CAPÍTULO 12

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Sou um bom amigo para segredos.

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A sexta-feira passou muito rápido e isso foi ótimo. E não, Lucas não voltou a falar comigo, nem me mandou mensagem para falar qualquer coisa relacionada a Rui. Suponho que ele não contou a ninguém, caso contrário eu já saberia. Hoje felizmente é sábado e eu não tenho muito o que fazer, por isso chamei meu grupinho para estudar, já que depois dessa nova semana, se iniciará as provas. Eu geralmente não preciso estudar, mas é sempre bom garantir. Deixei todas as coisas prontas sobre a mesa da sala: livros, cadernos, lápis e notebook.

— Que calor, meu Deus! — André reclama se jogando no sofá. Ele está com uma blusa laranja néon e calça estilo militar?

— Nem me fale. — Gabi também se joga. Ellen é a única que se senta sem reclamar.

— Vocês reclamam demais. — Digo tomando um pouco de água e todos me olham, segurando a gargalhada.

— O que vamos fazer? Estudar ou ficar um olhando para o rosto do outro? — Ellen pergunta. Não tenho preguiça de estudar, é só que sei lá...

— Não sei. — Sorrio. — Vamos estudar um pouco e depois paramos.

Todos concordam e logo pegamos nossos cadernos para estudar. Começamos com matemática, pois temos que realmente aprender teorema de Pitágoras e Thales. Após matemática, estudamos português e tentamos aprender o que é "eu lírico" e como entender ele em um texto. Geografia é a próxima e após ler duas páginas do livro, acabamos e guardamos nossos materiais cansados mentalmente. No meio dos estudos, paramos para rir ou comentar algo sem noção, mas que riamos muito.

— Isso cansa, hein? — André faz uma cara dramática.

— Odeio concordar com você, mas eu cansei também. — Comento. Uma leve dor de cabeça está surgindo.

— O que fazemos agora? Eu não tenho mais nada para essa tarde. — Ellen fala. — Eu não cuido do meu irmão hoje.

— Nem eu tenho nada para fazer. — Gabi comenta.

Resolvemos não fazer nada, além de mexer no celular e ficarmos jogados no sofá. Estudamos das 13h às 15h e depois passamos mais 1h mexendo no celular, até André colocar uma música e começamos a dançar, sem seguir um ritmo. Gargalhamos muito, mas logo paramos, por estarmos cansados. Faço limonada, para bebermos enquanto somos obrigados a ouvir as histórias eróticas de André. Engraçado é que ele não tem vergonha na cara nenhuma, para falar dessas coisas. E agora que eu meio que me assumi para eles, ele ficou mais ousado e eu nem ligo mais. Talvez eu até me interesse em ouvir, algumas coisas.

— Até segunda? — Gabi me abraça.

— Até mais tarde, isso sim! — Retribuo o abraço sorrindo.

— Gui? — Gabi volta. Ela está com meia abatida, como não percebi isso?

— O que houve? — Pergunto preocupado.

— Nada não esquece. — Ela sorrir e vai embora.

Fiquei à noite de sábado inteiro tentando descobrir o que Gabi queria me contar, mas nada me vem à cabeça. Hoje domingo, já tentei perguntar, mas ela sempre desvia o assunto, então é muito grave e ela só não sabe como falar. Rui ter nos flagrado aos beijos, me preocupa também, por isso estou em um Uber, seguindo para a casa de Lucas. Agradeço ao Uber e desço. Como não há contato com ele, essa é a única maneira de falar com ele e eu poder ficar mais tranquilo. Eu sou muito idiota, né?

— Olá? — Mary a mulher que cuida da casa, é quem atende a porta. — Tudo bem Guilherme? — Ela sorrir abrindo espaço.

— Tudo sim Mary e com você? — Sorrio de volta. — O Lucas está em casa?

Quase Clichê - vol. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora