Capítulo 13

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Olhei para o homem parado me olhando como se eu fosse algum tipo de alien, ou melhor, o pai daquelas crianças me olhava como se eu fosse um alien.

- Papai, vem conhecer a mamãe! - Abby correu até ele e agarrou sua mão o puxando, mas ele nem se mexeu - Vem papai!

Ele voltou ao normal, se sentando do outro lado do tapete. Porra, Cameron era pai. Pai das minhas crianças. Ele é pai.

Cameron é pai.

Essa frase se repetiu na minha cabeça alguma milhares de vezes, até me dar conta que de que encarava Cameron há alguns minutos, e ele continuava me olhando como se eu fosse um Alien.

- Por que está me olhando assim?

- Você é pai? - mal o deixei terminar e a pergunta saiu espontaneamente da minha boca.

Ele me encarou novamente, como se estivesse entendido alguma coisa e começou a rir.

- Não, eu venho aqui fazer trabalho voluntário duas vezes por semana.

Então foi como se um peso saísse dos meus ombros, não que eu tivesse problemas se elas fossem filhas dele, na verdade eu teria um pouco já que vou ser a nova médica delas, mas odiar um cara sem filhas é estranho de odiar um cara com duas filhas adoráveis, se fosse assim minha consciência ficaria obesa.

- E você? O que está fazendo aqui?

Olhei para Abby e Maggie, que estavam brincando de boneca em um canto afastado, tendo conversas imaginárias e bebendo chás invisíveis.

- Sou a nova médica delas.

- Sério?

- Muito.

Ele não falou mais nada, apenas me olhou e ficou em silêncio.

Vamos Cameron, reaja!

Eu, não sei por que, estava esperando alguma coisa vindo dele, espanto ou algo do tipo, eu queria que ele reagisse, queria que dissesse alguma coisa, mesmo que fosse para brigar ou falar alguma coisa idiota. Por que ele tinha que fazer trabalho voluntário justo aqui? Hein?

- Não vai falar nada? Não vai me xingar nem nada?

- Por que eu faria isso? - me olhou confuso.

Há, não sei, talvez por que você goste de me ver na lama diariamente.

- Por que você me odeia - respondi como se fosse óbvio, o que realmente é.

- Eu disse isso?

- Você deixa isso claro como água - cruzei os braços.

- Você que interpreta as coisas erradas - deu de ombros, se levantando - Em vez de ficar parada aí, por que não faz alguma coisa?

Franzi o cenho, o vendo chamar todas as crianças, o que foi inútil já que ninguém dava atenção á ele, depois de várias tentativas fracassadas ele se sentou novamente.

- Você é um fracasso!

- Não diga nada, duvido que faça melhor - se encostou na parede, se preparando para a concorrência.

Oh não, ele me desafiou.

Isabella McCortney não ignora um desafio, principalmente quando esse pode lhe dar chances de fazer um certo vizinho idiota lamber o chão.

- Veremos.

Olhei em volta, tentando achar alguma maneira ou coisa que chame a atenção dessas crianças tão interessadas em seus brinquedos. Meus olhos caíram sobre vários copos de plástico com tintas, era perfeito.

Cheguei perto de Abby, sussurrando em seu ouvido:

- Quer me ajudar a fazer uma coisinha?

- Ela é legal?- deixou sua boneca de lado.

- Eu prometo que você vai se divertir como nunca, e ainda vai ver o papai sujo - ok, eu dizendo "papai" foi muito estranho.

Ela sorriu, retribui lhe dizendo o que teria que fazer. Ela assentiu, entendendo tudo. Me afastei, ficando perto das tintas.

Logo vi Abby se jogar no chão, fazendo Maggie começar a chorar e Cameron correr em sua direção. Peguei alguns copos, me aproximando. Vi a expressão desesperada de Cameron, senti uma pontada de culpa, ele devia estar surtando, mas o que viria recompensaria tudo.

Sem hesitei virei dois copos em sua cabeça, o fazendo se afogar e a sala ficar em silêncio.

- Você. Não. Fez. Isso - falou pausadamente, com a sua voz carregada de raiva.

Todas as crianças me encaravam, ansiosas para o que viria depois. Todo mundo gosta de uma briga.

- Você me desafio - me afastei um pouco quando o vi se levantar e ir pegar dois copos de tinta - E eu ganhei - meus passos para trás se aceleraram, se preparando para correr.

Ele me olhou maleficamente e depois para Abby, agora suja de tinta e se rolando no chão de tanto rir, posso jurar que um sorriso brotou no canto de seus lábios.

- Segurem ela! - gritou antes de vir me minha direção.

Demorei um pouco para processar, mas quando vi já estava correndo e fugindo de Cameron, que me perseguia com alguns meninos atrás com outros copos de tinta.

Então eu cai. Então eu senti um liquido gelado escorrer pelo corpo. Então eu estava parecendo uma porca colorida.

Cuspi o cabelo cheio de tinta que tinha parado na minha boca. Cameron e Cia estavam rindo de mim como hienas.

- Então é divertido - me levantei, mas escorreguei de novo - Vamos comemorar dando um abraço coletivo! - Gritei finalmente conseguindo firmar os pés e comecei a correr atrás daquelas pessoinhas, que logo começaram a se atrapalhar e caindo.

Peguei várias crianças, as abraçando e, consequentemente, as sujando. Havia tinta para todo lado, os copos estavam caídos do chão depois de algum tempo, as cadeiras de couro coloridas, o chão de uma cor nova, as roupas ensopadas e colando, os cabelos arrepiados e sujos, mas mesmo assim, os únicos sons eram gargalhadas altas de todas as crianças.

Sorri com isso, estava no meu canto até sentir alguém me pegar pelas pernas e me tirar do chão, imediatamente reconheci o perfume, Cameron.

- Cameron seu idiota me coloque no chão - comecei a chutar para todos os lados.

- Não, esse é seu castigo - me encaixou em seu colo, mas acabei escorregando, mas Cameron me segurou antes que eu fosse ao chão, prendendo minha cintura impedindo que meus pés tocassem o chão.

Nossos rostos estavam quase se tocando, seu perfume, seus lábios, tudo estava me dixando tonta demais, embriagada demais. Encarei seus lábios, sem que eu percebesse os meus já estavam abertos.

- Abby! - Fomos interrompidos por um grito de Maggie.

Olhei em volta, vendo Abby curvada e vomitando sem parar.

Meu coração disparou, quase que imediatamente meus pés deslizaram pelo chão indo ao seu encontro, Cameron veio atrás.

- Abby? Meu Deus - passei as maõs por suas costas - Cameron, pelo amor de Deus, chame alguém - então ele se foi

Segurei seus cabelos, meu desespero estava cada vez mais visível, ainda consegui ouvir uma das crianças perguntar "Ela vai morrer?"

- MINHA FILHA! DEEM LICENÇA.

Bem no meio uma mãe desesperada abria caminho entre as crianças, me desesperei ainda mais quando vi quem era

Diana.

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oi gente, sem delongas porque eu estou super atrasada para minha aula de pilates.Obrigada pelos comentários do capítulo passado, pelos votos, por tudo.

Espero que gostem

Votem, comentem e partilhe.

Agora adeus porque eu estou realmente muito atrasada.

Leeh

Only YouOnde histórias criam vida. Descubra agora