Capítulo XLII

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Capítulo sem correção

Aisha viu pelas vidraças, o neto e Alana chegarem no meio da tarde daquele domingo.
Luana também estava ansiosa para rever a amiga. Assim que os dois adentraram o hall, as mulheres vieram ao encontro do casal.
Aisha foi a primeira a abraçar Alana.
__ Querida, sabia que usaria seu bom senso!
Alana devolveu o calor da recepção, lhe dando beijos em cada lado da face.
__ Aisha, estou tão feliz! Que bom que estão aqui conosco! Seu neto tem muitas qualidades...e uma delas é ser persuasivo! - buscou o olhar de Yan, sorrindo em cumplicidade.
__ Tenho para lhe dizer vovó, que esta mulher me deu trabalho! - brincou e estalou um beijo na face de Alana.
A senhora a afastou alguns centímetros, segurando suas mãos.
__  Minha intuição me impeliu a vir ao Brasil. Um coração de uma avó cigana não se engana, minha filha!
__ Eu sei bem disso, Aisha. Uma avó é mãe duas vezes. Você veio em boa hora! Já sabe que temos novidades? Terá seu tão sonhado bisneto!
Aisha fechou os olhos e com um sorriso de satisfação, pousou a mão sobre a barriga da esposa do neto.
__ Virá com muita saúde e nos trará a felicidade de volta. Que Deus abençoe, você, Alana e quem no seu ventre  habita!
__ Obrigada, Aisha! Ele já está nos fazendo muito felizes!
Emocionada, desviou seu olhar para Luana, que trazia Eduarda no colo.
__ Estava morrendo de saudades de nossas conversas, Luana! Que bom que veio acompanhando Aisha! - disse lhe abraçando com a sobrinha já lhe puxando pelo pescoço,  alegre.__ Seja bem vinda! Como está?
__ Tranquila agora, que vocês se acertaram!
Alana beijou o rostinho tão amado.
"Com está minha princesa?"
"Você veio morar com a gente de novo?"
"Sim, meu amor, a tia Alie veio para ficar com você e o papai. Estava com muita, mas muita saudades suas!"
"Eu também. A gente pode brincar lá em cima?"
"Podemos, mas agora, tia Alie tem que dar atenção a bisa Aisha e a tia Luana, ok?Antes de você dormir, prometo contar uma história bem legal."
"Eu quero aquela que a princesa precisa usar aparelho para escutar os bichinhos da floresta."
"Adoro essa! Ótima escolha, minha linda!"
Desviando da sobrinha, sorriu com simpatia, vendo moça de olhos azuis e cabelos loiros escuros descendo os poucos degraus, que deixavam a sala num plano mais alto que o hall, já imaginado o impacto que George teria ao vê-la no Brasil. Tinha esperanças que o médico e ela dessem certo.
Érika, filha de Luana, tinha 23 anos, olhos azuis expressivos, os traços delicados e harmoniosos, que se pareciam com os da mãe. O belo corpo, coberto pelas roupas caras e de bom gosto, colaboravam para deixá-la ainda mais linda. Não havia, assim com Yan, seguido as tradições gitanas à risca. Recusou-se a casar com seu prometido da infância e confessou a mãe que se mataria se lhe obrigassem a casá-la com alguém que não amava.
__ Como vai, Érika?
__ Feliz por conhecer esse país maravilhoso! Era o meu sonho!
__ Santa Catarina é um dos nossos estados mais bonitos. Espero que fiquem tempo suficiente para conhecer as praias da Ilha da Magia!
__ Ilha da Magia...- repetiu baixinho.__Nome bem sugestivo para quem é cigano.
Alana lhe abraçou, sussurrando no ouvido.
__ Alguém, vai exultar ao saber que está aqui.
A moça sorriu. Estava sim, cheia de expectativas. e ansiedade para rever o cardiologista.
Enquanto as mulheres conversavam, Yan pediu licença para resolver alguns assuntos no escritório. Precisava deixar Igor a par da decisão de mandar Svetlana embora. Eduarda estava tão feliz que interagia com a bisavó, arrancando boas risadas de todos quando Alana traduzia a conversa. A pequena tinha em Alana a figura que transmitia confiança e isso se dava por que a frustração de não ser entendida não existia quando a tia estava por perto.
Depois de algum tempo, subiu para o quarto e enquanto escolhia uma roupa, a banheira enchia, espalhando o aroma dos sais de banho pela porta aberta do banheiro.
"Se acostumar com o luxo é muito fácil, estava sentindo saudades de ficar de molho nela!"
No closet, correu os olhos pelas prateleiras.Tudo estava na mais perfeita ordem. Escolheu um macacão de pernas retas, elegante, cor canela, decote em V, cavado, com um cinto do mesmo tecido marcando a cintura. Para acompanhar sandálias de salto médio.
Henri tinha preparado um jantar especial para as visitas e caprichou ainda mais quando soube que Alana estava de volta, incluindo no cardápio seu prato favorito: linguado com molho de alcaparras. Sua boca salivou só em lembrar da imagem sobre a travessa.
Ouviu batidas leves na porta e deu a ordem para que a pessoa entrasse, depositando a roupa escolhida em cima da cama.
Ivone apareceu sorrindo com uma xícara de chá, que pelo aroma, sentiu ser de limão, fumegando sobre a bandeja, com alguns *mingnons. Ela sorriu e pôs o chá sobre a mesinha.
