Capítulo 30

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Estava no carro com Kate a caminho de casa, minha perna latejava dez vezes mais do que antes, parecia que um caminhão tinha passado em cima dela. Depois de treinar pontaria com Ashton-gostoso-que-gosta-de-apertar-minha-cintura, montei  e desmontei uma arma dez vezes ou mais com Ashley, tive que treinar como iria mentir, não consegui convencer Leah com a minha mentira nenhuma vez, eu precisava mesmo melhorar isso. Depois de algumas horas apareceu outra garota, Jennifer, ela iria me ajudar com disfarces, iria me fornecer armas fáceis de esconder. Todas as meninas iriam ajudar com alguma coisa, mas somente Ashton ficava com a parte física, eu teria que lutar com ele, fazer simulações com ele, correr com ele, entre outras coisas, resumindo, teria que ter muita força de vontade e foco para não me perder no meio de tudo isso com um homem daqueles, sem contar a atração que eu senti.

Essa noite eu iria para um racha, segundo Diana muitos chefes de máfias estariam lá e eu precisava chamar a atenção de alguém, para conseguir apoio nesse plano de acabar com Paul.

Me despedi de Kate quando ela parou em frente ao prédio, quase sai correndo atrás do carro quando virei e vi quem estava na entrada. Cameron estava no celular, parecia nervoso com alguma coisa e pelo visto queria socar alguma parede, a ideia de ir até ele e perguntar pelo o que aconteceu me veio a cabeça, mas acho que Cameron não merecei, não depois de me deixar no hospital como se eu fosse uma encomenda e nem dar notícias.

Então uma súbita vontade de agarrar aquele ser me possuiu, de beijá-lo por alguns minutos seguidos e abraçar aquele corpo quente, de deslizar as mãos por seu cabelo e rir das coisas idiotas, se sentir seus lábios percorrerem meu corpo fazendo desenhos por todo lado. Eu havia sentido falta dele, admito, mas como ainda tenho essa chamas acessa dentro de mim sendo que aquele filha da puta nem se quer se preocupou comigo?

Segui reto, contendo a vontade de olhar para ele, eu juro que podia sentir seu olhar assim que coloquei o pé na entrada, passou a falar mais baixo quando me viu, como se eu o tivesse acalmado. Andei o mais rápido que pude em direção aquele elevador maldito, rezando para que eu pegasse ele sozinha. Foi ai que Cameron parou de falar e eu escutei passos atrás de mim, entrei no elevador e comecei a apertar o botão para meu andar freneticamente.

“Por favor, feche as portas. Por favor, feche as portas. Por favor, feche as portas logo”

Implorei mentalmente, eu realmente não estava a fim de trocar palavras com Cameron estando brava e com vontade de agarrá-lo.

Minhas esperanças morreram quando eu ouvi a respiração ofegante de Cameron, ele tinha corrido para me alcançar, então, que Deus me ajude.

- Oi Bella – merda de voz excitante.

Levantei a cabeça para olhá-lo, ele estava suado, com a blusa colada marcando seu abdômen e o cabelo bagunçado. Se antes que estava atraída, agora eu queria desvendar o Kama Sutra com aquele homem.

- Oi Cam.

O elevador fechou e começou a se mover, eu só aguardava em silêncio.

- Olha, eu juro que não vou pedir explicações nem nada, só quero saber se está bem – falou, coçando a nuca.

Explicações, eu sei que devia explicações a ele, mesmo dizendo que não iria pedir devia estar se roendo por dentro, apesar de não demonstrar, mas como eu iria explicar que meu pai que não é mais meu pai veio até meu apartamento as cinco da manha para me avisar sobre a minha mãe que quer tirá-lo do mundo da máfia? E como explicar como eu estou no meio de tudo isso?

- Você viu o vidro no chão, eu me cortei, estava indo pegar um copo de água e cai em cima do vaso, um pedaço de vidro entrou na minha perna, eu tentei rastejar até o telefone e ele acabou rasgando mais ainda minha pele – tentei ser o mais convincente possível, as aulas de hoje tinham que ter servido para alguma coisa.

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