Todo Amor do Mundo🔞 Proibido Para Menores.🔞

Capítulo VIII

Depois que saiu do hospital, Alana passou na pensão para visitar D. Arlete. Naquele resto de dia, a proposta de Yan dominou seus pensamentos e ter passado um tempo com a sobrinha, lhe trouxe uma paz que desde o acidente do filho não sentia. A garotinha estava realmente muito bem e Alana a distraindo no leito, pode entender a preocupação do pai. Duda se comunicava apenas por gestos e olhares. Nada que lembrasse a língua dos surdos. Além disso, era carente de afeto e Alana, teve que esperar que dormisse novamente, para poder vir embora. Cada vez, que sinalizava que precisa sair, Duda segurava em sua mão e oferecia um brinquedo, num pedido para que a tia ficasse mais um pouco.
Quando Fran voltou para casa, naquela noitinha, enquanto cozinhavam algo para comerem, ela entrou no assunto do trabalho que Yan havia lhe ofertado. A amiga exultou.
___ Alana, isso é ótimo! Já pensou? É a solução para seus problemas! Depois, vamos combinar, né? Já se imaginou dando um tour pela Europa?
Alana riu, ao tempo que cortava alguns tomates em rodelas.
__ Se aceitar, irei a trabalho. Já imagino que terei que me organizar, de modo que Duda não se canse com facilidade. Planejar aulas dá trabalho e demanda tempo. Elas têm que serem interessantes e criativas. Não terei muito tempo livre.
__ Sim, mas não vai ser escrava! - alegou.__ Lá é tudo muito perto. Basta pegar um trem que num "zaz!", - estalou os dedos.__estará em outro país! Nos finais de semana poderá passear, conhecer pessoas, culturas...E o mais importante, estará junto da sua única família, que é a Duda!
__ Então acha que devo dizer sim?
__ Se eu acho? Pelo modo como falou a pouco e por que dispensou duas entrevistas de empregos, até você acha! - constatou, roubando uma rodela do fruto cortado.__ Se fosse comigo, teria pulado no pescoço daquele homem, que pelo amor de Deus, a natureza foi generosa demais, e aceitaria sem pestanejar!
Alana sorriu e balançou a cabeça com o entusiasmo de Fran pelo cunhado.Mas não podia reprová-la. Tinha a mesma opinião sobre Yan e era aí, que morava o perigo! Passar tanto tempo junto dele, seria como chamar a razão e a emoção para um duelo. Nenhuma mulher conseguia ser racional diante de Yan, nem mesmo a amiga e namorada do irmão dele.
__ Realmente, ele é um homem e tanto! Mas deixa Igor ouvir isso! - brincou, salpicando uma pitada de sal nos tomates, arrumados metodicamente na travessa ovalada de inox.
__ Tenho que admitir que Igor é maravilhoso, gentil...não tão lindo e rico como o irmão, mas me ama e eu também, o amo demais. Agora Yan!... Gente, aquele homem deve ter uma pegada! Sabe, aquela coisa de tirar o fôlego?! Das pernas amolecerem?... - suspirou.
___ E Igor não te deixa assim?
___ Deixa. - afirmou.__ Estou apenas fazendo propaganda da família. Somos bons também na cama. - riu. __Por ele, estaríamos morando juntos já há algum tempo.
__ E porque não vai? Já está na hora de dar a volta por cima e esquecer o que aquele crápula te fez!
Fran sentou à mesa e Alana a encarou. Sabia que para a amiga aquele assunto era muito delicado, pois tinha sido espancada quase até a morte e violentada pelo próprio marido, numa noite, em que ele havia bebido além da conta depois de uma discussão.
No início do relacionamento, foram as agressões psicológicas, depois de um tempo, as físicas, que culminaram num quase feminicídio, não fosse alguém dos apartamentos vizinhos chamar a polícia. Fran era uma sobrevivente da violência doméstica, o que a obrigou a sair de onde morava, no interior do Paraná e se estabelecer na capital do estado de Santa Catarina.
__ Estamos bem assim, Alana. Depois, eu sei que convivência estraga tudo. Os homens se tornam insatisfeitos com a vida conjugal quando a rotina chega. Não quero estragar o que eu e Igor temos.
__ Só estraga se o sujeito não presta. Igor me parece ser uma ótima pessoa. Você precisa confiar novamente! Nem todos os homens são iguais!
__ É o que ele sempre me diz. Quem sabe, com as terapias eu crie coragem, né? - sorriu, um pouco desconcertada com aquele assunto. __ Mas e então? Vai aceitar a proposta?
__ Acho que sim. Será apenas um tempo e vou economizar toda a grana que puder! Eduarda é uma criança de bom trato e além disso, independente do dinheiro, é minha obrigação ajudá-la, já que a mãe não se importa.
___ Então não fique a noite inteira pensando no assunto. Ligue para Yan e confirme. Aposto que deva estar ansioso pela sua resposta.
___ Esperarei a assistente me ligar. Foi o que ele disse. Acho que quer tornar a questão impessoal...Sabe, manter tudo no campo profissional. Eu também gosto assim. Afeto e intimidade só com Eduarda.
__ Até parece! No sábado, quando me contou que saiu com ele, não pensava assim. O que houve com: "Yan parece um garoto perdido que só precisa ser entendido..."?
__ Me enganei.- disse dando de ombros.__ Hoje, nem parecia o mesmo. E nem sei porque me surpreendo. Sou a imagem da mulher que ele ama ainda. Foi compreensível que tenha mostrado um lado diferente. Sei lá, talvez, estivesse carente naquele dia.
A conversa foi dispersada pelo toque do celular de Fran. Ela sorriu, saindo da cozinha para atender a chamada de Igor.
Após jantarem, Fran pegou no sono no sofá, assistindo a um filme e Alana buscou um cobertor, colocando por cima dela e indo para seu quarto, deitou, apagando a luz. Ficou divagando pelos acontecimentos do dia.
Os olhos negros como a escuridão da noite, insistiam em aparecer nos seus pensamentos. Alana sabia que indo para a Romênia estaria brincando com fogo porque seu corpo a avisava, reagindo com intensidade a cada mirada, cheiro, toque e som da voz dele. Mudou de posição, tendo seu corpo relaxado pelo ansiolítico, até que adormeceu por completo.