Capítulo 29

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Mal coloquei meu cérebro para funcionar direito e a primeira coisa que senti foi uma dor de cabeça terrível, como se tivesse me acertado com umas haste. Abri os olhos, e a primeira coisa eu vi foi um par de olhos esbugalhados me encarando, percebi que era apenas a enfermeira, ela sorria como se eu fosse uma criança.

- Bom dia, menina – segurou minha mão – Como está se sentindo?

- Bem, quando eu vou poder sair daqui?

Já tinha percebido que estava em um hospital e lembrava do porque, apesar de ser médica e entender que as pessoas devem esperar pela alta do médico, na minha mente, isso não se aplicava a mim.

- Calma – ela riu – Vou chamar o médico, e por favor, não mexa a perna.

Foi bem ai que eu mexi minha perna sem perceber, por puro instinto, e uma puta dor me corroeu.

- Eu disse para não fazer isso, agora me ouça e não faça isso de novo, a senhorita levou muitos pontos na perna – se afastou- Vou chamar o médico e ele estará aqui em alguns minutos, se comporte- fechou a porta.

Puff, “se comporte” até parece que eu sou a porra de uma criança que não consegue ficar quieta, não é minha culpa se fico impaciente, quando eu acordo a porra do médico devia estar esperando na porta com os papeis da alta na mão. Fiquei tentando achar uma posição confortável enquanto a enfermeira procurava o médico, que pela demora devia estar do outro lado do mundo alimentando um elefante.

Depois de mais alguns minutos a porta finalmente foi aberta e um homem velho vestindo jaleco branco entrou, sorrindo de orelha a orelha.

- Bom dia, Isabella – se sentou na ponta da cama- Como está se sentindo?

- Não sinto dores, agora, quando eu posso ir embora?

Ele balançou a cabeça negativamente, gargalhando baixo, qual era a porra da graça?

- Só termine de tomar esse soro e já pode ir embora, agradeça seu namorado por ter te trazido a tempo, caso contrário você precisaria de uma doação de sangue.

Meu namorado? Cameron disse que era meu namorado? Aquele imbecil nem está comigo nesse exato momento e ainda disse que era meu namorado? Respirei fundo, ignorando o que  médico disse para não provocar mais assunto e tardar minha saída, com Cam eu me acertava depois.

- Quanto aos papeis da alta – continuou – Sua mãe já está lá fora lhe esperando, quer que eu a mande entrar?

Eu havia me esquecido de Diana, nem se quer pensei nela durante esse tempo, e se Paul também foi atrás de Abby? Deus, eu devia ter arranjado um jeito de avisá-la, eu devia ter feito alguma coisa para que Paul não tivesse saído do meu apartamento andando e bem.

- Quero – falei baixo, tão baixo que duvido que o médico tenha escutado, ele pensou um pouco antes de interpretar o movimento dos meus lábios como um sim.

Ele assentiu, saindo do quarto e deixando a porta aberta, para logo depois Diana passar por ela. Eu tenho que dizer, ela estava acabada, estava com profundas olheiras e uma horrível expressão de cansaço, parecia que iria desmoronar a qualquer momento ali mesmo, andava devagar e olhando para o chão.

Fui tomada por uma enorme vontade de correr até ela e perguntar o que havia acontecido, de abraçá-la. Ela passou pelo médico e deu um sorriso sem vida, apenas olhou para frente quando a porta já havia se fechado atrás dela. Levantou a cabeça, me encarando, então quase imediatamente as perguntas explodiram na minha boca.

- Abby está bem? Você está bem? Aconteceu alguma coisa? Paul foi até vocês? Paul...

- Quer por favor calar a boca e não agir como a porra de uma adolescente desesperada? – me interrompeu, sua voz estava carregada de raiva.

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