Capítulo 40

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Foi impossível não abrir um sorriso maldoso para Paul, o vi fechar os olhos e se levantar lentamente.

- Uma pessoa chamada Diana, conhece?

- Sim, aliás, fiquei sabendo que ela estouraria seus miolos com prazer – e pela primeira vez naquele tempo ali, fiquei com vontade de rir.

Vi Paul levar a mão até o bolso da calça, tirar algum aparelho eletrônico e apertar um botão vermelho diversas vezes.

- Seus capangas não vão escutar isso ai do inferno – a mulher riu, se aproximando ainda mais de Paul e sussurrando – Desista, estão todos mortos e logo você vai se juntar a eles.

Vi Diana fazer um sinal com a mão livre. Kate, Ashley , Leah, uma mulher e vários homens entrarem, Kate soltou Ashton e Leah me soltou, chamaram a outra mulher, Jennifer, para ver meus machucados.

- Você precisa sair agora, Bella – Ashton me puxou pelo braço.

- O que? Não! Acha mesmo que eu deixaria de ver esse filho da puta sofrendo? Isso vai ser melhor do que qualquer filme que eu já vi e vou ver na vida! – ele revirou os olhos, sem soltar meu braço.

- Só vamos amarrar ele, a parte da tortura vai ficar com você e Diana – olhou para algo atrás de mim e franziu o cenho – Tem alguém querendo conversar com você.

Me virei, vendo uma mulher de meia idade me chamar, a segui até uma sala onde havia um “hospital” improvisado, encontrei Cameron deitado no chão, dormindo com efeito dos medicamentos que tomava direto na veia, sua perna estava enfaixada, o tórax estava coberto com um pano, não tive coragem de ir até lá para ver, com certeza sua situação não era das melhores.

A mulher me guiou até uma cadeira, me apoiei nela durante o caminho todo, acho que dizer mais uma vez que a minha perna estava doendo seria perda de tempo. Ela pegou meu tornozelo e com cuidado o ergueu, gemi quando senti meus músculos doerem, ela se sentou e colocou meu pé apoiado em seu colo, pegou algumas coisas como álcool, linha, agulha, gaze, entre outros matérias que precisaria para cuidar dos meus machucados.

- Não temos anestesia – foi a primeira coisa que saiu da sua boca, antes de começar a limpar o local onde Paul tinha enfiado a faca.

- Ah, isso é ótimo – ironizei, jogando a cabeça para trás e olhando Cameron novamente.

Ele parecia tão calmo, dormindo serenamente, esticado e sem se mexer. Ouvi um risinho da mulher que cuidava dos meus ferimentos, a olhei, me perguntando o que teria tanta graça.

- É o jeito que você olha para ele – ela se explicou – Como uma mulher apaixonada - queria não estar – Sabe, enquanto eu cuidava dele, ele chamou por você.

- Chamou?

- Sim, ele disse que a amava.

Acho que se me amasse realmente, não teria feito o que fez, não teria me usado.

- Acho que não é verdade – ela soltou um riso baixo, balançando a cabeça negativamente.

- Só porque ele errou com você, não quer dizer que não nutre sentimentos, ele pode ter se apaixonado por você sem ao menos perceber, não o culpe por isso.

- Ele apenas me usou.

- E quem te garante isso? Vai julgá-lo pelo o que fez, em nem querer saber o outra lado da historia?

Eu me sentiria mais confortável com um médico brigando comigo, essa mulher estava me encurralando, não me deixando saída nenhuma. Ela queria que eu entendesse Cameron, mas como eu poderia sentar e ouvir a sua versão, sabendo que ele sabia da verdade o tempo todo, ele já me enganou uma vez, não custaria tanto enganar novamente.

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