Por mais que eu tentasse comprender e aceitar o que estava ocorrendo comigo , eu ficava dando voltas e mais voltas , buscando uma solução.
Ao passo de dois anos , nada de novo acontecia; engordei muito por conta dos remédios que a cada hora me receitavam sem nenhum sucesso , estava de certa forma meio que conformada , mas não era fácil, porque se era uma doença emocional o que ocorreu comigo, eu tinha motivos de sobra para tê- la contraído, porque minha mãe nesta mesma época teve um câncer de mama, o que de certa forma me deixou bastante abalada,
Meu pai se encarregou de me dar a notícia sem nenhuma sensibilidade , também nervoso e amedrontado, mas eu não entendia a forma como ele expulsou a doença de minha mãe. Foi cruel.
Nós temos medo de perder quem amamos e eu sempre fui muito louca pela minha mãe, ela era tudo para mim , e eu fiquei com este terror da perda , mas felizmente ela ficou boa e o cabelo que caiu foi o meu e não o dela com o tratamento .
Estranho não?
Pois bem, reformulando minha vida , tentando me descobrir para me curar através de buscas dentro de mim mesmo , no que eu poderia mexer para colocar para fora e cutucando fazendo a minha auto análise , já que dinheiro para terapia eu , pobre mortal , não tinha, fui vivendo aceitando , porque o cabelo só nasceu uma vez e estava todo branco , um dos tantos médicos que eu ia me falou que era normal e que com o tempo a cor verdadeira voltaria.
A cor normal voltaria?
Coisa nenhuma , me vi mais careca do que qualquer homem com calvície; o cabelo caiu todo e aí eu vi minha ficha ruir por terra.
Não tinha cura . Eu estava careca mesmo e nada podia fazer , mas estava aliviada, pois tinha a minha mãe com saúde.
Até que eu estava indo bem , sobretudo porque eu me virava com o meu eu e na faculdade , não era incomodada , eu era apenas a garota do lenço.
Diante disto tudo, eu fui me analisando era uma dor após outra que eu tinha que lembrar .
Nem tudo eu queria recordar , mas eu achava que se me lembrasse eu melhoraria , porque eu ia chorar mais do que eu chorava e assim ia me curando.
Eu, também tinha me apaixonado por um rapaz que era muito assediado , mas em se tratando de paixão eu era a mulher que sofria por tudo e o rapaz de nome Paulo não ajudava , porque ele gostava de mim , mas parecia que gostava das outras também e ele foi o motivo que me levou a ir pela primeira vez em uma cartomante.
Uma colega de faculdade me indicou D. Suzana , uma senhora muito especial que me disse muitas coisas boas , mas descartou Paulo da minha vida
Nossa!
Saí de lá com um míriade de emoções tomando o meu corpo.
Eu casaria duas vezes na vida.
Gente , eu ia casar , mesmo assim? Sem cabelo? Hum , aquilo para mim representava uma esperança, um alívio.
Eu, a romântica iria enfim ser feliz no amor , depois de tudo.
Mas será? A dúvida se debatia com a esperança.Suzana me deu tanta previsão que eu tinha certeza levaria para o resto da minha vida , no entanto na hora eu quase não perguntava nada apenas tentava registrar em minha memória as informações e quando ela me perguntou se eu morava com meus pais e eu assenti então ela me olhou e disse:
- Você vai ter a sua casa .
Fiquei achando que em breve e muito iria me casar , já que encontraria o amor da minha vida que não era Paulo.
Eu não sabia até que ponto aquela previsão era boa porque eu estava muito apaixonada e confesso que fiquei frustrada porque um homem mulherengo não estava no meu cardápio e Paulo apesar de ser uma delícia, moreno tipo índio e com um corpo e rosto de tirar o fôlego de qualquer mulher , não me deixava opção, tinha que tentar esquecer.
Me vi inibida sem saber o que fazer com a minha paixão frustrante, que arrastei até dois semestres de minha vida na faculdade.Foi difícil esquecer porque eu sonhava com ele e sofria por ele .
Mas será que este era um motivo para desencadear a minha doença rara?
Eu não sabia até que ponto era bom ou não, o fato era que ele era mais inalcançável do que eu presumia e não era o que eu queria .
Carreguei aquele amor platônico e machuquei meu coração, esta era uma das minhas dores , mas tinha que vencer o que sentia pois era a certeza da perda do que não era meu e do que eu não queria para mim.
Foi duro abdicar mesmo sabendo que era correspondida , mas porque diabos eu não conseguia acertar? Eu queria fidelidade e eu não teria um namorado fiel.
Mas era melhor para mim.
Paulo me fez chorar muito , mas do que eu queria .
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Para Deus (Concluído)
Roman d'amourComo fazer para entender os desígnios de Deus? Gabriela trás em sua vida conflitos de vidas passadas que deverão ser resolvidos, para que possa alcançar a felicidade conjugal. E quando encontra Zyan sua vida se transformará, fazendo-a enfrentar se...