Capítulo XLVII

2.8K 263 26
                                    

Capítulo sem correção.
Já estamos na reta final da história de Alana e Yan.❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️

Alana virou-se na cama e entreabriu os olhos, vendo a silhueta de Yan, banhada pelos primeiros raios de sol. De costas, ele olhava pelas vidraças, com uma das mãos massageando a nuca. O banho recém tomado era denunciado pelos cabelos úmidos e o perfume do balm após barba, que impregnava o ambiente. Alana empurrou os lençóis e levantou-se, silenciosa, mas não pouco irritada, cutucando na musculatura de seu bíceps, o que o fez sobressaltar. Ouviu-o suspirar, quando virou a cabeça para encontrar sua face, sorrindo sem graça.
__ Achei que não voltaria para casa! - ela disse com um tom de cobrança.
__ Perdão por ter demorado tanto. - quis segurar seu rosto entre as mãos à procura de seus lábios, mas ela virou a cabeça, rejeitando o carinho. Ele se afastou se explicando:
__ Minha intenção não era demorar, mas as coisas fugiram do meu controle. Entendo que esteja chateada!
Alana sorriu com cinismo.
__ Eu imagino...A defunta ressuscitou?!
__ Alie...! - repreendeu com calma e voz grave. __Estou te estranhando. Desde quando é assim?
__ Isso realmente importa para você?- levantou uma sobrancelha.
Yan foi até a mesinha e olhando as horas do relógio, o fechou ao redor do pulso, ignorando a pergunta sarcástica.
__ Quando cheguei não quis acordá-la. Já estava quase amanhecendo.
Ela bufou.
__Sabe a que conclusão cheguei, depois de passar praticamente a noite em claro? - tentava controlar a ira, mas não estava conseguindo.
__ Não faço ideia. - respondeu no mesmo tom, sem paciência.
__ Que você não tem um pingo de consideração comigo! Suas declarações de amor não fazem jus a suas atitudes!
Alana tinha adormecido, embalada pelo ciúmes, sabendo que a irmã e Yan estavam no mesmo ambiente e não ia deixar barato o fato dele ter passado a noite fora sem lhe dar uma explicação.
__ Está fazendo suposições maldosas do que fiz nesta noite. É isso?
__ Tenho motivos para pensar o contrário?Se não fosse assim, teria me avisado. No entanto, sei que usará a desculpa de que "esqueceu". - gesticulou irônica o sinal de aspas. __Sabemos que sempre esquece quando lhe convém! Até tentei falar com você, mas desisti e não me surpreenderia nem um pouco se Elen atendesse o seu telefone! Com certeza, não lembrou porque tinha coisas mais importantes para pensar! - afirmou sarcástica.
Yan buscou o ar no fundo pulmão, o soltando em seguida, arrumando melhor a toalha em volta do quadril.
__ Acabei ficando sem bateria. - argumentou.__Alana...- hesitou quando encontrou sua face.
A respiração dela quase faltou quando identificou uma névoa nos olhos de Yan. Ele estava amargurado e não conseguia esconder, que tinha algo importante a lhe dizer quando mencionou seu nome inteiro. O questionamento, com um quê de afirmação, da parte dela, foi inevitável.
__ Estava com Elen até agora, não é?- engoliu em seco.
Sem rodeios, Yan balançou a cabeça dizendo que sim. O olhar dele recheado de pena revirou o estômago de Alana, que quase não acreditava que estivesse sendo tão direto.
__ Nem sei como lhe dizer isso?! Preciso lhe preparar antes. - ele passou os dedos pelos cabelos úmidos, inconformado pelas coisas que ela supunha que tinha feito.
Alana pressentiu que conversa a deixaria arrasada e num gesto de proteção, cruzou os braços, virando de costas, rindo da situação antes de se exaltar.
__ Estou cansada desse jogo! Posso te amar demais, mas não vou viver em angústia aqui nesta mansão! Não sou um brinquedo! Estou grávida e não pretendo passar sete meses pelo mesmo suplício que vivi com Alex! Presumo que todo esse tempo, com minha irmã, o fez rever suas escolhas. Se não fosse assim, não precisaria ter desligado o celular! Devo lhe dar um Oscar por fingir seus sentimentos tão bem em relação a mim?!
__ Para com esse tom cínico, Alie! Isso não combina com você!
Irritada em último grau, levantou o nariz. Não iria chorar de jeito nenhum desta vez. Seu maxilar trancado, impedindo que as lágrimas caíssem.
