Para Deus (Concluído)

Capítulo 35 - Zyan

- Claro, entre .

Sem reação  vi Zyan entrar na sala . Meu amor , meu lindo, mas também,  desgraçado,  maldito!

Ele me escrutinou  por algum tempo meio rindo e disse:
- Você  saiu rápido  de lá  que fiquei bolado , queria  conversar com você , não  tenho tido muito tempo , com estas coisas de mudança,  fica meio que corrido.

Para tudo! Ele vai se mudar? Vai casar com a namorada, ah! Minha nossa, ela tá  grávida,  é  isto que ele veio me dizer.

Com estes pensamentos  na cabeça  eu pirei e empalideci esperando o pior .

Ele vai casar , minha nossa! Cacete! 

Zyan parou me olhando para depois falar:

- Gabriela , está  tudo bem?
Balancei  a cabeça, afirmando o contrário  do que os meus batimentos cardíacos diziam, eles  estavam a mil por hora.

Zyan veio até  a mim, pegou a minha mão e segurou-as firmes.

- Estão  frias, Que é  que você  tem?

Ora bolas , o que eu tenho? Cara de pau!

O cara que eu gosto vai casar ou sei lá  o quê  com a namorada e ele vem perguntar o que eu tenhoooo?

- Aacho  que nada ... porque?-abri bem os olhos que já  começavam a arder, e já úmidos.

- Estou bem, senta. Indiquei o sofá - cama  que ele sentou me arrastando com ele.

- É,  vou mudar , eu já  queria há  um tempo, e quando vi você  procurando e achando um lugar maneiro que nem esse, um canto só  seu, decidi que também  queria um assim.  Ninguém  te perturba, você  tem privacidade para fazer o que quer , eu preciso disso. O pessoal é  maneiro, mas eu sou mais pacato , não gosto muito de tanta algazarra , farra, quero terminar  logo está faculdade,  já tranquei uma vez mas agora meu foco é  paz para ir em frente e terminar logo. O curso de fisioterapia requer estudos .

Eu estava ali , esperando , como quem estava esperando uma sentença,  porque ele tava ali me falando aquilo mesmo?

Olhei Zyan e ele me olhou e tornou a pegar a minha mão,  eu estava imóvel,  parecia mais uma planta. Era agora que ele comunicaria o seu casamento.
Esperei ele me dizer , mas ao invés de falar o que eu achava que faria , ele não  fez?

Zyan se aproximou mais de mim , ficou bem perto causando um mix de emoções  que eu jamais poderia descrever no momento, até  a minha periquita , bateu palmas .

Aquilo não  ia dar certo, eu continuava com meus pensamentos . Deus, estou é  com vontade  de chorar, engole Gabriela, engole o choro daqui a pouco ele vai embora e você  pode se acabar em lágrimas . Meus pensamentos iam e vinham , uma desorganização na minha mente e no meu corpo, que eu demorei a processar o que Zyan estava falando.

- Gabi, você... , é  a garota mais legal que eu já  conheci, sinto a sua falta e não  esqueci nosso beijo . Você  é  especial Gabriela, eu gosto muito de você , desculpa se em algum momento te magoei , se fiz isso foi sem intenção. 

- Hãn,  hãn , foi a única coisa que consegui emitir.

Zyan ficou me olhando, aliás  era o que mais ele fazia desde que nos conhecemos , eu gostava quando ele me olhava assim . Era de um jeito tão Zyan de ser .

Ele se aproximou mais de mim e eu fiquei olhando a boca dele se aproximar da minha e esqueci todo o resto que estava martelando na minha cabeça,  inclusive o fato dele querer se aproveitar de mim.

O beijo foi lento , suave , morno , mas que no meio eu me deixei levar e fui desenvolvendo uma técnica  de enroscar  a minha língua  na dele e amar o que estava fazendo, eu acompanhava Zyan e o nosso beijo foi se prolongando até  que nos separamos e nos olhamos novamente e desta vez fui eu que capture a boca dele numa urgência  , pois estava pegando fogo.

Zyan me provocava  este sentimento .

Foi muito, mas muito difícil  me controlar , e quem  se controlaria , eu esqueci todos os meus traumas , complexos e tormentos, e entregue a quantos beijos fossem necessários para apagar a minha saudade e o que eu vinha sonhando em fazer com ele.
Eu não  via nada além  do meu desejo crescente e pulsante ali, fui me deixando ir para um mar de sensações  tão  profundas e era como se de uma forma eu já soubesse ,como se apenas estivesse despertando meu corpo, minha alma , era na verdade um reconhecimento, uma emoção antiga...
Minhas pernas começaram a ficar mais mole, a minha periquita estava incontrolável e meus seios estavam assanhados à  medida que eu me esfrega na mais a Zyan , sem me importar com mais nada .
Ele me soltou no exato momento em que eu achei que perderia a minha virgindade . Porque ele fez isso?
- Porque  parou? Foi o que eu perguntei.
- Zyan então  me disse :
- Você  quer?
- Claro que eu quero , é  o que eu mais quero.
Em vez de continuar Zyan parou e para a minha decepção , se levantou e continuou me encarando, a respiração  do seu peito subia e descia e pude notar a sua ereção,  mas porque ele pagou, droga!
- Gabi, eu  não  sou um cara que se aproveita de garotas , assim.
- Assim como? Eu não  estava entendendo, ou melhor estava sim . Sabrina.
- É  a sua namorada? Sabrina?
- QUE?

Zyan agora já  refeito das emoções  que vivenciamos me olhou espantado,  enquanto eu estava já  querendo ser a outra para não perder ele, mesmo sabendo que não podia por conta do meu problema de cabelo.

- É,  eu entendo , você  não  é  cafajeste . Foi a única  coisa que consegui dizer.
Zyan continuava a me olhar bestificado e depois deu um sorriso mudo balançando  a cabeça.

- O que você  estava pensando? Eu e Sabrina?

- Sim,   falei cautelosamente com o coração  apertado.
Zyan estava rindo com um som e eu não  gostei do sorriso dele , mas esperei ele terminar  de rir.
- Gabriela, a Sabrina é  minha prima e tem namorado . Você  pensou que eu e ela ... Zyan não continuou e começou  a rir  novamente transformando o seu riso em uma boa gargalhada  a ponto de me fazer  voltar a razão,  e lembrar que eu não  podia ficar com ele.
Enfurecida, com e sem motivo, eu disse :

- Se mandaaa ,   vai embora.

Empurrei Zyan praticamente  e bati a porta na cara dele.

Ouvi as batidas e ele chamando meu nome para que eu abrisse a porta, mas como eu estava totalmente absorvida pela minha  razão e não pelo meu coração fingi que,  nem ouvi os seus apelos.

Fui para o chuveiro tomar um banho,  para apagar o fogo que aquele homem exalava sob a minha pessoa.