43- Dizer que a amo

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- Sua cabeça fincada em uma estaca? Se quiser eu corto pra você. - Josh falou e Heyoon deu um tapa em seu ombro.

Bufei, pegando minha mochila e enfiando a arma dentro, logo em seguida colocando a tábua de volta no lugar e me levantando.

- Se é pra ser eu ou Elly, que seja eu.

- Aí, cara! - Bailey segurou meu braço. - Tá ficando maluco? Não conhece os canibais? Assim que você se entregar, Hardin vai matar você, e a Any também!

Respirei fundo.

- Ele tem razão... - Josh falou.

- Eu sei que tem. - Falei jogando a mochila com tudo na parede. - Que porra a gente vai fazer? Não da pra confiar neles!

- Eu tenho uma ideia. - Bailey falou.

[...]

•Pov Any•

Eu estava esgotada. Os cortes ainda doíam um pouco, e tenho certeza de que vão deixar cicatrizes.

Não comia desde ontem a noite e estava morrendo de fome. Eu estava sozinha ali naquela sala, ainda sem saber como reagir a tudo isso.

Escutei a porta se abrir. Para a minha surpresa, não era Hardin, e sim, Tessa. Ela se aproximou, tirando a mordaça da minha boca.

- Tessa? - Falei horrorizada por ela estar nessa com o Hardin.

- Eu trouxe um iogurte natural para você... - Ela falou receando alguma coisa. - Ouvi dizer que faz bem tomar durante a gravidez. Sei que não é muito, mas foi a única coisa que consegui trazer sem que ninguém percebesse.

Ela me deu um gole.

- Por que está fazendo isso junto com Hardin? - Perguntei.

- Não tenho escolha. Não sabia no que estava me metendo quando entrei para os canibais... se eu sair agora, isso também vai acontecer comigo. - Ela falou, claramente arrependida, me dando mais um gole de iogurte.

De repente, a porta se abriu. Tessa se afastou rapidamente.

- O que está fazendo? - Hardin perguntou.

- Nada, eu só... estava conversando com ela. - Tessa falou.

- E esse iogurte? - Ele se aproximou dela.

- É meu. - Ela falou rapidamente.

Hardin arqueou as sobrancelhas.

- Você é alérgica a iogurte, Tessa. - Ele riu em um tom de deboche. - Depois resolvo isso com você. Saia daqui, agora.

Ela saiu da sala o mais rápido que conseguiu. Engoli seco. Hardin se ajoelhou na minha frente, colocando as mãos nas minhas coxas.

- Eu acho que você está muito acomodada.

- Eu acho o contrário. - Falei.

- Ah é?

- Não é você quem está amarrado em uma cadeira. - Respondi tentando não me abalar.

Ele arrastou suas mãos pela minhas coxas, me deixando enojada.

- Você tem um corpo bonito, sabia? - Ele falou. - Pena que essa coisa dentro de você está estragando suas curvas, pouco a pouco.

- Tire sua mãos de mim! - Falei com a voz repleta de repulsa.

- Me obrigue. - Ele falou apertando.

Lágrimas se formaram em meus olhos, eu estava completamente sem defesa. Meu peito doía, angustiada por não poder fazer nada, por não poder impedi-lo.

- Hardin, para! - Implorei, querendo ter suas mãos longe do meu corpo o mais rápido possível.

Ele as arrastou mais para cima das minhas coxas, chegando até a barra do meu short. Deixei que as lágrimas escorressem pelo meu rosto, em sinal de desespero.

- Você não gosta disso? - Ele descia e subia suas mãos pela minha cintura, por debaixo da minha blusa.

Eu não conseguia fazer nada além de chorar.

- Tire suas mãos nojentas de mim... - A frase saiu entre soluços, mas como um sussurro.9

Ele subiu mais, chegando até os meus seios.

- Por que está tão incomodada? - Ele sorriu maliciosamente. - Não é isso que as putas recebem o tempo inteiro?

Uma de suas mãos envolveu meu peito por completo, o apertando.

- Nojento, desgraçado. - Falei enquanto as lágrimas teimavam em cair cada vez mais.

Ele riu, se levantando e passando para trás da cadeira. Passou os cada braço de um lado do meu pescoço, levando as mãos até o botão do meu short.

- Repete, isso me deixa excitado. - Sussurrou e mordeu o lóbulo da minha orelha.

Senti uma ânsia de vômito. Eu não conseguiria descrever o tamanho do ódio em que eu sentia naquele momento.

Ele enfiou a mão por dentro do meu short, acariciando minha intimidade.

Chorei mais ainda, sem saber como reagir a aquilo.

De repente, o telefone de Hardin tocou, o fazendo parar o que ele estava fazendo.

- Podemos continuar isso depois. - Ele falou em um tom safado, abotoando meu short novamente, me deixando com ainda mais nojo.

Ele atendeu, colocando no viva voz.

- Foi rápido, Urrea. - Ele falou. - E aí?

- "Eu tenho uma proposta." - Noah falou.

Meu coração se apertou. Eu só queria estar nos braços dele agora, sentindo-o acariciar meus cabelos, sentir seu cheiro... e eu não sei se terei isso de novo.

- E qual seria? - Hardin falou.

- "O território serpente. Vai ser de total posse dos canibais." - Noah falou rapidamente.

Hardin riu.

- Só isso? Não vale a pena.

Um silêncio se manteve do outro lado da linha por alguns segundos.

- "O que mais você quer?" - Noah falou.

- O bar dos Serpentes, Whyte Wyrm. - Hardin falou rapidamente.

- "Fechado."

- Parece que ela é importante para você, não é? - Hardin debochou. - Me encontre hoje, as oito da noite no drive-in.

- "Oito da noite? Não vou deixá-la aí as oito!" - Noah ralhou.

- E que opção você tem? - Hardin riu. - Até as oito. - Ele desligou a chamada.

•Pov Noah•

- Filho da puta! - Gritei.

- Calma, Noah... vai dar tudo certo. - Josh falou, tentando me acalmar.

- Calma? Josh, como você pode me pedir calma? - Falei sentindo meus olhos marejarem.

Todos ficaram calados.

- Ela está lá sozinha! - Falei. - Ela deve estar com medo e...

Desisti de dizer e me sentei na cama, escondendo o rosto entre as mãos, deixando que as lágrimas saíssem desesperadamente.

- Eu a quero aqui comigo. - Falei entre soluços, sem me importar se eu estava fazendo papel de ridículo. - Eu quero abraçá-la, quero dizer que a amo!

Me surpreendi com minhas próprias palavras. Era estranho admitir aquilo para mim mesmo, mas era a verdade.

Heyoon se sentou do meu lado, me puxando para um abraço.

- Vai ficar tudo bem, Noah... - Ela falou baixinho. - Vai ficar tudo bem.

Sex BurnOnde histórias criam vida. Descubra agora