__ Se tem algo para me dizer pois que fale logo! - não conseguia conter a raiva por ter deixado Yan lhe fazer de boba mais uma vez.__ Não precisa dizer com todas as letras que se arrependeu de ter voltado comigo! Eu sou uma boa entendedora e meia frase já me basta! Estou disposta a preservar minha sanidade mental. Precisarei dela para criar meu filho!
O ciúme estava a deixando cega, saiu em direção ao banheiro.
__ Espera! - sentiu seus dedos a segurarem com delicadeza.__ Não fuja!
__ Não estou fugindo. Vou ao banheiro e volto para conversarmos. - limpou o canto dos olhos, tremendo o queixo.
__ O que pensa que eu estava fazendo com sua irmã? Está tirando conclusões precipitadas!
Esteja certa de que não estava a consolando!
__ Ah não?! Então quem sabe ela estivesse fazendo isso? Sei que está sentindo a perda de Svetlana e entendo, mas conhecendo bem Elen e seus encantos, você se deixou consolar por ela!
__ Não acredito que está colocando em dúvida o que sinto por você?! Está dizendo que conhece sua irmã, mas não conhece a mim...depois de tudo que vivemos?! Depois de tudo o que prometi a você?!
__ Promessas às vezes não conseguem serem cumpridas e...
Ele a interrompeu, falando num tom irritado:
__Num momento tudo está perfeito, mas de repente basta algo não sair como planejado e você fica nesse estado! Quando vai deixar de ser tão insegura em relação ao meu amor?!
Alana fincou os olhos dentro dos dele.
__ Quando não me tratar como segunda opção!
__ Você não é minha segunda opção!
__ E desta forma que me sinto quando passa pano para as atitudes dela! Há de convir que não é a primeira vez, que ela me afronta. Só você não percebeu que a cada atenção sua, Elen retoma um espaço importante dentro do seu coração! Fico imaginando quando aquela criança começar a mexer dentro dela, qual vai ser a sua reação!
__Quem pôs Elen na mesa ontem, não fui eu! Se tem alguém que dá liberdades a ela dentro desta casa não sou eu.- afirmou, balançando seu braço.
__ Não estou falando da casa. Estou falando dos seus sentimentos!Vai ver a culpa é minha...- disse irônica.__ Eu é que sou idiota e boazinha demais e por isso você se acha no direito de ficar uma noite inteira fora, na companhia dela, achando que irei entender!! Pois saiba que não entendo suas atenções para com Elen, eu apenas guardo a mágoa! Mas está ficando cada dia mais difícil agir sem cobranças! Não vou aniquilar o que me resta de amor próprio para que você se sinta bem!
Yan soltou seu braço e andou pelo quarto, nervoso, voltando a lhe encarar.
__ Estamos travando um embate sem sentido! Me ouça! - pediu, suspirando. Era preciso acalmarem os ânimos.__Queria lhe dar a notícia de um modo que não a deixasse nervosa por causa do bebê.
__ Pode falar Yan! Sou tão "compreensiva" que posso fazer minha mala agora mesmo e dar a ordem à Dora para que faxine o quarto de uma forma que o meu cheiro seja desempregnado dele!
__ Se não fosse seus hormônios da gravidez, diria que está ficando louca! Só vou relevar tudo o que está insinuando porque sei que eles não a deixam raciocinar direito.- ele arguiu indo em sua direção, a segurando pelos braços e a arrastando para que se sentasse ao seu lado no colchão.
__ Alie, sua irmã não aparecerá mais aqui, ao menos por um tempo!- segurou seu queixo a obriganda a lhe encarar.__ Ela foi presa ontem à noite, acusada de ter tramado e ser a mandante do assassinato de Svetlana! Tá bom assim?!
Sem conseguir articular uma palavra, ela o encarava incrédula e enraivecida.
__ Não me culpe por lhe dizer desta maneira algo tão horrível sobre sua irmã e a mãe da Eduarda!Tem noção do que será dela, presa, grávida?! Tem um filho meu no meio e não sei como agir para não te magoar!!
Alana, aos poucos, deixou seu olhar furioso, dar lugar ao confuso.
__ O que?!- sua cabeça girou e a visão embaçou ainda mais.
Como Elen poderia ter descido tanto, em nome de um amor que ela mesmo rejeitou no passado? Não, certamente, as investigações não chegariam tão rápido a um assassino! Estavam enganados!
Yan respirou fundo, fechando os olhos.
