CAPÍTULO 9

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Bom humor matinal!

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Mais uma manhã de Segunda-Feira linda na maravilhosa Curitiba! Isso é tão clichê, mas infelizmente é isso. O sol está um pouco fraco e o céu está azul. Pulo da cama – pulo mesmo –, e começo a procurar uma roupa para ir para a escola. Ontem não conversei mais com o Lucas, fiquei meio ressentido. Será que ele foi mesmo ajudar a mãe ou foi pegar a tal da "Beatriz"?

Luxcas <3

"Por que não está me respondendo? O que eu fiz?"

                                                                                               6:01

Talvez devesse perguntar a Beatriz. Olho a mensagem e bloqueio a tela do celular. Sigo para o banheiro, para tomar um banho e ter coragem de iniciar o dia. Visto o uniforme da escola e uma calça preta, tênis vans e desço com a mochila. Meus pais já estão tomando café, apesar de ser muito cedo. Acordei mais cedo, para ir a pé. Quero pensar um pouco e demorar a chegar na escola. Minha cabeça anda muito cheia, principalmente com os assuntos dos meus amigos.

— Cuidado! — Meu pai adverte quando eu quase caio da cadeira. — Tá no mundo da Lua Guilherme?

— Bom dia... — Bocejo me sentando novamente, mas sem cair. — Não... Mas eu queria. — Comento.

— Filho hoje você terá que ir a pé... porque tenho que ir mais cedo para o trabalho. — Ela fala bebericando seu café.

— Tudo bem... — Tento não transparecer alívio. Não sei como explicaria para minha mãe, sobre querer ir a pé.

— Eu posso te levar. — Meu pai sugere.

— Não! — Falo mais alto que deveria. Eles me olham estranho. — Quero dizer... Não precisa pai. Eu posso ir a pé mesmo, assim o senhor não e atrasa. — Argumento.

— Tudo bem... — Ele dá de ombros voltando a comer.

Depois de terminar de tomar meu suco de goiaba, subo para escovar os dentes. Antes de sair converso com Ellen e ela me diz que desconfia que talvez, o namorado dela tenha traído ela. Fico com um nó na garganta, mas não conto nada. Eu me sinto um cúmplice de André. Apesar de tudo os dois são meus amigos e isso é o pior de tudo. Começo a seguir para a escola. É 30 minutos até escola, mas tenho quase 50 minutos antes de chegar lá.

— Guilherme!? — Ouço alguém gritar meu nome. Ignoro e continuo ouvindo minha música. Até que um carro para perto de mim. Me assusto, mas vejo Lucas na janela, com outros dois caras. — Indo a pé?

— Não! Imagina...voando. — Respondo tirando os fones.

— Tem bom humor, gostei dele. — O cara que está no volante fala. Ele é negro, olhos castanhos, cabelos lambidos para trás, com mais de 1kg de gel. Ele não aparenta ter mais de dezesseis anos. Irresponsáveis, dirigindo com menos de 18 anos.

— Quer carona? Sobe ai! — Lucas abre a porta traseira. Os dois meninos da frente assentem.

— Obrigado, mas vou a pé. — Digo recolocado meus fones.

— É sério cara, é muito longe e você só tem mais 20 minutos. — Avisa. 20? Que horas são? Meu Deus! Já são 7h, como eu não percebi a hora?

— Não tem problema. — Insisto mesmo sabendo que não dá tempo. Eu só não quero ficar perto dele, nem andar com pessoas que nem conheço.

— Não dá! — O outro amigo fala. Esse é ruivo, olhos verdes e cabelos sem corte, ele tem cara de quem é meio travesso. Cara de quem rouba lanche dos outros. — E eu sou maior de idade se quer saber. — Ele sorrir. Além de psicopata, né?

Quase Clichê - vol. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora