CAPÍTULO 6

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Uma bomba ativada!

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Ontem - domingo -, se passou num piscar de olhos. Mas de certo modo, bem devagar. Eu consegui, não pensar no Lucas. Sempre que entrava no WhatsApp, via as mensagens de Gabi, falando de como Lucas beijava bem, de que ele tem pegada, que ele é carinhoso com ela nas mensagens. Eu fico feliz por minha amiga, mas também meio incomodado, não sei exatamente o porquê. Sentimentos são confusos, se tratando só meus são mais complexos ainda.

— Tá viajando guizinho? — A voz de Lucas me traz a realidade. Fico parado tentando entender se ele falou mesmo comigo.

— Se eu estiver, não é da sua conta. — Retruco e volto a fazer as contas da atividade. De canto de olho vejo Ellen e Gabi me lançarem olhares confusos.

— Como multiplica isso Gui? — André cutuca minhas costelas e eu sorrio.

— Assim... — Começo explicar, mas Lucas interrompe.

— Não é assim! — Fala tomando o lápis da minha mão e começa a explicar a André. Bufo de raiva e volto para minha carteira.

Depois de duas aulas de matemática e uma de português, somos liberados para o intervalo e Lucas coloca um dos braços em volta do meu pescoço, como se fossemos melhores amigos, ou melhor, que ele não me ignorou uma semana inteira. Retiro sem delicadeza e olho para Gabi, mas ela está ocupada demais seguindo para o banheiro com Ellen.

— Por que está assim comigo? — Lucas pergunta quando nos sentamos na mesa do refeitório, que por sua vez está quase vazio. Eu e André ficamos confusos. Esse garoto é perturbado, só pode. — Me tratando de maneira grotesca.

— Eu? Estou normal! — Seguro a voz para não gritar.

— É o mau-humor dele. — André fala. — É porque você soube explicar a conta do jeito certo e ele não. — André fala e eu o encaro com cara de quem diz "eu vou apertar esse seu pescoço largo, até você implorar para morrer!". Ai, André como eu queria que fosse apenas isso.

— Ah então é isso. — Ele sorrir para mim, mas não retribuo

— Essa cara que ele fez, quis dizer que ele vai me estrangular pelo que falei. — André fala dando de ombros. Que bom que você sabe sua vadia!

— Eu te protejo André. — Lucas fala e eu vejo André corar, mas Lucas não percebe.

Ignoro os dois e me levanto da mesa abruptamente e sigo para comprar meu lanche. Lucas surge do meu lado, querendo pagar o lanche e eu me seguro para não dar um soco na sua cara. Pago o lanche e volto para a mesa, ainda de "bom" humor. Gabi se senta do lado de Lucas, mas ele não parece tão confortável quanto ela. Ele me lança olhares estranhos, mas finjo que não vejo. Agora, depois do intervalo a escola vai nos levar para um dos museus da cidade, o Museu Oscar Niemeyer.

Como já era de esperar o professor de artes é quem irá nos conduzir. Fora avisado na sexta-feira, que era para trazer os 10reais da meia entrada, como somos estudantes, não pagamos inteira. Hoje irá duas turmas, a que eu estudo e outra. Guardamos nossos materiais e saímos da sala. Como já era de se esperar, Lucas está com o MEU grupo. Mesmo com seu grupo o chamando para gazear aula e irem fazer outra coisa. Pessoas fúteis, fazem coisas fúteis. Não é muito longe, mesmo assim, vamos de ônibus e não demoramos a chegar.

— Cadê a tal mulher que o professor falou? — Lucas pergunta olhando o grande olho, a qual é o Museu.

— Talvez se você olhasse as coisas com atenção, coisa que você não tem..., você veria. — Retruco e as meninas e André gargalham. Ele não sorrir. Espero que sinta tudo que senti, seu maldito.

Quase Clichê - vol. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora