23. O que é que eu vou fazer com essa tal liberdade?

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Jojo tomou seu chá ao fim tarde após um dia de trabalho. Quando é que não tomava? Quando acabava o gás, claro. Sentindo o gosto da erva mate na boca, percebeu que já estava há tempos bebendo este sabor, seria bom mudar o sabor da erva de vez em quando. Lembrava-se de um local que vendia ervas de chá. Ainda tinha o número? Procurou em sua mochila e descobriu que perdeu o cartão da loja que tinha o número.

Vou ter que ir lá depois, pensou.

Depois de comerem a pizza, ficaram com a barriga cheia demais para realizarem suas brincadeiras sexuais. Apesar da excitação, se guardaram para o outro dia. Ficaram deitados um sobre o outro, se acariciando. Era tão delicioso quanto fazer sexo. Sentir o toque das mãos sobre o corpo, a massagem que relaxava os músculos...

— Tem vezes que penso que a nossa história é na verdade uma daquelas histórias de livros — comentou Jojo.

— Só se for um daqueles livros pornozão — acrescentou Pedro, rindo.

— Não, um livro não teria tanto pornô assim. Acho que seria uma fanfic escrita por um autor que... enfim, pelo menos ele sabe escrever uma coisa legal. Colocar uns finais felizes pra não dar aquele sabor amargo na história. Mas acho que não foge de alguns clichês.

— Tipo...? No final da história nós casarmos?

— Se nossa história fosse um livro, ou uma fanfic, com certeza teria um casamento no final — ele deram risada disso. — Mas poderia ser bem mais bizarro. Imagina se houvesse um musical com os cantores cantando em japonês ou coreano.

— Ah, tipo aquelas bandas coreanas?

— Eles não chamam de bandas exatamente. Chamam de grupos. Eles até que são bonitinhos. Não me lembro do nome do estilo musical agora. Era... Jota Pop... Bota Pop...

— Ká Pop — ajudou Pedro. — Apareceu no jornal esses dias que as meninas adoram eles. E, realmente, eles até que são bonitinhos. Mas eu só tenho olhos para você, meu vermelhão.

E beijaram-se deliciosamente.

...

...

No dia seguinte, acordaram e apenas trocaram carícias e beijos devido ao pouco tempo que tinham para se arrumarem para seus trabalhos. Depois que o trabalho na escola terminou, Jojo passou na loja de ervas de chá. Como estava perto da casa de seus pais, resolveu visita-los.

Sua mãe estava em casa assistindo TV e não esperava pela visita dele. Abraçou-o e deu beijos na bochecha. Ofereceu a ele alguns biscoitos para comer. Ela perguntou sobre a vida na casa que havia comprado com Pedro, como era viver com ele e Jojo respondeu pacientemente.

O pai de Jojo chegou um pouco depois e ficou feliz ao vê-lo. As primeiras coisas que ele quis saber era se o relacionamento entre os dois machos era picante. Ouvir a pergunta fez Jojo ficar vermelho — mais do que já era — de vergonha. Seus pais ainda eram os mesmos. Subornaram-no com comida e ele não resistiu. Comeu um pedaço de pudim, um de bolo e alguns pedaços de carne de churrasco que seus pais haviam guardado do fim de semana.

Jojo contou como era o seu relacionamento com Pedro, a visita inesperada que tiveram de Diogo, o dinheiro que Pedro recebeu de volta. Os pais ouviam animados, mas o que queriam saber mesmo era o que eles faziam na cama.

— Sério? — ele ficou tímido ouvindo a exigência. — Bem... a gente transa sim, mas acho que vocês sabem bem disso. Não precisam saber de cada detalhezinho já que vocês também fazem.

— É claro que queremos saber — brincou o pai.

— É, meu filho — a mãe concordou com o pai. — Agora come mais um pudim e fala mais.

O que fazer com essa tal LiberdadeOnde histórias criam vida. Descubra agora