Capítulo 42

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Apressei o passo até o hospital, meu primeiro dia desde que voltei e eu já estava atrasada, meu coração batia mais rápido de pensar que veria Abby, ela estava fora de perigo agora e eu já estava mais aliviada. Paul ainda estava preso do galpão de Diana, ele acabou revelando que matar Cameron era uma coisa planejada há tempos, então Diana desconfiou de que tinha alguém que tinha assumido o posto dele de líder, mas que estava em outro lugar, ela conseguiu achar algumas pessoas que estavam tentando invadir o balcão, então agora está atrás do verdadeiro líder, nem preciso dizer que me envolvi nisso, o que me alivia é que tenho certeza que o foco de quem está por trás disso está em Paul e Diana, não em Abby.

Cumprimentei a recepcionista, ela acenou com um sorriso falso no rosto, acenei de volta e peguei o elevador para meu andar, mal coloquei meus pés no chão do setor e senti braços agarrarem minhas pernas, olhei para Kevin, um menino que eu acompanhava, ele parecia muito melhor desde a ultima vez que o vi.

- Oi, Tia Bella – me agachei, ficando na sua altura.

- Oi, Kevin – sorri, sendo retribuída – Veio me receber?

- Vim pedir ajuda também – franzi o cenho, confusa.

- Aconteceu alguma coisa? – perguntei preocupada

- Abby não quer namorar comigo – ri alto quando escutei isso, ele tinha nove anos! – Minha mãe também riu ninguém entende que eu gosto dela, nem ela – parei de rir, sorrindo.

- Prometo tentar convencer ela a aceitar seu pedido – ele abriu um sorriso de orelha a orelha, me puxando para um abraço.

Kevin me acompanhou até o quarto de Abby e depois foi brincar, abri a porta, vendo Abby brincando com Maggie, ela pulou da cama e veio até mim, a peguei no colo, dando um beijo estalado em seu rosto, eu finalmente estava com a perna boa agora, então podia fazer qualquer coisa.

- Eu senti saudades – Abby disse, enfiando a cabeça no vão do meu pescoço.

- Eu também senti, de vocês duas – sorri, indo até a cama e a colocando sentada – Fico feliz que estão bem.

- Tia Bella? – Maggie me chamou, esperei pela pergunta – Cam morreu?

Respirei fundo antes de tocar no assunto, eu não podia chorar mais, afinal a vida continua.

- Sim, amor – ajeitei a alça da bolsa no meu ombro, eu tinha que ir, caso contrario elas começariam a fazer perguntas, e se alguém chorasse eu choraria junto, ultima coisa que eu quero fazer agora – Eu tenho que ir.

- Você vai voltar?

- Claro que sim – fui até ela e dei um beijo em sua bochecha – Agora eu tenho que ir, até depois – Me despedi das duas e fui para o primeiro dia aqui depois de semanas.

Parece que Mia tinha conversado com Lauren e ela entendeu a minha situação, mas deixou bem claro que eu teria que trabalhar em dobro para cobrir tudo, encontrei Lauren no corredor e logo ela me puxou para me dar uma lista de todos os paciente e me dizer o que eu teria que fazer, parece que minha rotina finalmente tinha voltado.

...

Eram quase oito da noite e eu estava saindo do hospital, só tinha parada para almoçar no dia, tive que ir a farmácia do hospital para pegar um anti-vômito, meus pés estavam cansados e doendo depois de andar tanto pra lá e pra cá. Abri a porta do carro, jogando minha bolsa no banco do passageiro e dei partida no carro, dirigindo até meu apartamento.

Estava na metade do caminho quando Diana me ligou, pedindo para ir até o galpão urgentemente. Dei meia-volta e segui caminho para lá, esperando que não fosse nada grave para que eu pudesse ir para casa logo.

Chegando lá, estacionei meu carro ao lado do de Ashton, caminhei até a porta de ferro e abri, a ouvindo ranger, caminhei pelo corredor até o lugar onde Paul estava, supus que Diana estaria ali e ela estava, Paul estava com a boca e o nariz sangrando, inclinado para frente, com expressão de dor.

Fui até Diana, o ignorando.

- Poe que me ligou?

- Achei que queria matá-lo.

- Mas você não precisava de informações?

- Não mais, ele já pode ser descartado – um sorriso enorme ficou em meu rosto.

Finalmente tinha chegado a hora de me vingar de Pau, sempre imaginava como seria fazer ele passar pelas mesmas dores que eu, mas ele nunca sentiria isso, ele não tinha um coração para isso, a única maneira que me restava era o ferir fisicamente, que na minha opinião, era a mais merecida. 

Diana me estendeu uma arma carregada, a peguei de sua mão como se fosse algum troféu, não mataria Paul agora, primeiro eu tinha que me vingar por Cam, me vingar de todos os chutes que ele recebeu de Paul, queria destroçar suas costelas.

- Soltem e ele e o deixem deitado no chão.

Paul olhou para cima e me olhou desesperado, ele já deve ter sofrido muito essas semanas, todos os cortes e machucados diziam isso, quando o desamarraram, ele mal conseguia se manter de pé, rolou para o chão sem o pedisse.

Coloquei a arma na cintura e caminhei até ele, me agachando para ficar cara a cara.

- Lembra quando você me fez assistir Cameron ser torturado? Lembra de quantos chutes você deu?  - ele não me respondeu, apenas virou o rosto, dei um tapa em seu rosto sujo, vi meus dedos marcados no meio de tantos machucados, ele gemeu de dor – Lembra?

- Não contei – sua voz era quase inexistente.

- Pois eu contei – ri debochada, me lembrando de todos os gritos de Cameron – Sabe quantos foram? Cinquenta.

Assim que disse isso me levantei e dei o primeiro chute, ele se encolheu de dor, se antes que queria ir para casa, agora eu tinha vontade de passar a noite aqui.

- Quero que conte! – gritei, dando um outro chute mais forte.

- DOIS! – a dor estava presente em sua voz.

Acertei outro chute nas costelas, dessa vez ele urrou alto de dor, acho que alguma coisa tinha se quebrado, continuei chutando, sem que um pingo de pena aparecesse, a únicas imagens que passavam por minha cabeça era de Cameron sendo chutado e gritando em plenos pulmões, não vi quanto chutes dei nem reparei quando eu tinha parado de contar, apenas me dei conta que ele já estava quase desacordado quando Diana me puxou pelo braço.

- Bella, pare, você vai matar ele com chutes – assenti, tirando os fios de cabelo do rosto, os pingos de suor escorriam por minha nuca e eu estava ofegante.

Me apoiei nos joelhos, tentando normalizar a respiração e achar disposição para pegar a arma e matar Paul, depois de alguns segundos peguei a arma na cintura e caminhei até o homem encolhido no chão, que gemia baixinho.

Fiquei parada em sua frente e mirei a arma, com certeza pegaria no coração. Nesse momento todas as lembranças que eu tinha dele passaram por minha cabeça, não eram lembranças boas e estavam bem longe de ser, me lembrei no pior erro que eu já fiz.

Ter o considerado como pai durante um tempo.

- Você não é meu pai – foi a ultima coisa que eu disse antes de apertar o gatilho e a bala atravessar por seu peito.

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Se deliciem com dois capítulos em um intervalo de tempo tão curto

 With love, 

Leeh

Only YouOnde histórias criam vida. Descubra agora