41- Boa tentativa

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Acordei e senti uma forte dor de cabeça, mal conseguia abrir os olhos. Tentei me mexer mas não consegui, eu estava amarrada à uma cadeira.

Consegui abrir os olhos por completo, eu estava em uma sala mal iluminada, parecia ser um galpão ou coisa do tipo.

Não havia ninguém ali. Minhas mãos estavam presas aos braços da cadeira e meus pés estavam amarrados juntos. Meus ombros também estavam amarrados ao encosto da cadeira.

Eu estava amordaçada, e por mais que eu tentasse gritar não consegui produzir um barulho alto suficiente para que alguém escutasse.

De repente, escutei uma porta atrás de mim se abrir. Ouvi passos vindo em minha direção.

Hardin apareceu, e junto com ele alguns canibais, por volta de sete. Por mais que eu tentasse me mexer, não conseguia. Eu estava desesperada.

- Ora, ora, ora... Any Gabrielly. - Hardin deu uma risada debochada, cruzando os braços. - Está confortável? Ah... deixe-me te ajudar com isso aqui.

Ele se aproximou de mim, tirando a mordaça da minha boca. Passou o dedão pela minha bochecha e eu me afastei em um movimento brusco, repleto de repulsa.

- Por que você está fazendo isso, Hardin? - Falei com a voz trêmula.

Ele riu.

- Porque... eu preciso me vingar de alguma forma, não é? - Ele falou. - Além disso, você é o ponto fraco do Noah.

- O que sua vingança por eu ter saído dos canibais tem haver com o Noah?

- Ah, amor, eu quero o seu namoradinho morto há muito tempo. - Ele falou. - Ninguém melhor do que você para atraí-lo.

- Você está errado. - Falei tentando confrontá-lo com uma risada debochada. - Noah não quer mais olhar na minha cara, duvido que ele venha me salvar.

- Bom... nesse caso eu teria que matar você. - Ele falou, me fazendo engolir seco. - Mas iremos descartar essa opção por enquanto. Se prepara, porque você vai ficar aqui por um bom tempo.

[...]

•Pov Noah•

Respirei fundo e finalmente me levantei depois de passar o dia todo deitado na cama. Estava totalmente desanimado para fazer qualquer coisa.

Eu estava realmente tentando parar de fumar, mas eu preciso ir aos poucos, é difícil. Peguei um baseado, o único do dia. Antes, a essa hora eu já teria fumado uns sete. É um progresso pelo menos.

Fui até a janela e acendi, traguei bem forte, sentindo o gosto amargo descer pela minha garganta. Soltei a fumaça devagar.

Gabrielly tinha desligado minha capacidade de sentir quando eu quero. Minha mente me levava até ela involuntariamente.

Não estava sendo fácil ficar longe dela, e ter que aturar cenas como... ela se jogando nos braços do meu irmão hoje no almoço. Ter que ver aquilo era torturante para mim.

Não entendia o porquê ela havia feito aquilo. Por que ela iria querer me usar e quebrar meu coração? Eu sentia que tão real, sentia muita coisa por ela, na verdade... mas ela não sentia por mim. Nunca sentiu pelo visto.

Eu estava prestes a me deitar quando recebi uma ligação.

•Pov Any•

- "Alô?" - Noah atendeu o telefonema de Hardin que estava no viva voz.

Apertei os olhos. Escutar a voz dele me matava um pouco mais por dentro. Hardin sabia disso.

- Ah, como você está, Noah? - Hardin debochou.

- "Que porra você quer agora, filho da puta? Já não me perturbou o suficiente?"

- Eu estou com uma arma secreta dessa vez. - Hardin falou seguro de si mesmo.

- "Vai se foder." - Noah falou.

- Se eu fosse você não desligaria o telefone. - Ele avisou. - Não vai querer que a sua querida princesinha saia machucada daqui.

Um silêncio se manteve do outro lado linha.

- "Que porra você tá falando, Hardin?"

- Sua namoradinha, Any ou Elly como você à chama... eu sei que ela é seu ponto fraco. - Hardin riu. - Ela não está aí com você, está?

Silêncio do outro lado.

- Bom, estou certo que não. Ela está comigo, em ótimas mãos.

- "Como você espera que eu acredite nisso?" - A resposta de Noah foi rápida.

- Acho melhor acreditar. Sem comida, sem água... acho que ela não dura muito. - Hardin assegurou.

- "Quero provas. Me mande uma foto."

Hardin riu.

- Você acha mesmo que eu sou tão burro, Urrea? Eu bloqueei a localização por ligação, mas se te mandar uma mensagem, o rastreamento fica possível.

Noah ficou em silêncio por alguns segundos.

- "Parece que alguém fez o dever de casa." - Ele debochou.

- Escuta só, eu tenho uma proposta para você. - Hardin falou. - Se entregue, e eu entrego ela, sã e salva.

- "Eu quero provas de que ela está aí. Me deixa falar com ela." - Noah falou.

Hardin bufou, se aproximando de mim novamente.

- Vamos. Fale com ele. - Hardin falou impaciente.

Fiquei calada. Se eu falasse, Noah saberia que eu realmente estava aqui, e viria atrás. Isso o mataria.

Hardin deu um forte tapa em meu rosto, me fazendo ficar boquiaberta.

- Fala logo! - Ele ralhou.

- "Elly..." - Ouvi Noah dizer.

Meu coração acelerou na hora em que o ouvi falar meu nome novamente.

- "Por favor, se estiver mesmo aí... fale." - Ele pediu. - "Por favor."

Deixei que algumas lágrimas escorressem pelo meu rosto. Não posso. Não posso colocá-lo em risco depois do que eu fiz.

Não falei nada. Tive que conter minha respiração pesada.

- Ah, então vou ter que te fazer falar? - Hardin se estressou.

Tirou um canivete do bolso logo depois o posicionando em meu braço.

- Fale, Any. - Hardin exigiu.

Fiquei calada.

Ele apertou a lâmina em meu braço, fazendo o começo de um corte. Apertei os olhos e mordi os lábios, tentando não gritar pela dor.

Sentia minha pele de rasgar. Aquela era uma das dores mais insuportáveis que já senti em toda minha vida, mas não gritei, contive.

- Você quer bancar a heroína não é? - Hardin arrastou mais ainda a lâmina pela minha pele.

Minha pele queimava. Não consegui suportar aquilo acordada e acabei desmaiando.

•Pov Noah•

- Boa tentativa, Hardin. - Falei, desligando o telefone.

Por um momento tive medo de que ele realmente tivesse pego ela, mas tenho certeza de que se ela estivesse mesmo lá, teria falado.

Nesse momento, ela deve estar conversando com Heyoon e Sina, ou sei lá... transando com o meu irmão.

Resolvi só me deitar e dormir. Eu estava cansado demais para pensar em qualquer coisa agora.

Sex BurnOnde histórias criam vida. Descubra agora