CAPÍTULO 5

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O maldito beijo!

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Quando sai da casa de Guilherme, ele ainda estava dormindo e já tinha um pessoal limpando a casa. Mas antes de sair, desbloqueei o celular dele, para colocar o despertador e ele não perder a escola. Estava aberto no WhatsApp dele e meu contato está salvo como: "Guizinho<3" e um coração?

Saí devagar para não o acordar e pedi um Uber as 5h da manhã, para voltar para casa. Ele dormia pesadamente, mas muito bonito, se é que eu posso dizer isso? Ele pareceu apenas um menino fragilizado e eu fiquei sentido de sair sem me despedir dele, mas é melhor assim. Meus pais me estranharam chegar tão cedo, mas usei o argumento: eu tenho que ir para a escola. E bom..., eles acreditaram.

— Lucas está me chamando para ir ao shopping com ele. — Digo ao meu grupo, quando ele sai para ir ao banheiro.

— Como? Fazer o quê? — Ellen pergunta colocando as mãos exageradamente na mesa, expondo suas unhas pintadas de preto.

— Não sei..., mas não vou. — Digo e Gabi me lança um olhar malicioso. — Parou gente. Não é porque eu dormi lá, para ajudar ele, que ele tem uma "paixãozinha", por mim.

— Mas eu nem falei nada! — Gabi resmunga contendo um riso. — E ainda me usou para isso, né?

— Te devo uma sua vaca! — Falo e ela sorrir.

— Você vai sim! — Ellen fala com firmeza, tanta firmeza que aceitei sem dizer mais nada.

Voltamos os quatro para a sala. André estava com ressaca por isso não veio hoje. Gabi falou que como eu não estava a fim de Lucas – sendo que não sou..., gay? –, ela então iria tentar com ele.

— Eu posso dar um empurrãozinho nisso. — Pisco um olho para ela. Eu já ia falar com ele sobre isso, mas ela me parou.

— Não agora, seu idiota. — Ela deu um tapa na minha nuca.

— Não o quê? — Ele pergunta se virando para trás.

Falei a ele que tudo bem, mas eu precisava passar em casa para almoçar e trocar de roupa. Ele queria que eu já fosse com ele para a casa dele, mas eu rejeitei e segui sozinho para casa. Tomei um banho. Vesti uma bermuda jeans rasgada nas coxas e uma blusa vermelha, com o planeta Marte estampando em laranja, com a frase "Mars is red. ". Calço coloco vans e pego meu celular.

Novamente falei para minha mãe que iria sair com Gabi, creio que ela pensa que temos algo. Gabi é bonita e muito mesmo, mas eu a considero como uma irmã e creio que é recíproco. Eu tenho que falar com Lucas sobre ela!

— Galã. — Ele fala ao me ver. Marcamos de nos encontrar na entrada do shopping Mueller, que é um shopping até pequeno comparado alguns outros, mas para mim é imenso e sempre me surpreendo quando venho aqui.

— Isso é um elogio? — Pergunto começando a andar.

— Você que sabe. — Ele dá de ombros. — Mas que vermelho é sua cor, tenha certeza. — Ele me lança um olhar estranho.

— É... hm... obrigado... e azul não é bonito. Mas você é. — Digo e só me dou conta que falei, quando ele solta uma risada agradável.

— Assim eu acredito. — Ele pega minha mão e me puxa para as escadas rolantes. Lá em cima fica a praça de alimentação e outras lojas de grandes marcas.

— Para onde estamos indo? — Pergunta enquanto subimos as escadas rolantes.

— Comer uai? — Ele bate no meu ombro de leve. Sorrio. As luzes do shopping deixam ele tão bonito. Os cabelos revoltados. Os olhos azuis. A boca rosada. O nariz arrebitado. O rosto um pouco bruto, mas com um leve toque de delicadeza. — O que foi? — Ele pergunta ao me flagrar o encarando.

Quase Clichê - vol. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora