Capítulo 8- Mais estórias

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Lá  em casa sempre tinha bichos , meu pai amava cachorros , e cada hora aparecia com um , acredito eu que os cachorros também o amavam .

O ruim era ter que acordar cedo e limpar cocô  de cachorro, felizmente está tarefa era atribuída a meu irmão,  que amanhecia tirando um kilo de bosta , depois lavava o pátio  todo com criolina , um produto forte , mas que limpava,  eu tinha nojo , mas era a nossa rotina diária.

Tínhamos um cachorro que depois não  lembro que que aconteceu com ele , chamava -se Luso.

Luso era o terror da vizinhança  e de todos os cachorros da redondeza e mais os que cruzavam diante dele.

Ele  quando se soltava corria atrás  dos cachorros, cravava na mandíbula  do bicho e para soltar era um horror, ele matava mesmo. Ô  raiva que possuía,  assim mesmo eta com os gatos.

Eu sempreamei gatos e tinha vários,  mas pequenos, porque quando crescia e eu me alegava a eles , meu pai mandava dar , aí, como eu sofria, porque a gente se apega.

Um fato que me marcou muito foi a morte de minha gatinha Lucélia Santos, ela era pretinha e pequena e não  podia ficar no campo de visão  de luso , à  propósito,  luso era da raça  boxer ,não  sei precisar se era puro ou misturado , só  sei dizer que ele tocava o terror, matava mesmo.

Não  sei como tudo ocorreu, era de noite e luso se soltou,  e só  vi ele abocanhando a Lucélia Santos, e a bichinha se borrou toda e morreu.

Eu enlouqueci, chorei bastante, mas de nada adiantou, a minha gatinha estava morta.

Depois tive o Rosely e o Marly,  o nome assim se deu porque eu achava que eram fêmeas e quando descobri que eram machos não  quis mudar. Eles ganharam o mundo depois de já  quase grandinhos e foi até  bom por que meu pai não  ia deixar eles lá  por muito tempo. Tive vários gatos , o meu amor era Virgínia, eu já  era crescida e ela era uma gata preta com manchas brancas , eu a adorava.

Nesta época,  vivíamos mudando de casas e está em que morávamos  ficava em uma área nobre de Salvador, meu pai adquiriu o terreno e construiu a casa. Ele era mestre de obras, e então  morávamos em uma casa ainda em construção  de frente para a pista.

Numa destas ocasiões  eu dei por falta de Virgínia,  mas como ela sempre sumia e aparecia , não  me preocupei tanto.

Passara-se três  dias e nada de Virgínia,  até  que minha prima Léa  me falou:
- Quando fui comprar o pão,  eu vi uma gata morta na pista, parecida com Virgínia.

Ah! Eu gelei , saí  em disparada para ver, e quando no escuro da noite me deparei com o corpo duro de Virgínia na pista,  voltei aos prantos para casa sendo amparada por minha mãe .

Minha gatinha , minha gatinha foi atropelada,  e chorei bastante , mas  me recompus e passei a sofrer calada, pois meu pai tinha chegado em casa . 

Para não  dizer que não  tive mais gatos ,  tive anos mais tarde  a morgana , que me causou uma série  de desavenças  no prédio  onde morava porque fazia cocô  pelas escadas e fazia filhos, eu saia para trabalhar  de manhã  e só  voltava a noite e ouvia os relatos da bagaça  de Morgana, que saia de casa e aprontava , incomodando os vizinhos,  e o zelador do prédio  que tinha que limpar toda a sujeira.

Envergonhada e prometendo dar um jeito, tive que me livrar de Morgana.

O zelador levou ela para dar para uma  pessoa que gostasse de gatos.

Confesso que, neste caso me senti aliviada, porque eu estava incomodando muito e não  tinha como cuidar dela.

E assim Morgana se foi , para o bem de todos do prédio e para o meu descanso mental.

Quando morava com meu pai , eu tinha também  alegria de plantar ,lá  tinha local para o plantio , não  muito grande , mas dava , então,  eu chupava uma manga e com o caroço fazia o meu plantio,  meu pai plantava o mamão  e o deixava crescer, mas quando minha mangueira começava a dar ares de desenvolvimento ele vinha e cortava.

Eu plantava e ele cortava , e eu ficava enfurecida,  mas por fim ele sempre vencia , afinal era o dono da casa.

Passei a me contentar em chupar as mangas que comprava quando minha mãe  me dava um dinheirinho.

Para Deus (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora