Capítulo 11

2.5K 159 2
                                    

Olhei bem para a foto, ela não havia mudado nada, exatamente como a vi da ultima vez. Os cabelos castanhos caídos pelos ombros, fazendo curvas pelo pescoço, os olhos verdes penetrantes, que pereciam ver minha alma há oito anos atrás, a boca com lábios finos formando um pequeno sorriso, aquele sorriso tão reconfortante que me dava esperanças todos os dias, o sorriso que dizia que tudo ficaria bem, o mesmo sorriso deu quando disse volto logo, mas então simplesmente se foi para sempre.

Pelo menos era o que eu achava ate ver essa foto. Mas se ela estava viva, por que não nos procurou? E quem era a mulher que se matou no lugar dela? Quem era ela agora? E, o mais importante para mim, por que ela se foi?

- Bella?- Ryan tocou meu ombro, fazendo-me pular - Tudo bem?

Respirei fundo antes de dizer alguma coisa. Não, eu não estava bem, mas precisava ficar por ele.

- Claro - tentei mostrar meu melhor sorriso, ele retribuiu com outro confortante.

Sua mão apertou a minha, como se quisesse me passar tranquilidade, apertei de volta.

- Senhora? - a mulher tinha se afastado um pouco, mas se virou quando a chamei - Qual seu nome?

- Não sou ninguém importante - deu de ombros.

- Claro que é, pelo que sei essa é minha mãe e você que tinha a foto, você é importante em todos os sentidos - me aproximei mais, ela andou para trás, como se estivesse com medo - Não se preocupe, eu só quero saber como sabe que ela é minha mãe e onde está - tenteia manter por perto, não queria assustá-la e perder a chance de prosseguir com isso.

- Me desculpe, querida - segurou a bolsa mais forte - Mas não posso te dizer mais nada.

- Por que?

- Ele está atrás de mim, só queria me certificar que essa foto cairia em suas mãos - se afastou mais.

- Ele quem?

- Você saberá, por favor me entenda, eu apenas não quero complicar mais ainda o que já está complicado, agora a decisão é sua - ela já quase virava a rua - Adeus menina.

Então ela se foi, sem olhar para trás.

- Vamos, Bella - Ryan me arrastou até as escadas, o elevador ainda estava em concerto - Você precisa descansar - assenti, mesmo sabendo que não conseguiria dormir depois disso.

Subimos em silêncio, um silêncio assustador, eu sabia que Ryan queria despejar muitas palavras para fora e precisava de um consolo, mas eu estava no mesmo estado, sem condição alguma de ajudá-lo. Abri a porta, Danger veio para o meio das minha pernas, roçando os pelos em minhas pernas, o peguei no colo.

- Oi amigo, que tal vir comigo, hein? - ele lambeu minha mão - Vou para o quarto - avisei Ryan, ele estava no sofá encarando o nada, mas sabia que na verdade estava pensando no que acabara de acontecer.

- Tudo bem, tente descansar - como se isso fosse possível.

Tranquei a porta do quarto, colocando Danger no chão e me jogando na cama.

Diana estava viva.

Minha mãe estava viva, eu tinha certeza disso.

Por que ela nunca me procurou? Nossa vida sempre foi limitada, não éramos muito amigas como muitas mães são com suas filhas, quando Paul foi preso tudo complicou mais sem ele para pagar as contas, mesmo com dinheiro ganho de forma horrível, mas pelo menos alguém pagava, depois que comecei a trabalhar quase não interagimos mais, ela foi se isolando cada vez mais em seu próprio mundo, em sua própria mente com seu próprio final feliz. Tive certeza que ela realmente não estava bem quando cheguei em casa depois do trabalho e ela veio até mim, perguntando sobre Paul e se ele estava bem, eu sabia que ela o amava mesmo com todos os defeitos e erros, mesmo sendo agredida e vivendo na vida que vivíamos, ela ainda o amava e nunca o havia esquecido. Sempre senti, mesmo que fosse pouca, culpa por ela ter chegado ao estado que chegou, como seria se Paul ainda continuasse conosco até hoje? Eu estaria viva? Ela estaria viva? E Ryan?

Ryan, ele precisava de mais apoio que qualquer outra pessoa, nunca permiti que as merdas que Paul fazia chegasse aos seus ouvidos, sempre dava um jeito de tirá-lo do meio de alguma briga ou impedia que ele presenciasse meu pai batendo em alguém, ou voltando bêbedo para casa, como quase sempre fazia, o protegi para que não crescesse com nenhuma trauma, que fosse uma pessoa sem um passado perturbador, mas isso foi quase impossível quando ela soube que nossa suposta mãe havia morrido.

Como seria se reencontrasse minha mãe novamente? Ela ao menos se lembra de nós? Se lembra de tudo? Ou a loucura simplesmente a fez esquecer de qualquer lembrança? Oh Deus, eu precisava reencontrá-la, como eu precisava. Não acredito que passei oito anos da minha vida pensando que ela havia morrido, que nunca mais a veria, que nunca mais sentiria seu abraço.

Olhei para a foto que ocupava um grande porta-retratos na mesa ao lado, éramos apenas eu e Ryan, em se aniversário de 18 anos, lembro de ter feito uma viajem de ultima hora, mesmo em período de provas, fui para Londres e virei a noite ao seu lado, como não fazíamos a muito tempo.

Peguei meu celular e disquei um número já conhecido.

- Alô? - atendeu no primeiro toque.

- Isabella McCortney - disse meu nome para que logo se lembrasse de mim.

- Olá Bella - sua voz era carregada de sarcasmo - Por que resolveu procurar um amigo depois de tanto tempo?

- Não me enrole, imbecil - ouvi uma gargalhada do outro lado - Apenas quero um favor que você não poderá recusar.

***

- Vou sair, Ryan - peguei as chaves do carro, e sai procurando minha bolsa.

- Vai aonde?

- Hospital.

- Você disse que só começava a trabalhar segunda - franziu o cenho, ainda encarando a TV que passava alguma coisa.

- Eu vou apenas dar uma olhadas nas crianças que vou enfrentar - sorri fraco.

- Claro, se precisar de alguma coisa pode me ligar.

- Eu vou.

- Bella? - merda, eu já estava com a mão na maçaneta.

- O que?

- Não faça nada de errado - falou como se pudesse ler a minha mente, logo o remorso me atingiu como um raio.

- Não vou - minha voz saiu rouca, saí dali antes que ele me abordasse por estar mentindo - E por favor, não veja pornô na minha TV - gritei antes de fechar a porta.

- Tarde demais - gemi de desgosto por imaginar a cena.

Desci as escadas mais rápido que o normal, eu não iria no hospital, não agora.

Antes que precisava resolver uma coisa importante.

>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>

OH PUTA MERDA! 1K SENHOR, 1K!!! CNAUIVHISDN :) Eu amo muito vcs, isso é uma realização para mim, eu praticamente vi pôneis no final do arco-íris quando vi isso.

Vocês são demais, sério, não achava que passaria dos 500. Obrigada por tudo, pelos votos e comentários, por tudo.

Bom, que tal me deixarem mais feliz ainda comentando, e leitoras fantasmas, comentem por favor! Não sabem a minha alegria quando vejo que alguém deixou um pouco da sua opnião aqui.

E mais uma vez, podem falar comigo pelo chat que eu vou adorar respondê-las.

Eu sei que esse capítulo esta meio tedioso, mas eu precisa de uma reflexãozinha de tudo o que está acontecendo.

Voteeeeeeemm

Comenteeeeeem

Partilheeeeeemmmm

Até o próximo capítulo.

Leeh

Only YouOnde histórias criam vida. Descubra agora