9. A lembrança da primeira vez

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Sentindo a insônia domar o seu corpo, Pedro ergueu-se, ficando sentado na cama enquanto Jojo repousava tranquilamente. A respiração ritmada lenta. Olhar para Jojo fazia Pedro se alegrar fazendo os vários questionamentos e comparações que seu panda vermelho já ouvira milhares de vezes. Era praticamente um guaxinim grande de pelo vermelho. O rosto também tinha uma espécie de máscara, mas era diferente, de cor branca. Enquanto os pelos das costas eram de cor avermelhada, os da barriga arredondada era de cor negra. E isso o tornava um macho belo, tal como ele. Pedro também tinha a cor do pelo do avesso assim como Jojo. Enquanto a parte das costas é mais clara, a parte frontal é escura.

Colocou sua mão sobre o braço largo de pelo escuro de seu amor, acariciando-o sem que ele acordasse. Vê-lo fazia com que seu membro enrijecesse. Seu coração batia mais forte ao vê-lo. Lembrava-se de quando o encontrou. Do lugar onde se viram. Do banco em que conversaram. Nessa época, o romance que tivera com Diogo já havia sido rompido há anos.

Diogo!

Um nome que queria apagar da memória. Fazia seu corpo estremecer sem nenhuma razão aparente. Havia raiva e também pena. As memórias vieram à sua mente como disparos.

Saiu da cama e caminhou até a cozinha. Como estavam acostumados um ao outro e só havendo os dois na casa, estavam sempre nus. Seu membro flácido, livre, balançando a cada passo que dava. A garrafa de chá estava pela metade e estava frio. Esquentou um pouco o chá na leiteira de ferro e depois colocou de volta na garrafa quando o líquido ficou pouco mais morno.

O gosto do chá não era o mesmo de quando foi feito ao fim da tarde. Sentou-se no longo banco de madeira do lado de fora da casa, debaixo da árvore. Havia uma lâmpada entre os galhos da árvore que servia para iluminar o banco a quem quisesse se sentar ali à noite.

Sentou-se naquele banco de madeira com seu corpo nu, segurando em uma mão a garrafa de chá — feita pelo seu namorado — e na outra o copo com o líquido amarelado com odor de erva.

Refletiu sobre o começo. As coisas que teriam sido diferentes. Tudo o que poderia ter feito e também as coisas que não poderia. As coisas que fez enquanto estava com ele.

O vento gelado soprou em seu pelo, fazendo-o se lembrar de como ele soprava seu focinho quando tentavam se beijar. Inclinou a cabeça para cima, mirando o céu, encontrando as estrelas e a escuridão vazia que havia entre elas.

...

...

...

— 12 anos atrás —

(Pedro tinha 20 anos de idade)

...

Pedro havia acompanhado o seu futuro caso que tinha duas presas enormes projetando-se da boca. Quando entraram na sauna, eles se acariciaram e, logo de cara, encontraram uma dificuldade: não havia como se beijar de forma confortável.

— Você é bem gostosinho, guri — falou o dente-de-sabre, massageando-o na sala em que estavam a sós. — Mesmo eu não conseguindo te beijar.

A mão do dente-de-sabre escorregou lentamente pelo corpo gorducho da hiena listrada, sentindo-o enquanto o acariciava, desatando a toalha do quadril do macho que tentava beijar.

Vendo que ele queria tirar sua toalha, Pedro ajudou-o com o trabalho, excitado pela sua primeira vez. Apesar de não poder beijar, o dente-de-sabre poderia fazer outra coisa. Abaixou-se, ficando de joelhos diante de Pedro enquanto este abria suas pernas para receber o tigrão dentuço.

Perguntava-se qual seria a sensação de receber uma boca em torno de seu membro. Imaginava sendo molhado e confortável. Contudo, quando a boca do dente-de-sabre envolveu verdadeiramente o seu membro, descobriu a enorme sensibilidade quando a umidade cavernosa, aconchegante e macia, envolveu o seu pênis. Seu corpo se contorcia ao sentir a sensação. Os reflexos de seu corpo diziam para que aquilo parasse, querendo fugir daquilo. Contudo, a sensação era tão boa. Era muito além do que esperava. Forçou o corpo a não fugir daquilo.

O que fazer com essa tal LiberdadeOnde histórias criam vida. Descubra agora