__ Desculpa ter sido tão direto, mas não tive alternativa. - segurou seu rosto lívido entre as mãos.__ Eu estava na delegacia esse tempo todo! O delegado colheu mais depoimentos e pasme, um dos meus seguranças está metido nisso!
__ Não. - mexeu a cabeça, não queria acreditar no que ouvia. __Elen pode ser tudo nesta vida...mas assassina, não!!
__ Amor - a chamou com suavidade.__ sua irmã é uma pessoa ruim e você sabe tão bem quanto eu! Para o mal se instalar, basta que ache uma brecha no coração. Elen só não nasceu com ela como a alargou! Ela não matou, mas tramou tudo, usando as fraquezas dos outros, para que a suspeita caísse em cima do irmão de Rafael!
__ Como chegaram a conclusão tão rápido? Como podem acusá-la, se Svetlana morreu há menos de 48 horas?
__ Rodrigo, o irmão de Rafael era delegado da polícia civil, mas numa operação levou um tiro...
__ E ficou numa cadeira de rodas...Eu sei da história.
__ Então, - buscou o ar.__seus colegas foram rápidos e astutos! Quando souberam que ele era o principal suspeito, fizeram uma força tarefa, trabalharam o dia todo, juntando todas as informações e chegaram até meu segurança, que foi preso e confessou. Os investigadores conheciam e sabiam que o ex-delegado sempre abominou crimes de feminicídio. Ele não poderia ser o criminoso, por causa de sua condição de cadeirante, ou ter mandado alguém fazer, porque não condizia com o que sempre militou contra! Outra conclusão que chegaram:um delegado não deixaria pontas soltas num crime. Matadores de aluguel, profissionais, como sabemos, que existem por aí, infiltrados nas corporações, não confundiriam um corpo magro com um mais cheinho. O serviço havia sido feito por um amador. As cápsulas das balas foram deixadas no local do crime. Rodrigo, experiente, iria ordenar para quem fosse realizar o trabalho sujo, que se livrasse delas. A cena não fechava com o perfil do suspeito e nem com as investigações. Por isso começaram a tecer todas as ligações de quem conhecia a vítima e acabaram chegando no casal, Elen e segurança, que inclusive cuidava a casa de Alex, obedecendo as minhas ordens, nos dias em que você morou lá. Ele sabia toda a movimentação do local! Svetlana não morreu dormindo, foi obrigada a ir para a casa de Alex naquela madrugada. Pela posição do corpo, foi obrigada a deitar nua na cama. Não estava dormindo como imaginavam no início. Como Cláudia morou um tempo na casa, armaram para matar Svetlana e pôr a culpa em Rodrigo. Queriam que parecesse um grande engano. Afinal, ele era um homem que havia sofrido uma dupla traição e cego pelo ciúmes mandou matar a noiva. O assassino não confundiu as mulheres na cama!! Era um plano perfeito na cabeça deles! Elen seduziu o segurança para que fizesse o que ela queria.
__ Para Yan, por favor! - Alana suplicou sufocada. __ Não consigo aceitar!
__ Qual a surpresa, Alie?! Sua irmã abandonou uma criança morrendo, que carregou dentro dela por nove meses!Mandar matar adversárias, era na sua cabeça muito mais simples! Elen foi a mentora de tudo.
__ Você disse adversárias?- inqueriu já temendo a resposta.
Yan abraçou seu corpo trêmulo, contando mais informações que teve acesso na delegacia.
__Primeiro, ela eliminaria Svetlana e depois você.
A boca de Alana se abriu para argumentar, mas Yan a interrompeu categórico:
__ Não a defenda por favor!!
Alana arregalou os olhos assustada com todo aquele relato.
__ Como ela faria isso?
__ O carro que te dei de aniversário...O segurança disse que assim que você saísse com ele, aconteceria um acidente! Ele, a mando de Elen, e como tinha total acesso às garagens, mexeu no líquido de freios.
Dei ordens ontem, apavorado, que ninguém mexesse naquele carro. Fiquei louco com a possibilidade, de que por ventura, resolvesse sair com ele na minha ausência!
__ Jamais sairia. Sabe que tenho bom senso. Estou destreinada na direção...Até contratei um instrutor para me dar mais aulas!Pera, mas disse que ficou sem bateria no celular?
__ Sim. É apenas um modo de falar. Foi o delegado que ordenou aos seguranças, que não mexessem no carro. Nesse momento, estão o levando para perícia.
