CAPÍTULO 14

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Jardim botânico.

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O horário passou muito rápido ao lado de Lucas. Depois uns beijos muito quentes, decidimos ir ao cinema aproveitar que ainda não era hora de almoço. Eu não deveria ter fugido, pois estamos em tempo de revisão e hoje já é quarta-feira, semana que vem já temos provas. Hoje eu preciso voltar para casa no horário da escola, para minha mãe não desconfiar. Lucas pagou os ingressos e a pipoca. Nos sentamos nas últimas poltronas do cinema escuro.

— Você parece fantasmagórico com essa luz da tela. — Comento observando o rosto pálido dele. Ele vira o rosto para mim e sorrir.

— E você fica mais perfeito do que já é! — Diz colando nossos lábios. Seu beijo tem gosto de manteiga e coca.

— Shhh! — Alguém pede silêncio e eu e Lucas sorrimos baixinho. — Nesse escurinho a gente poderia completar o que começou na quadra. — Ele põe minha mão sobre a protuberância na sua calça.

— Você não me provoca. — Aperto e sorrio.

O filme acabou por volta das onze horas e logo seguimos para uma lanchonete. Seguimos de carro, passamos por uns policiais e senti meu sangue gelar, mas como Lucas parece ser mais velho, eles nem prestaram atenção. Descemos em uma lanchonete no centro e entramos. Não posso definir o que temos. Será só uma amizade colorida ou é algo mais fundo? Eu não sei o que sinto por ele..., na verdade, eu sei, sim, só não quero aceitar.

— Pizza? — Pergunta sorrindo. Fiz um gesto positivo com o dedo. — Gui? — Ele chama minha atenção. O encaro e ele engole em seco. — Quero te dizer umas coisas...

— Hm...? É... Eu também quero. — Sorrio sentindo as mãos soar. — Mas você primeiro. — Digo ele dá um sorriso nervoso.

— Tudo bem... — Ele respira fundo e começa. — Sabe que eu gosto muito de você, certo? Então... esse gostar é desde o dia em que trocamos um breve olhar na escola. Eu não sabia se o que eu sentia, mas sabia que você sentia também. Sabe aquela sensação de borboletas no estômago? — Pergunta olhando fixamente para mim. Assinto, porque sei exatamente como é. — Então... toda vez que via você, eu sentia e ainda sinto isso. É horrível está longe de você. É maravilhoso está beijando seus lábios, é maravilhoso está conversando com você. — Ele sorrir e eu faço o mesmo.

— Sabe Lucas? Eu sinto o mesmo e era por isso, que eu tentava te manter afastado. Tudo isso é novo para mim. Isso me assustava e ainda assusta. Eu já havia gostado de outras pessoas antes, mas nunca era recíproco e nunca tão intenso quanto isso. — Indico nós dois nervosamente, mas sem tirar os olhos dos seus. — O frio na barriga cada vez que você se aproximava. Os arrepios a cada toque seu. Borboletas no estômago, sempre que você sorria para mim, isso me assustava muito. — Confesso e seu sorriso aumenta mais ainda. — Eu quero tentar algo, mesmo sem saber nada sobre isso.

— Isso me deixa tão aliviado Gui. Tive tanto medo de somente eu me sentir assim e acabar me machucando. Eu quero tentar também. — Ele junta nossas mãos e dá um sorriso gostoso.

— Não foi tão difícil falar essas palavras, quanto eu pensei. — Suspiro e ele sorrir. Mesmo assim, contínuo magoado com você, Lucas.

Minha pizza é de calabresa e a dele é de frango com catupiri. Comemos olhando um para o outro e ainda digerindo tudo que falamos e ouvimos um do outro. Eu tive medo de tudo que eu sentia, ser apenas eu sentindo, mas ouvindo da boca dele eu senti um alívio imenso, tão grande que quase desabafei também sobre André e Gabi, mas me segurei. Após comermos as pizzas, voltamos para o carro. Por ser quase o horário que eu seria liberado, Lucas me levou até perto de casa e ficamos nos pegando dentro do carro.

Quase Clichê - vol. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora