15. Com a "bola" toda

217 19 8
                                    

...

10 anos atrás

Pedro estava com seus 22 anos

...

...

O dia de ontem foi estranho e ele ficou se perguntando sobre o que fez. Ele não era completamente um estranho, contudo, não tinha afinidade o suficiente com ele para fazer tal coisa. Será que ele também estava pensando nisso? O cara com quem trocou um delicioso beijo demorado no vestiário do campo de futebol. Era uma boca doce, macia e estava sedenta para devora-lo calmamente. Não era um beijo meio interrompido como o que teve com Diogo, era um beijo completo. Sentir totalmente a língua de outro macho lhe acendeu o desejo por mais. Conseguiria mais?

Qual era o nome dele? Riu de si mesmo por não conseguir lembrar. Via-o todo final de semana no futebol, era ultrajante não lembra-se do nome, ao menos. Danuki, lembrou-se. O tanuki com porte semelhante ao de seu pai urso, a diferença principal estava na cauda ser mais longa.

Poderia trabalhar no dia seguinte, contudo, não tinha mais trabalho ao qual retornar. Pelo menos fiz a inscrição de Nenem esse ano, pensou. A prova seria ao final do ano e poderia coloca-lo em uma faculdade. Pelo menos teria um futuro estudando, pensou.

A semana passou rapidamente e ele viu o enorme tanuki no gol vestindo suas roupas de goleiro, escorado na trave de ferro do gol, conversando com o pessoal do time.

Vendo a hiena listrada, todos foram solidários, assim como no jogo anterior. Se havia jogado na semana passada depois de tudo o que aconteceu, hoje também conseguiria jogar. O tanuki acenou para ele e Pedro acenou de volta com um sorriso fraco.

Como Diogo não estava mais jogando, as partidas pareciam mais equilibradas. A bola circulava mais entre os jogadores sem o felino de pelo de cor areia em campo. Tudo o que Pedro tinha que se concentrar era em marcar um gol para o seu time. Nada mais.

Havia entrado um tigre (não um dente-de-sabre, mas um tigre normal) no time rival e ele havia marcado dois gols. O time de Pedro conseguiu marcar sete gols, enquanto que o outro time marcou oito. Perderam por bem pouco. Fredo estava no time rival e tentou anima-lo falando deboches sobre o jogo. Danuki quis se juntar aos dois e pagou umas cervejas para os jovens quando saíram do campo e ficaram um pouco no bar.

— Não sei se vou continuar a jogar com vocês — comentou Pedro. — Guardei um dinheiro para usar na faculdade — explicou.

— É, está certo — falou Fredo, erguendo a garrafa de cerveja para comemorarem. Os três bateram suas garrafas em um brinde. — À faculdade — beberam um gole da cerveja.

— Eu posso pagar, se for o problema — ofereceu o tanuki. Os outros dois ficaram surpresos. — Eu tenho um dinheiro pra gastar e ele só fica lá acumulando no banco — explicou. — É só uns quarenta reais, dois micos-leões. A mensalidade sai mais barato, então... é uns cento e vinte reais ao mês. É baratinho.

— Acho que não — pediu Pedro, tímido. Lembrou-se do beijo da semana passada e quão gostoso havia sido. Imaginar como ele seria na cama fez com que seu membro enrijecesse. — Não precisa...

— Por favor — insistiu o tanuki. — Eu quero usar esse dinheiro guardado. E outra, não quero que meu jogador saia do time. Vai acontecer um campeonato de futebol de campo daqui uns meses, se quiser jogar.

— Mas não vai ficar muito caro? — preocupou-se a hiena listrada.

— Eu não te falei que tenho dinheiro pra gastar?

Fredo, o urso negro, cutucou-o com o ombro, incentivando-o. — Porra, bicho! — soltou um sorriso de expectativa e incentivo. — Ele vai pagar pra você. Ele é conhecido nosso, pode confiar.

O que fazer com essa tal LiberdadeOnde histórias criam vida. Descubra agora