Bom humor matinal!
__
Mais uma manhã de Segunda-Feira linda na maravilhosa Curitiba! Isso é tão clichê, mas infelizmente é isso. O sol está um pouco fraco e o céu está azul. Pulo da cama – pulo mesmo –, e começo a procurar uma roupa para ir para a escola. Ontem não conversei mais com o Lucas, fiquei meio ressentido. Será que ele foi mesmo ajudar a mãe ou foi pegar a tal da "Beatriz"?
Luxcas <3
"Por que não está me respondendo? O que eu fiz?"
6:01
Talvez devesse perguntar a Beatriz. Olho a mensagem e bloqueio a tela do celular. Sigo para o banheiro, para tomar um banho e ter coragem de iniciar o dia. Visto o uniforme da escola e uma calça preta, tênis vans e desço com a mochila. Meus pais já estão tomando café, apesar de ser muito cedo. Acordei mais cedo, para ir a pé. Quero pensar um pouco e demorar a chegar na escola. Minha cabeça anda muito cheia, principalmente com os assuntos dos meus amigos.
— Cuidado! — Meu pai adverte quando eu quase caio da cadeira. — Tá no mundo da Lua Guilherme?
— Bom dia... — Bocejo me sentando novamente, mas sem cair. — Não... Mas eu queria. — Comento.
— Filho hoje você terá que ir a pé... porque tenho que ir mais cedo para o trabalho. — Ela fala bebericando seu café.
— Tudo bem... — Tento não transparecer alívio. Não sei como explicaria para minha mãe, sobre querer ir a pé.
— Eu posso te levar. — Meu pai sugere.
— Não! — Falo mais alto que deveria. Eles me olham estranho. — Quero dizer... Não precisa pai. Eu posso ir a pé mesmo, assim o senhor não e atrasa. — Argumento.
— Tudo bem... — Ele dá de ombros voltando a comer.
Depois de terminar de tomar meu suco de goiaba, subo para escovar os dentes. Antes de sair converso com Ellen e ela me diz que desconfia que talvez, o namorado dela tenha traído ela. Fico com um nó na garganta, mas não conto nada. Eu me sinto um cúmplice de André. Apesar de tudo os dois são meus amigos e isso é o pior de tudo. Começo a seguir para a escola. É 30 minutos até escola, mas tenho quase 50 minutos antes de chegar lá.
— Guilherme!? — Ouço alguém gritar meu nome. Ignoro e continuo ouvindo minha música. Até que um carro para perto de mim. Me assusto, mas vejo Lucas na janela, com outros dois caras. — Indo a pé?
— Não! Imagina...voando. — Respondo tirando os fones.
— Tem bom humor, gostei dele. — O cara que está no volante fala. Ele é negro, olhos castanhos, cabelos lambidos para trás, com mais de 1kg de gel. Ele não aparenta ter mais de dezesseis anos. Irresponsáveis, dirigindo com menos de 18 anos.
— Quer carona? Sobe ai! — Lucas abre a porta traseira. Os dois meninos da frente assentem.
— Obrigado, mas vou a pé. — Digo recolocado meus fones.
— É sério cara, é muito longe e você só tem mais 20 minutos. — Avisa. 20? Que horas são? Meu Deus! Já são 7h, como eu não percebi a hora?
— Não tem problema. — Insisto mesmo sabendo que não dá tempo. Eu só não quero ficar perto dele, nem andar com pessoas que nem conheço.
— Não dá! — O outro amigo fala. Esse é ruivo, olhos verdes e cabelos sem corte, ele tem cara de quem é meio travesso. Cara de quem rouba lanche dos outros. — E eu sou maior de idade se quer saber. — Ele sorrir. Além de psicopata, né?
VOCÊ ESTÁ LENDO
Quase Clichê - vol. 1
Romance(LIVRO COMPLETO E REVISADO) - Duologia livro 1. Guilherme mora em Curitiba desde que se entende por gente. Nunca fora um garoto extrovertido, mas sempre teve seus três fiéis escudeiros. Agora com 14 anos, Guilherme acabará de entrar no ensino médio...