__ Meu Deus! - abraçou o corpo, angustiada, pensando no bebê dentro do ventre.
__ E se precisávamos de provas para pôr a babá da noite na rua, já temos. Ela foi quem ajudou Elen, com história do triângulo amoroso.
Daisy odiava Cláudia. Ela teve um caso com Rodrigo e queria vingança.
__ Que gente sórdida!
De repente, seu coração deu um salto.
__ Eduarda! Daysi está com ela!
__ Não se preocupe, quando cheguei a primeira coisa que fiz, foi ver se estava bem. As duas dormem. A babá nem sonha que será presa daqui a pouco. __Estávamos rodeados de bandidos! - Alana começou a chorar. Yan a apertou contra seu peito.
__ Eu sinto muito! As pessoas são capazes de qualquer coisa quando envolve dinheiro e amor. Me surpreendi quando a polícia invadiu a cerimônia ontem à noite, levando sua irmã. Ela me pediu um advogado. Fiquei entre a cruz e a espada. De um lado, Elen e de outro a gravidez dela.
__ Yan, você vai ter que tomar decisões. - avisou com cautela. Sabia que a indecisão dele em proteger a criança era muito por causa de sua reação.
__ Eu sei. Não posso pagar um advogado para a mulher que planejou matar você e que me faria sentir culpado, caso se acidentasse com o presente que lhe dei de aniversário! Quero que você entenda que não te trato como segunda opção.Não colocaria você e o filho que fizemos com todo nosso amor abaixo dela.
Alana se desvencilhou dele e caminhou pelo quarto, torcendo os dedos. Seu coração apertava em angústia. Agradeceu pelo pai não estar vivo para não presenciar a filha presa. Nunca pensou que Elen chegaria a tal nível de insanidade.
__ Então ela está sem advogado?
__ Com minha recusa, acabou pegando um gratuito. A questão é: quando essa criança nascer, se Elen for condenada, eu terei que trazê-la para cá! Sabe bem que presidiárias não ficam os bebês na cadeia.
__ Quer que eu crie esse bebê? É isso que está por trás de suas palavras?
__ Não posso te pedir isso. Não seria justo com você, que se empenhou tanto para me dar o filho que sempre quis!
Alana procurou seu olhar.
__ Faria o mesmo por amor? Criaria meu bebê, caso fosse fruto de uma traição, Yan?
Ele passou a mão pelo rosto com marcas visíveis de cansaço, que o banho não tinha conseguido apagar, suspirando.
__ Não sei te responder, Alie. Eu teria que deixar meu amor próprio de lado, para dar lugar ao perdão. Não seria fácil e não quero que se sinta na obrigação de aceitar essa criança.
Ela se aproximou, acariciando seus cabelos.
__ Desculpe pelas coisas que disse a você, pela desconfiança. Eu te amo, Yan! Não vejo minha vida sem você ao meu lado. Esse bebê da Elen, antes de ser seu, é meu sobrinho ou sobrinha...e não importa a circunstância, a qual foi gerada. Meu pai sempre dizia que o que não tem remédio, remediado está. Não vou me transformar num monstro, rejeitando essa criança. A tia, os irmãos - sorriu juntando a mão dele sobre o seu baixo ventre.__ e o pai moram nesta casa. Não existirá outro lugar, onde esse bebê se sentirá amado, a não ser aqui. Junto a nós, é o lugar dele!
As coisas que disse a você são em relação ao ciúme que tenho de Elen, não do bebê dela.
Yan procurou sua boca para um beijo. Alana sempre tinha o poder de deixá-lo tranquilo e a amaria acima de qualquer decisão que ela tomasse. Quando suas bocas se desgrudaram, Alana anunciou:
__ Quero ver Elen.
Ele se surpreendeu com o pedido tão direto.
__ Para que, Alie? Só ficará nervosa com aquele lugar. Elen está no meio de presas comuns porque não tem curso superior. O ambiente não é bom.
__ Assim que puder receber visitas, quero conversar com ela, por favor!
__ Tudo bem. Embora ache que não mereça sua atenção.
__ Ela não. Mas eu como futura madrasta do bebê, quero o melhor para ele. Providencie para que Elen tenha um pré-natal adequado e uma psicóloga que a acompanhe durante a gravidez, por favor!
Yan a apertou contra si ainda mais apertado.
__ Farei o que me pede hoje mesmo!

Todo  Amor do Mundo🔞 Proibido Para Menores.🔞Onde histórias criam vida. Descubra agora