Quase Clichê - vol. 1

CAPÍTULO 3

Jogo de vídeo game.

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Aulas de educação física me deixam cansado, mesmo sem eu fazer nada. Só de olhar já me sinto muito cansado, por isso sempre fico sentado, ao não ser quando a sala resolve jogar queimado ou vôlei, mas futebol não é para mim. Tem natação, mas eu tenho um certo pavor de água. Segundo o médico Google: eu tenho Aqua fobia, que é o medo de água ou lugares com muita água. O mar é bonito e tal, mas eu morro de medo de entrar, sinto falta de ar quando a água passa da altura da minha barriga.

— Vôlei hoje! — O professor grita, quando entramos na quadra. Temos a roupa para esportes, mas eu não trouxe por achar que só ficaria sentado hoje. Jogar de calça não é legal, além de que não é permitido.

— Eu não trouxe o uniforme de esporte. — Digo. Ellen e Gabi me olham com cara de "se fudeu guri". Obrigado amigas.

— Sem roupa, sem jogo. Se bem que não é tão ruim ver esses gostosos correndo. — André fala e corre para o meio da quadra onde o time está se organizando. Acabo rindo de sua última fala.

Lucas parece está procurando alguém no amontoado de gente. Hoje de manhã, logo que cheguei, ele teve a ousadia de me dar bom dia e colocar o braço sobre os meus ombros. Preciso falar que ele é irritante e folgado? Ainda assim: Ele é irritante e folgado. Só de pensar nele, já me deixa irritado.

— Você não vai jogar? — Ele se aproxima e pergunta. Ele está com a roupa de esporte, que é: bermuda de tecido fino como de futebol, só que azul-claro e uma camiseta cinza com o símbolo da escola no meio.

— Não trouxe o uniforme de esportes. — Digo e sigo para as arquibancadas. A quadra é aberta, fechada é somente o polo de natação.

— Te empresto uma, guri. — Fala. Olho para ele incrédulo. — Sim, eu tenho dois uniformes. — Dá de ombros.

— Ah verdade, você estudou o primeiro ano, o ano passado. — Provoco e ele sorrir.

Sigo ele até o vestiário masculino, cheio de armários. Há roupas jogadas por todo canto. Por que garotos são porcos? Eu sou garoto eu sei, mas não sou assim! Ele abre um armário, que suspeito que seja dele e tira um uniforme.

— É usado. — Ele avisa e joga para mim, que seguro na ponta dos dedos.

— É do ano passado? — Pergunto encarando o tecido.

— Achou que eu iria te dá o novo — Ele sorrir.

— Pelo menos está limpo, certo? — Pergunto e ele faz uma leve careta. — Me recuso a usar isso sujo.

— Eu nem soei e mesmo assim, eu sou cheiroso, ok! — Se defende e se aproxima de mim, para eu sentir seu cheiro. O afasto como se ele fosse contagioso.

— Independente se você cheira bem ou não, eu não vou usar. — Digo e jogo a roupa novamente para ele.

— Estou te zoando. A roupa está limpa. — Ele joga de volta para mim. — Agora veste logo para não perdemos o jogo.

— Ok! — Respondo e espero ele sair. Ele continua para me olhando. — O que foi? Já pode ir!

— Está com vergonha? — Pergunta sorrindo. — Tudo bem... eu me viro. — Ele vira de costa e eu começo a me trocar. A bermuda é do meu tamanho o que é bom, a camisa tem um cheiro gostoso. Será que ele cheira assim?

— Pronta vamos! — Passo por ele e ele me acompanha. Minhas amigas nos olham estranho, por nós ver sair somente os dois do vestiário, mas ignoro.

A aula na quadra passou voando e na hora que a aula acabou, esperei todos saírem do vestiário, para eu poder me trocar. Não gosto de estar no meio da bagunça que é o vestiário com todos os meninos dentro. Os outros seguiram para o intervalo e eu segui para o vestiário. Pedi para as meninas e André me esperaram lá.