Capítulo 15

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As portas do elevador se abriram no meu andar, senti meu coração acelerar ao repara no bilhete em minha porta.

Como foi com as crianças hoje, querida? Diana não parece a mesma, não é?

Papai.

Arranquei aquilo de lá, o guardando em minha bolsa, Ryan estava em casa e graças a deus não deve ter visto.

Abri a porta, colocando um sorriso no rosto e pronta para agir como se nada tivesse acontecido.

- Olha quem resolveu se lembrar que tinha um irmão, Danger? – Ryan se agachou perto do meu cachorro que agora parecia mais gordo.

- Está entupindo meu filho de comida? – peguei Danger no colo.

- Como vou saber quanto um cachorro filhote como, a mãe dele nem ao menos me disse nada antes de sumir do mundo! – que ótimo, tínhamos alguém irritado.

- Tive que resolver assuntos, e além disso, aprontei uma coisinha no hospital – peguei água na geladeira – Temos uma festa para ir hoje.

O vi encarar o chão e respirar fundo.

- Não dá, preciso ir embora – o que? Mais que porra é essa?

- Não, você não precisa – disse – Você nunca vem me ver, porra! Ficamos meses sem nos encontrar e quando finalmente isso acontece você desaparece!

- Você não é a única que tem compromissos, Bella!

- Não pode ficar nem mais algumas horas? Precisa mesmo ir?

- Meu voo sai em duas horas – suspirou.

- E quando iria me falar isso?

- Quando você lembrasse que tem irmão – ai porra, essa doeu.

Ryan saiu da cozinha, sem me dar tempo de responder, ouvi a porta bater com força.

Você só faz merda, Isabella.

Primeiro Diana, agora Ryan, esse com certeza não era o meu dia. Fui até a sala com Danger atrás de mim, me joguei no sofá, Ryan não sairia do quarto tão cedo e logo depois iria embora. Eu não merecia ao menos uma despedida! Era para estar rindo e comendo pizza agora, como antes, éramos para ter conversado e ficarmos acordados até tarde, vendo algum filme idiota e se entupindo de pipoca, é isso que irmãos fazem.

Mas Diana e Paul resolveram aparecer na minha vida sem aviso prévio, me deixando totalmente confusa e perdida a ponto de esquecer que Ryan também precisa de mim, ele tinha razão de estar bravo comigo, até eu estou nessas horas.

Então no meio de todos os acontecimentos, o sono me levou para um mundo sem problemas.

[...]

Oi, espero que esteja bem e não esteja se culpando, você está passando por muita coisa, se fosse comigo tenho certeza que ficaria do mesmo jeito. Estou indo para o aeroporto, você está dormindo e não quero te acordar, eu vou ficar bem.

Se cuide, Bella. Eu te amo.

-Ryan.

P.S. Boa festa, passarinho.

Olhei para o bilhete pela décima vez, havia acordado com Nash me ligando e me lembrando sobre a festa, na qual eu estava praticamente sendo obrigada a ir. Levantei-me do sofá, gemi de dor quando senti meu pescoço latejar, talvez eu tenha dormido um pouquinho torta.

Já eram quase oito e meia e Nash viria me buscar ás nove e meia. Entrei no banheiro para tomar um banho, desejei que meus pés criassem raízes ali mesmo enquanto sentia a água quente cair em meu corpo, relaxando-me.

Lá estava eu, quase tendo uma explosão de hormônios com meu banho, quando a campainha começou a tocar sem parar.

Porra, nem um banho decente pode se tomar aqui! Tinha a intenção de ignorar aquele som irritante em meus ouvidos, mas decidi ver quem era o infeliz depois de cinco minutos com aquela merda tocando sem parar.

Sai do box, enrolando-me na toalha branca, um jeito muito decente de atender a porta. Sai do quarto, logo caindo de bunda no chão por estar todo molhada e ter escorregado, não deveria fazer isso com a maravilhosa coordenação motora que tenho, mas existem alguma pessoas que não tem noção de privacidade, e adotam interromper-banho-da-Bella como passatempo.

Fechei a porta do quarto, ouvindo a campainha tocar mais uma vez.

- Mas eu porra, eu já estou... - fui calada com um latido.

Porra, um latido, latido! Quem foi o idiota que entrou em meu apartamento com um cachorro na bagagem? Se ele fizesse alguma coisa a Danger, eu não economizaria saliva e tapas contra o dono.

Virei o corredor, pronta para mandar a pessoa para a puta que pariu, mas foi ai que vi que não se tratava de uma pessoa. Era apenas um cachorro, um cachorro que em pé passaria da minha altura, com alguns bons quinze centímetros a mais.

E eu tinha certeza que ele não estava aqui para brincar.

Começou a latir mais e mais quando me viu, deixando-me mais apavorada do que já estava, me olhava como se fosse me matar a qualquer momento com aqueles dentes caninos afiados e grandes.

Ah merda, eu já podia me despedir do mundo?

Senti Danger se encolher entre meus pés. Era para você estar me defendendo, cachorrinho. Olhei para o cachorro de novo, que agora parecia estar mais próximo, desejei que fosse apenas coisa da minha cabeça e fechei os olhos, mas quando os abri vi que estava prestes a ser atacada pelo cachorro que agora andava em minha direção.

Tentei lembrar de como se acalmar quando se está com medo, imediatamente imagens de Diana me mandando respirar fundo apareceram na minha mente.

Mais que porra, até nessas horas eu tenho que lembrar dela!

Outro latido me tirou de Diana, eu até tentei respirar fundo e tentar pensar em uma maneira de sair dalí, mas era quase impossível! Como você pode se acalmar quando sabe que um passo errado pode custar alguma parte de seu corpo?

Olhei para o final do corredor, vendo a porta do meu quarto ligeiramente aberta. Quais seriam as chances de chegar até lá sem que ele me alcançasse? Quase nulas, eu sei.

Ouvi meu celular tocar, pulei de susto, o que me fez quase cair para trás e que o cachorro desse mais alguns passos firmes até mim. Olhei para meu lado, ele estava á alguns centímetros de mim, conectado ao carregador. Me agachei, sem fazer barulho e me estiquei, com muito esforço consegui pegar o celular, atendi sem ver quem era.

- Por favor – ofeguei – Me tire daqui.

- Bella? – a voz de Cameron fez com que uma onde de alivio percorresse meu corpo, mas durou poucos segundos – Aconteceu alguma coisa?

- Tem um cachorro que mais parece um lobo faminto no meu apartamento, Cameron! – sussurrei – Por favor, me tira daqui – minha voz saiu desesperada.

- Tudo bem – o ouvi dizer alguma coisa a alguém – Vou aparecer aí em um piscar de olhos, fique bem.

Fique bem? Tem a porra de um animal querendo me comer viva, eu só vou ficar bem quando alguém aparecer aqui!

O cachorro olhou para mim, rosnando e partindo em cima de mim.

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Aqui estou eu de novo, com mais um cap.

E sim, como disse no capítulo anterior, estou me remoendo por dentro e me sentindo a pior pessoa do mundo por pedir votos, mas juro que foi a ultima vez, afinal eu estou aqui para escrever, quem gostar vota quem não gostar só olha, espero que gostem desse capítulo.

Obrigada pelos comentários e os votos <3.

E preparem os coraçoes para o próximo.

 Leeh.

Only YouOnde histórias criam vida. Descubra agora