Capitulo 9- Uma Vitória em minha vida

6 1 0
                                    

A vida tentava sorrir  para mim, mas o fato é  que eu vivia triste , no meu mundo .

Eu sonhava morar no Rio de Janeiro, ser uma pessoa independente , queria me livrar daquela vida de agonia , não  por meus irmãos,  mas não  dava para conviver com meu pai, que era só  cobranças  e sempre que podia me colocava para baixo. Eu era um nada.

Uma vez não  teve jeito e eu me vi com um prato de comida na mesa com ele que passou a alegar a comida que eu estava comendo dizendo que eu tinha que trabalhar o dobro para pagar a comida que estava comendo.

Fiquei muito mal, a comida descia arranhando e o pior era que eu realmente estava faminta , mas ele olhava para o prato e para mim , resultado, deixei a comida no meio e sai da mesa.

Poxa ! Que coisa!  toda hora era aquilo, ele falava de tudo e eu me ressentia com tudo.

Deveria está  acostumada , mas eu não  me acostumava , e todos lá  só  tinha paz quando ele estava na rua , até a minha mãe. 

Por isto, eu sonhava alto , nem tinha entrado na faculdade ainda , mas sonhava com a minha liberdade , eu queria ter o meu próprio  dinheiro e quando comecei a trabalhar como professora , todos contribuíam com as despesas da casa , o que eu achava mais do que justo  e eu também  ajudava .

O problema era que meu pai queria que dessemos a metade do salário,  mas minha mãe  disse que não  , então,  cada Qual que estava trabalhando pagava uma conta.

Enquanto eu sonhava em ser uma atriz de cinema e novelas, meu pai tinha outros planos para mim. Ele queria que eu prestasse vestibular para direito , e eu sonhava com o estrelato com direito a Oscar e tudo , e eu sabia que morando no Rio de Janeiro , teria mais chances , mas estes sonhos ficaram guardados no baú do meu coração  então  quando chegou a hora de fazer o vestibular fiz para jornalismo em uma faculdade e direito na outra e perdi a primeira vez, só  passando em direito no segundo semestre.

A verdade era que ninguém acreditava em mim , eu não  tinha faro para ser advogada .

Eu sabia que era inteligente , mas a minha personalidade zen impedia de todos reconhecerem o meu valor, até  porque eu nunca fui uma aluna exemplar no quesito notas.

Mas, para a surpresa de todos veio o resultado e eu passei em direito e foi mais ou menos assim:

Minha mãe passou por uma banca de revistas e viu que na manchete do jornal havia saído o resultado da Universidade a que prestei vestibular e sem dinheiro pediu ao moço  para ver se eu tinha passado , óbvio  que era só  para ver, mas surpreendendo-a lá  estava meu nome , que de cem aprovados eu fiquei em octagésimo lugar .

A reação  da minha mãe  foi:

- Ela passou, ela passou disse ao homem  bestificada .

Se neste dia eu fiz minha mãe  feliz, eu fiquei feliz, mas eu sempre recebi as boas notícias de minha vida sem deslumbramento , eu era deste jeito.

A boa nova chegou a meu pai que pirou de alegria , porque o sonho dele era ser advogado .

Minha mãe contava que ele vivia de paletó  no fórum da cidade com uma pasta de advogado na mão  e sabia um pouco de tudo, das leis, dos casos.

Eu estava realizando um sonho que era dele , e um misto de alívio e alguma felicidade  eu senti, mas o engraçado  é  que todos ficaram mais que surpresos porque eu passei e passei bem , por isto é  que eu achava que eles não  me achavam com tanta capacidade para tal, resumindo, acho que me achavam meio burrinha.

O meu jeito lunático,  o meu jeito aéreo  dizia muito para todos , mas o que eu podia fazer se Deus me fez assim.

Tratei de providenciar a minha matrícula,  pois passei numa universidade particular, aliás,  eu não,  meu pai tomou a frente de tudo, inclusive foram os dois para a matrícula,  ele e minha mãe,  eles estavam felizes , iam ter uma filha doutora e eu,   com minha cara de paisagem que normalmente habitava a minha alma . Esta era eu , Gabriela.

Não  demorou muito Deus permitiu que eu fosse aprovada na totalidade num programa chamado crédito educativo , programa que facilitava a vida dos universitários  que não  tinham condições  de arcar com as pesadas mensalidades do curso.

Antes de passar na faculdade eu fiz um cursinho , e todos ficaram boquiabertos lá  no curso , porque eu era  o silêncio em pessoa ,  eu  havia passado , fiz pontos em matemática  que nem eu sei precisar como, mas acho que quando Deus quer e é  para ser não  há  como não  ser .

Até  a prova de inglês  que tinha cada texto enorme e eu tentava adivinhar o significado com o meu inglês  de escola , mas, lá  quando estava fazendo a prova, em dado momento eu parei e fiquei olhando para o nada sem saber o que responder e Deus fez com que a monitora que estava fiscalizando a sala viesse até  a minha cadeira e me apontasse  as respostas , praticamente a prova toda e fez sinal com os dedos em forma de silêncio o que entendi e agradeci.

Ela estava me salvando com o que sabia e ao final de trinta questões  eu acertei dezoito .

Estava salva .

Os anjos de Deus agem assim , entreguei a minha prova e saí.

  Nunca mais vi a moça,  não sabia seu nome e não me lembrava muito de seu rosto, mas a ajuda veio e eu agradeci aos céus pelo merecimento.

Quanto à  português fechei a prova , eu era boa e amava a matéria.
Agradeci a novena que fiz a Santo Antônio para passar no vestibular , fiz mais por que meu pai havia me ameaçado,  que se eu não passasse eu iria se ver com ele.

Entrei na faculdade aos dezoito anos , no segundo semestre , mas a minha estória começava  ali e a minha fé  em Deus se fortalecia após  um incidente que hoje chamo de graça porque podia ter sido pior,  sempre é pior.

Para Deus (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora