Depois da ressaca, vem o sexo!
__
Ontem voltei para casa com meus pais, com uma puta dor de cabeça. Nunca imaginei como seria a tal da ressaca. Eu sinto muito sede e estou com muita dor de cabeça, graça a Deus hoje não tem aula. Lucas irá vir daqui a pouco, ele só irá esperar minha mãe sair de casa, para poder pular o muro e a gente se encontrar. Hoje por algum motivo, ela irá entrar mais tarde no trabalho. Meu relacionamento com minha mãe, contínua do mesmo jeito: Silencioso e doloroso. Incrível como uma simples palavra: gay. Acabou com o meu relacionamento com pais.
Eu sinto falta das conversas na mesa de jantar. Eu sinto falta de ouvir meus pais reclamar do trabalho. Sinto falta dos momentos só entre nós três, dos momentos em família. Todas essas lembranças parecem ser de anos atrás, mas, na verdade, são de dias atrás. A vida é uma incógnita e está em constante mudança. A vida, assim como os planetas têm sua rotação e assim como os planetas ficam escuros, a vida também. Costumamos não sentir a terra girar, mas sabemos que ela gira. A vida é assim também, não a sentimos girar, mas ela com certeza gira. A vida é um carrossel, que nunca para de girar... pode parar um dia e nunca mais voltar a girar.
— "Que o carrossel, nunca pare de girar!" — Repito essa frase pela milésima vez, me olhando no espelho.
Incrível como as pessoas não percebem sinais de tristeza profunda nas outras né? Porque eu me olhando no espelho, consigo ver claramente toda a minha dor. Toda a minha tristeza. Consigo ver exatamente tudo. Desde o dia que sai... fui expulso do armário, a tristeza grudou em mim de uma maneira, que até me assusta. Quando estamos apaixonados, costumamos dizer que vemos todo colorido... A tristeza e a dor, tira toda a cor da vida. Todo o prazer de viver. Todo o prazer de fazer algo. A vida se torna preto e branco. Sei que preto e branco, são uma cor. Tudo perde a graça. Tudo se tomar chato e insuportável.
Ouço três pedrinhas bater na porta da minha sacada e pulo da cama rapidamente. Continuo com roupa de dormir, ou seja: somente de cueca. Corro para a janela e sorrio ao ver o homem da minha vida sorrindo... sorrindo para mim. Sinto meu mundo se colorir novamente. Há alguns minutos minha mãe saiu de casa, por isso ele já está aqui. Por não ter a chave da porta, ele pula o pequeno muro da casa e começa a escalar até meu quarto. A cena é bem cena de filme encantado da Disney. O príncipe de olhos azuis e corpo escultural, escalando uma torre para encontrar sua princesa... seu príncipe, na verdade. Nossos olhares se encontram e eu me perco em lembranças, olhando para os olhos azuis, que eu tanto amo.
Sem esperar PALAVRAS, corro ao seu encontro e grudo no seu corpo, como chiclete gruda em cabelo. Ele me aperta no abraço. Ele parece se dá conta de que estou somente de cueca e sorrir maliciosamente e eu faço o mesmo. Nos deitamos na cama e deito a cabeça no seu peito, para assistirmos no seu notebook. Por eu estar sem o meu, ele trouxe o dele e mais algumas besteiras para comermos. É tão bom ficar assim com Lucas... É assim que eu sinto que minha vida está girando e está me deixando meio bêbado, mas eu gosto dessa sensação, é uma sensação extasiante e muito gostosa.
— Estou pronto amor! — Falo. Com meus dedos trilho um caminho do seu peito até o cós de sua calça. Ele solta alguns suspiros.
— Da última vez você falou isso e não estava. — Responde. Não foi em um sentido engraçado ou de chateado, entretanto eu solto uma gargalhada e ele faz o mesmo.
— Dessa vez é sério... — Reafirmo, trilhando o mesmo caminho com meus dedos. Percebo seu corpo dá sinais de que está acordando.
Não sei por qual motivo, mas ontem de madrugada, quando fui tomar banho, resolvi fazer a aclamada chuca. A sensação foi desagradável no começo, mas depois, porém não continuou tanto. Mas eu me sinto limpo ou algo do tipo, sei lá. Isso foi lá pelas 5h da manhã, agora são sei lá... 10h da manhã? Tiro o notebook de cima do seu colo e subo em cima dele. Não consigo não sorrir, ao ver sua cara de surpreso. Sinto algo crescer abaixo da minha bunda e me remexo. Ele sorrir e leva as duas mãos até minha bunda. Me inclino sobre ele e selo nossos lábios. Nos beijamos faz pouco tempo, mas parece que essa é a primeira vez. Me sinto nas nuvens, assim por dizer.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Quase Clichê - vol. 1
Romance(LIVRO COMPLETO E REVISADO) - Duologia livro 1. Guilherme mora em Curitiba desde que se entende por gente. Nunca fora um garoto extrovertido, mas sempre teve seus três fiéis escudeiros. Agora com 14 anos, Guilherme acabará de entrar no ensino médio...