Alana exclamou:
__ Ivone!! - a abraçou.
__ Como está, Alana?
__ Muito feliz, por estar de volta!
__ Que bom! O senhor Yan pediu que lhe trouxesse. - apontou a bandeja.__ Já estamos sabendo que em breve, teremos chorinho de bebê ecoando pela casa! Parabéns, Alana!
__ Obrigada! Por isso também estou tão feliz!
__ Uma criança é uma benção! Graças a Deus, você e o senhor Yan se acertaram!
A empregada deu uma volta pelo quarto, vendo se estava tudo em ordem até que parou em frente à patroa.
__ Alana, preciso te contar uma coisa... - pausou visivelmente constrangida. __Nem sei por onde começar.
Alana que bebia um gole do chá a olhou por cima da xícara.
__ Pode começar pelo começo, Ivone. Não há o que temer comigo. Algo importante?- franziu a testa, vendo que a moça torcia os dedos.
__ Senhor Yan disse, na manhã seguinte, quando se foi, que não perdoaria traições por parte de nós, empregados.
__ Está sabendo de algo importante, Ivone?
__ Sim. Não falei antes por que sempre fomos orientados a sermos discretos, mas diante do que aconteceu preciso lhe contar!
__ Pois conte, Ivone, estou ficando curiosa!
__ A noite do seu aniversário...eu...- respirou.__ Bem, antes de ir embora, depois que estávamos com tudo arrumado na cozinha e a reunião com os seus convidados se concentrava na outra sala, subi para verificar se estava tudo em ordem. Janelas fechadas... cortinas...coisas que sempre faço desde o dia em que comecei a trabalhar na mansão. Quando entrei aqui, no quarto, vi que o closet estava com a luz acesa. Então me aproximei.
Ah, isso é bem constrangedor! Entenda que não quero fazer fofocas sobre colegas, mas...
__ Mas...
__ Daysi estava no closet mexendo em suas roupas. Ela me viu e ficou tão sem jeito...! Deu a desculpa que tinha vindo guardar um casaquinho que você havia esquecido na sala de atividades lá do terceiro andar. Temo que algo tenha sumido e que você ache que foi uma de nós: eu ou Dora. Afinal, somos nós duas, que lidamos aqui em cima e que arrumamos tudo.  Falei com a Dora...ela me disse que se eu não lhe contasse, ela mesma iria fazer ao senhor Yan. Não queremos ser acusadas injustamente.
__ Isso que está me dizendo é muito grave e importante, Ivone. As babás só tem permissão de entrarem nos aposentos, se nós as chamarmos. Ela poderia ter pedido a você para trazer o tal casaquinho para o closet! Porém eu entendo você.
__ Pensei em falar para o senhor Yan, mas temi que não compreendesse.
Os acontecimentos o desnortearam, que não quis levar mais problemas.
Não sou de fofocas. Ainda mais de colegas de trabalho. A senhora é mais acessível que o seu marido. É nossa amiga!
__ Claro. Eu entendo perfeitamente. Não se preocupe! Eu já sei o que sumiu naquele noite.
__ Sabe? Foi algo de valor? Ah, meu Deus, como ela pode ter coragem! Senhor Yan é muito generoso conosco. Nossos salários são excelentes! Se sujar desta forma?!
__Não foi nada de valor. Fiquem, você e Dora, tranquilas. Sumiu, apenas a chave, que mantinha aquele quarto lá de cima trancado.
__Senhor Yan no outro dia, mandou esvaziá-lo! Retirou móveis, mandou queimar o quadro da sua irmã...e as roupas, pediu que levássemos embora!Tudo está vazio agora!
__ É eu sei. Rafael me contou tudo. Quem precisava da chave do quarto, provavelmente comprou Daisy com promessas que não poderá cumprir.
__ Não entendo, Alana.
__ É uma longa história. O motivo da minha ida  daqui, foi também por que peguei Elen com Yan naquele quarto na cama.
__Oh!!- pôs a mão na boca.
Alana contou tudo. Certamente, que os empregados já sabiam. Eles captavam tudo, mas eram super discretos. Mesmo assim, precisava saber a verdade para não cometer injustiças com a babá da noite.
Por fim, Ivone também concordou com ela.
__Acho que você tem razão. Sua irmã armou direitinho para que os pegassem no flagra. Se naquela noite, subiu com sua amiga lá, certamente Daysi estava de olho. Somente ela estava aqui em cima. Eu a vi também, conversando com dona Elen, quando todos estavam distraídos na outra sala. Acho que foi muito fácil conseguir a chave.
__Isso mesmo.Talvez, até ela já soubesse e só esperava uma ocasião para entregar a minha irmã. Obrigado por ter me falado, Ivone! 
__ Imagina, eu estava tão preocupada com isso.
__Falarei a Yan para que tome providências. Não se preocupe, ninguém ficará sabendo que foi você quem me contou. Nem Daysi será despedida sem provas. Por enquanto, só tenho suposições.
__ Eu confio em você! Vou pedir à Dora que fique de olho em Daysi e na dona Elen quando vier visitar Eduarda.
__ Perfeito, peça isso! Eu também vou conversar com Dora.
__ Estamos, nós, os empregados, muito felizes que está de volta. Temíamos que sua irmã tomasse conta da casa com sua ausência.

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