Capítulo 3

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— EU NÃO ACREDITO! - Gritei com Ágatha no telefone

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EU NÃO ACREDITO! - Gritei com Ágatha no telefone. Não um grito de raiva, mas sim de animação. Finalmente uma notícia boa, meu Deus. Acho que os ventos estão mudando e um pouco de sorte está chegando na minha vida.

Pode acreditar, gatinha. E já organiza todos os teus documentos, você vai ter que levar amanhã.

EU JÁ VOU SER CONTRATADA? - Gritei novamente. Não podia ficar melhor, definitivamente.

Para de gritar, maluca. - Ela riu. — Eu não entendi muito bem, mas acredito que sim, se ele mandou você levar todos os seus documentos... Amanhã vocês conversam direitinho.

Eu já falei que te amo hoje? Eu te amo tanto. - Ágatha gargalhou.

Eu sei, gatinha. Agora vai se preparar e amanhã me liga para contar tudo!

Tá, até amanhã. - Desliguei a ligação.

Olhei para o relógio e já estava bem tarde. Amanhã eu teria que ir na faculdade, solicitar meu histórico e meu comprovante de matrícula com urgência e depois tirar xerox de todos os meus documentos. Lembrei que tinha que lavar meu cabelo para amanhã estar tudo perfeito, mas resolvi sair correndo pela casa e contar para os meus pais e meu irmão a minha nova oportunidade.

[...]

Olhei-me no espelho e fiquei apreensiva. Odeio ter autoestima baixa. Decididamente, é desestimulante. Minha mãe estava sentada na minha cama, me observando, e ela sabia exatamente o que estava passando pela minha cabeça. Era impressionante como a dona Lilian me conhecia, ainda que estivesse de olhos fechados.

— Filha, você está linda. - Calei-me, observando a imagem refletida no espelho. Eu consigo entender que não estou feia, mas não consigo gostar do que vejo e não posso fazer nada para mudar isso. Bizarro, não é?!

— Eu não sei, mãe. - Resmunguei, passando as mãos pelo vestido colado e analisando cada centímetro do meu reflexo.

Minha mãe me ajudou a escolher, dentre as roupas do meu closet, um vestido que caia muito bem no meu corpo. Ele era preto e ficou bem justo ao meu corpo, mas não tinha decotes, mesclando perfeitamente o nível de vulgar e recatado. Eu achei ele lindo, pelo menos na modelo que estava usando quando resolvi comprar.

— Meu amor, você sabe que isso é seu inconsciente falando... - Mamãe se aproximou, mexendo no meu cabelo.

— Eu achei que o vestido ficou perfeito, mãe. Mas não consigo me achar bonita dentro dele. - Resmunguei, chateada.

— Como está o tratamento com a psicóloga? - Ela questionou.

— Evoluindo. Pelo menos agora eu consigo ver que o vestido caiu bem no meu corpo. - Respondi.

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