CAPÍTULO 11

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Pegos no flagra!

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O medo é uma sensação que proporciona um estado de alerta demonstrado pelo receio de fazer alguma coisa, geralmente por se sentir ameaçada, tanto fisicamente como psicologicamente. Pavor é a ênfase do medo. O medo provoca reações físicas facilmente observáveis.

É também uma reação obtida a partir do contato com algum estímulo físico ou mental (interpretação, imaginação, crença) que gera uma resposta de alerta no organismo. Esta reação inicial dispara uma resposta fisiológica. A resposta anterior ao medo é conhecida por ansiedade. Na ansiedade o indivíduo teme antecipadamente o encontro com a situação ou objeto que possa lhe causar algum mal. Sendo assim, é possível se traçar uma escala de graus de medo, no qual, o máximo seria o pavor e, o mínimo, uma leve ansiedade.

Tanto eu quanto Lucas, travamos de medo, ao perceber que alguém nos observava por cima da box. Uma pessoa de cabelos ruivos e olhos travessos. Não nos movemos até ouvir o barulho da porta nos tirar do transe. Rui, amigo de Lucas nos viu aos beijos no banheiro. Lucas me tirou do colo abruptamente e sem delicadeza nenhuma. Se não houvesse uma porta atrás de mim, com certeza eu teria ido parar nos espelhos.

— Ele nos viu! — Ele quebra o silêncio e sai do box, assim me obrigando a sair também.

— Ele não irá contar a ninguém. — Digo tentando acalmar mais a mim, do que a ele. Que merda! Merda!

— Você acha mesmo? — Ele grita e dá um soco na pia. Me afasto assustado.

— Se ele falar, a gente pode assumir o que temos. — As palavras fogem da minha boca. Ele me olha diferente. Me encolho devido ao seu olhar.

— Assumir o que porra? — Grita. — Não temos nada! E se todos souberem disso. — Ele aponta primeiro para si e depois para mim com nojo. — Minha reputação está acabada... — Ele passa a mão pelo rosto desesperado. Seus olhos azuis, que antes eram tão bonitos, estão escuros e assustadores.

— Desculpa... — É a única coisa que sai da minha boca. Por que estou pedindo desculpa? Sendo que eu não fiz nada, ou fiz? — Desculpa mesmo?

— Não tem como desculpar umas coisas dessas. — Fala encarando seu próprio reflexo no espelho. Pelo que exatamente eu sou culpado? Eu o chamei para nós ver aqui? Sinto as lágrimas brotarem, mas as seguro firme.

— E agora? — Pergunto com a voz falha. Ele me olha indiferente, como se eu fosse um copo descartável, após ser usado.

— E agora nada! Não temos nada e nunca tivemos! — Deixa claro se aproximando. — Não me procura mais! — Fala olhando nos meus olhos. Merda! Merda!

Ele sai do banheiro apressado e eu continuo parado olhando meu reflexo no espelho. Controlo a vontade de dá um soco no espelho e acabar com meu outro eu, mas me contento em apenas me trancar em um boxe e chorar muito mesmo, até sentir que não há mais lágrimas e o sinal bater. Antes eu sentia medo, agora é pavor. Meu pai me mata se souber disso... e eu serei motivo de chacota na escola inteira.

Já consigo ouvir os comentários: "olha a maricona", "que casalzinho de bichas bonitas", antes de entrar na sala aperto os olhos com força, para tentar expelir a vermelhidão dos meus olhos.

— Está tudo bem? — Gabi pergunta ao me ver entrar na sala. Lucas está sentado no seu lugar. Ele sorrir como se não estivesse surtando minutos atrás. Seu típico sorriso está nos lábios, escondendo toda a sua preocupação.

— Claro e por que não? — Sorrio. Meus olhos devem estar um pouco vermelhos. — Esse professor sempre demora. — Mudo de Assunto. Meu peito dói tanto amigos, me ajudem por favor.

Quase Clichê - vol. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora