Capítulo 12- Minha doença

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Eu, Gabriela , achava que nem tudo estava perdido, que eu poderia ser salva e curada de alguma forma, portanto vivia pulando de médico, na esperança  de ficar boa.

Eu queria ficar boa, queria meus cabelos de volta, mas nada depende de nossa vontade.

A última médica que fui me receitou um remédio  chamado meticorten , este remédio  era a base de cortisona.

Acho que foi a minha desgraça total porque ela me receitou e não  me informou quando era para parar  , eu vi meus cabelos voltarem á superfície  da minha cabeça, de forma rala e fininha e para minha surpresa branco.

Nossa! Pensei , cabelos brancos, já  é  alguma coisa , passei a agradecer a Deus , mas ao final de um mês, eles caíram. Eu  fiquei sem chão!  , pois o remédio  me deixou com cara de lua.

Eu estava bastante inchada  , meus seios cresceram de forma descomunal, engordei e pirei!

Chorava muito à  noite , as escondidas porque eu não  queria causar mais transtornos para minha mãe e nem para meu pai. Não  havia mais o que fazer.

A médica me falara que em dois anos os meus cabelos voltariam ao normal, então quando vi o tempo se esgotando e eu toda lisa, cabelo e corpo, passei a sofrer calada e procurei me entender .

A médica  foi para um congresso e antes disso me traumatizou porque me disse:

- Assuma a sua calvície  e pronto ,  use uns argoloēs , este remédio  não  é  certeza de cura total , mas acredito que em dois anos  tudo se regularizará.

Saí  arrasada da sala.

Eu? Ficar sem usar nada , andar careca na rua? Com todo mundo me olhando?

Meu Deus do céu, eu jamais vou fazer tal coisa .

Imagina que eu , a pessoa mais tímida  da face da terra , andar careca como uma pessoa normal. NÃO !

Cheguei em casa trêmula  e mais perdida do que qualquer coisa.

Marquei então  outro médico  e lá  fui eu  para mais uma das minhas  incansáveis  tentativas .

NA verdade  , eu pouco sabia o que eu tinha porque nenhum médico  até  então  tinha me dado uma resposta e eu queria as respostas.

Foi aí  que algum profissional  abriu o verbo para o que eu tinha .

Eu sofria de uma doença  incurável que se chamava alopecia areata , em que há  a perda de cabelo, causando áreas de calvície, mas que não  deixava cicatrizes na área  afetada.

No meu caso , eu tinha o pior tipo da doença, porque eu perdi todos os pelos do meu corpo, eu tinha alopecia areata universalis , a mais grave de todas , porque existia vários  tipos e variava de pessoa para pessoa e é  conhecida popularmente como pelada.

Ela acomete de um por cento a dois por cento da população e afeta ambos os sexos e todas as etnias.

O distúrbio  pode surgir em qualquer idade, embora, sessenta por cento dos casos seus portadores tenham menos de vinte anos.

Eu tinha acabado de fazer dezoito anos e estava ferrada!

Perdi muitas e muitas noites chorando tentando aceitar o que tinha me ocorrido .

Eu estava sofrendo e não sabia como tirar a dor do peito.

Gastei tanto dinheiro , tomei injeções  na cabeça  , tomei remédios que me acabaram , mas eu não me importava  eu queria a minha cura  , mas ao longo dos anos ela não veio .

Para Deus (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora