discretamente as feições clássicas do belo rosto de Jeon. Quando seus olhos pousaram na tentadora boca, ele sentiu um nó se formar em sua garganta. Enquanto faziam amor, ele havia murmurado doces palavras românticas, feito promessas encantadoras.

No entanto, Park sabia que lábios capazes de beijar daquela maneira também podiam mentir com facilidade. E fora assim.

Aquele belo homem com quem Jimin acabara de fazer amor com paixão tomaria outro homem ou mulher nos braços, naquela mesma noite. E faria amor com a outra com a mesma urgência, a mesma paixão. Tal pensamento provocou nela uma forte pontada no peito, mas Jimin sabia que tinha de encarar a dura verdade. Fazer amor não passava de um jogo divertido para Jeon Jungkook, um passatempo agradável. Era uma maneira interessante de passar uma tarde chuvosa.

 E, embora ele fosse generoso na doação de seu corpo magnífico, não havia dúvida de que seu coração permanecia intocado, sempre.

Jimin forçou-se a desviar o olhar.

No assento entre eles jazia a meia desbotada que caira do bolso de Jungkook, em um frenesi de desejo. Sentindo-se corar pela lembrança, estendeu a mão para apanhar a meia em um gesto impulsivo. Jeon foi mais rápido e pousou a mão sobre a sua, segurando-a.

—     Não faça isso, chérie. A meia pertence a mim — Ele disse.

Jimin assentiu e, quando ergueu os olhos tristes, Jeon viu as lágrimas que ele lutava para conter. Sentiu-se o pior dos homens por fazê-lo tão infeliz.

—Ah meu querido —  Murmurou, afetuoso. —  Não fique triste. A culpa foi minha, uh!? Toda a culpa é minha, e sinto muito, do fundo do meu coração.

—Sente? — Jimin indagou, fitando-o nos olhos. — Sente mesmo?

—Sinto — Jeon respondeu com sinceridade. — Pode não acreditar, Jimin, mas a última coisa que desejo é vê-lo infeliz.

Uma lágrima rolou silenciosa pela face de Jimin, com um gesto impaciente, ele a secou com a mão e disse. — Se está sendo honesto no que diz, por favor, Jungkook, de hoje em diante, deixe-me em paz. — Embora o pedido fosse doloroso, ele foi adiante. — Não sei o que há de errado comigo, eu… eu sinto-me fraco e vulnerável e… quando você… quando nós estamos juntos, eu…— Abaixou a cabeça. — Eu lhe imploro, por favor, não arruine minha vida. Não permita que eu mesmo arruine minha vida. Ajude-me, Jeon. Prometa manter-se distante de mim.

Com os olhos turvados pelo sofrimento Jungkook disse. — Se é o que quer, Jiminie, eu prometo. — Respirou fundo. — Juro que nunca mais voltarei a importuná-lo. Tem a minha palavra. — Ao ver Park erguer os olhos devagar para fitá-lo e julgar sua sinceridade, acrescentou. — E não precisa se preocupar com a possibilidade de alguém jamais saber sobre nós. Já lhe disse uma vez. Nunca, ninguém saberá

Aliviado, Jimin exibiu um sorriso fraco. — Obrigado, Jeon.

— De nada, Conde.

— Adeus — Ele se despediu ansioso e, sem permitir que sequer abrisse a porta para si, saiu assim que a carruagem parou diante da mansão. Jimin o jardim correndo, abriu a porta e desapareceu.

Segredos Perigosos [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora